47 -Party and Blood

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Quase quatro da manhã e estávamos naquela fila para entrar na boate. Até que para uma noite de festividades familiares havia mais gente do que eu imaginava.
Mesmo da rua já ouvíamos a música alta que tocava assim como víamos as luzes florescentes semelhantes às da placa de néon verde pendurada sobre a porta.

Olhei para o céu que agora era preenchido por nuvens densas e escuras que indicavam que logo iria chover, enquanto Damon hipnotizava o segurança da boate para que o mesmo nos deixasse passar e assim foi feito.

-podemos ir? -perguntou ele me estendendo a mão.

-vamos -sorri pegando sua mão -nome interessante para uma boate.

-é na música alta e nos copos de bebida que encontramos nosso paradise.

-e aqui o seu paraíso? -perguntei assim que entramos já avistando os corpos em movimento.

-ora Lucy, meu paraíso é onde você está -sorrimos.

Ele me guiou até o bar e pediu duas bebidas logo me entregando uma, fiquei olhando para o copo cheio enquanto o dele já estava vazio. A adrenalina que corria pelo meu sangue me fazia querer virar aquele copo de uma vez só, mas tinha algo que ainda me deixava tensa. Eu estava em uma balada, cheia de pessoas suadas e bêbadas, com um copo de sei lá o que na mão e sem saber controlar direito meus instintos. Imagina o estrago que uma hibrida bêbada pode causar...

-melhor não -larguei o copo sobre o balcão.

Damon me olhou sério, por um instante achei que ele iria ficar chateado por eu recusar a bebida, mas logo abriu um sorriso bebendo tudo que havia em meu copo de uma única vez.
O tempo passava enquanto estávamos ali, aos poucos deixei a tensão de lado e me juntei a todos os jovens insanos que dançavam.
Dancei com Damon, dancei sozinha, dancei com desconhecidos e estava me sentindo ótima.

-está se divertindo? -Damon perguntou enquanto dançávamos ao som de uma música que eu não conhecia.

-muito -sorri.

Ele se aproximou mais, colando nossos corpos enquanto dançávamos, uma corrente elétrica ultrapassou cada centímetro do meu corpo, me sentia livre. E isso era um tanto ruim.
Conforme relaxava dançando enquanto as mãos de Damon agarravam minha cintura, começava a ouvir os corações batendo em nosso redor, as respirações ofegantes a nossa volta e aquilo foi como uma faísca incendiando toda pólvora dentro de mim.
Passei as presas de leve no ombro de Dam, e agradeci mentalmente por estar em um lugar escuro, com adolescentes bêbados que se me verem transformada no máximo irão achar que devem parar de beber por hoje.

-ei mocinha, precisa se controlar, sua mordida pode me matar. -ele riu em meu ouvido.

-não dá.

-eu sei que sou irresistível mas agora?

Não segurei e comecei a rir fazendo ele rir também, seguimos dançando por mais um tempo, era bom poder deixar minhas presas a mostra sem me preocupar com quem veria.

-sério Damon, estou com sede.

-então beba -ele me virou de costas para si.

Seguimos dançando enquanto eu tinha a visão perfeita de mortais com seu sangue pulsando prontos para virarem lanchinho da madrugada. Aos poucos Damon foi afrouxando seu aperto em minha cintura, me libertando de seus braços e do seu corpo.
Continuei dançando mesmo sozinha, o que não durou muito já que logo um garoto aparentemente um pouco mais velho que eu se juntou a mim, ele por sua vez mantinha uma certa distância e isso era ruim.
Me aproximei pegando suas mãos e as posicionando em minha cintura, ele sorriu.

-quem é o cara? -ele perguntou apontando com a cabeça para Damon que dançava com uma garota.

-um amigo -sorri.

-amigo... Eu me chamo Ricky.

-muito prazer -cochichei em seu ouvido.

Aos poucos fui perdendo os sentidos, não tinha mais noção do que estava fazendo. Arrastava Ricky para um canto escuro próximo dos banheiros, ele estava animado, talvez por não saber minhas reais intenções. Joguei ele com toda a minha força na parede, o mesmo ficou sem ar por alguns segundos o que me fez sorrir. Me aproximei ficando a centímetros dele.

-o que vai acontecer agora? -ele perguntou malicioso.

-você já vai ver -virei sua cabeça para o lado me dando a visão perfeita de seus veias.

-espere -disse Damon atrás de mim.

-que foi? -perguntei irritada.

-ele vai gritar.

-que grite -olhei para Ricky sorrindo enquanto ele encarava Damon sem entender nada.

-se ele gritar vão vir atrás da gente.

-o que fazemos então? -Bufei.

-isso -ele ficou frente a frente com Ricky, olhou no fundo dos olhos do garoto -você vai ficar quieto, não vai contar nada para ninguém isso é, se sair vivo. Você vai esquecer dos nossos rostos.

Ele se afastou do garoto, olhei para Damon que fez sinal para que eu avançasse e assim fiz, cravando delicadamente minhas presas naquela pele quente e rosada, e suguei cada gota de seu sangue que me era desejado. Quando seu corpo começou a pesar e minha sede se saciar, Damon me ajudou a esconder o corpo em um armário de vassouras e me olhou sorrindo.

-Eu amo você.

-eu também amo você Dam.

Ele se aproximou me beijando, sem dar a mínima para meu rosto ensanguentado. E no fundo era isso que ele queria, provar o sabor do sangue enquanto me beijava loucamente.

Quanto mais tarde ia ficando eu me surpreendia por não estar cansada, mas fazia muito tempo que eu não me divertia assim então iria aproveitar enquanto ainda podia.

-está ficando tarde, acho melhor voltarmos para casa, não acha? - Damon perguntou enquanto eu sentava em uma das mesas já cansada.

-acho sim -sorri.

-vamos então -levantei e acompanhei ele para fora.

Como era de se esperar tomamos um banho de chuva para chegar em casa, mas para mim era o que menos importava, assim que chegamos, nos preparamos para dormir como se nada tivesse acontecido, mesmo que soubessemos que em mais ou menos uma hora a casa inteira iria acordar e adeus descanso.
Dito e feito, uma hora e meia depois fui acordada pela tia Bekah.

-bom dia tia -me sentei na cama.

-o que fez ontem a noite?

-o que se faz a noite tia? -ri.

-acordamos com um chamado, um jovem foi encontrado morto em uma festa no centro, quanto tempo acha que vai demorar para seu pai descobrir que foi você?

-como sabe que fui eu?

-já passei por isso -ela riu.

-mas falando sério, aconteceu uma coisa mais importante.

-o que?

-Damon me pediu em namoro!

The Owners of True BloodOnde histórias criam vida. Descubra agora