A casa era muito bonita não podia se negar, a decoração lembrava uma casa antiga e de grande valor histórico, mas como ela pertence a dois vampiros, não tenho dúvidas de que realmente tenha objetos de alto valor histórico.
Olhei tudo admirada, era muito diferente da minha casa com certeza, mas talvez com o tempo eu pudesse me acostumar com aquele lugar.-vem... Vou lhe mostrar seu quarto -disse Caroline me levando em direção às escadas.
-você mora aqui também?
-não... Eu e Elena moramos um pouco longe pra falar a verdade.
-vou ficar apenas com Stefan e Damon?
-sim, quer dizer, amanhã eu volto mas acho que não terá problemas não é?
-não... Eu acho.
Ela me levou até um quarto, ele era bem espaçoso, mas muito diferente do que eu estava acostumada, embora eu saiba que agora tudo será diferente do que eu estava acostumada. Ela apenas me deixou ali e saiu.
Peguei as poucas roupas da mochila e botei no armário, me sentei naquela cama e respirei fundo. Aquela casa era um silêncio mortal, nem sequer o vento fazia barulhos. Abri a janela e olhei para o céu, nuvens de chuva taparam as estrelas e a lua, o vento frio e silencioso fazia as árvores balançarem, mas nem se quer um ruído se ouvia. Sai do quarto. Corredores e mais corredores. Pareciam labirintos me fazendo me perder rapidamente do caminho. Abri uma porta e sem pensar duas vezes entrei no cômodo, os corredores já me deixavam claustrofóbica, então respirei.Caminhei calmamente pelo quarto, passei os dedos delicadamente pelas estantes. Carros de coleção, pequenas miniaturas nas quais nem sequer pensei em tocar, pareciam frágeis, com certeza quem quer que fosse o dono, não gostaria de vê - las quebradas. Parei em frente a uma escrivaninha, havia um tinteiro, daquelas canetas que se usavam muito antigamente. Haviam papéis, canetas e cartas. Envelopes, selos e carimbos. Realmente aquilo me chamou a atenção.
-sou uma péssima visita -deduzi já abrindo a primeira gaveta da escrivaninha, a curiosidade era mais forte que o medo de ser pega. Na gaveta, haviam cartas, cartas de tempos antigos, enroladas como pergaminhos. Todas elas assinadas pela mesma pessoa, menos uma.
Aquela cuja folha já envelhecida pelo tempo, continha letras delicadas, curvadas, cuja tinta já deixava pequenas falhas. Era uma carta de amor. Deduzi eu.
Das pontas já amareladas, peguei a carta com o maior cuidado, tinha medo da folha se desfazer em minhas mãos, olhei o topo da carta.1864 - Querido Stefan...
Sinto tanta a sua falta enquanto estais longe. Seu irmão não tem sido o mesmo ultimamente, tenho medo que a pressão por ter tais poderes o tenha subido a cabeça.
Seria bom te - lo aqui novamente.
Está noite lembrava me de como dançamos naquele fatídico dia, suas mãos seguravam firme em minha cintura enquanto a música lenta tocava, achei que seria a noite perfeita, tinha você junto a mim. Mas seu irmão ficou agressivo. Ele costuma dizer que nunca lhe amei, mas não sou tão má como ele afirma.
Era uma prova de amor, eu poderia ter tido você pra sempre. Foi apenas uma mordida... e viveríamos eternamente juntos....Parei de ler, talvez fosse errado invadir a privacidade dele. Mas aquilo me impressionou, me deixou curiosa admito. Pulei direto para a última linha.
Eternamente sua...
K.P.Katherine Pierce. Ela transformou Stefan para que os dois pudessem viver eternamente, juntos. Mas por que transformar Damon também? Não é possível se amar duas pessoas ao mesmo tempo, é?
Ou talvez ele estivesse certo, ela não amava ninguém a não ser ela mesma, foi capaz de acabar com com a vida dos dois, sem nunca ama - los de verdade. Me lembrei imediatamente da história de Damon. E após guardar a carta na gaveta, exatamente como estava antes fui até a estante ao lado. Preenchida pelo que pareciam livros, ou talvez cadernos encapados... diários.
Corri a mão pela estante... 1864... 1865... 1866... 1867... Alguns, tinham títulos, mas esses eram poucos. Mas embora fossem mais de 500 diários presentes naquela estante. Apenas um, me puxava como um ima para o mesmo... 1864. O que realmente aconteceu. O que realmente causou a ira daquela mulher. Ao lado daquele diário, estava outro, sem data, sem título. Um caderno bege, desbotado pelo tempo, quase sem cor. Toquei delicadamente e o puxei da estante. Na capa uma foto, Katherine. O nome presente abaixo da foto.-era o diário dela -disse Stefan me assustando -o que faz aqui? -ele se aproximou.
-desculpe... A porta estava aberta e eu... -parei de falar, olhei para o diário nas minhas mãos e o devolvi para a estante. -o que são? -perguntei embora soubesse a resposta.
-diários -ele parou ao meu lado -lembranças de diferentes épocas, de cada ano da minha vida... ou morte. Cada verso, cada folha, cada dia fatídico que precisei enfrentar após ser transformado nisso...
-só não ofende tá irmão? -Damon entrou sorridente no quarto.
-o que quer Damon? -ele perguntou seco.
-levar minha sobrinha para jantar -ela deu um sorriso irônico. Stefan me olhou como se pensasse bem nessa proposta, olhou para Damon que bufou -não vou matar ela Stefan.
-acho melhor não arriscar quando se trata de você irmão, eu vou comprar alguma coisa e vocês me esperem aqui -ele passou por Damon mas parou na porta e se virou pra mim -venha Lucy.
Saimos os três do quarto e fomos até a sala da casa, sentei no sofá ao lado de Damon enquanto Stefan saia para comprar algo para comermos. Damon foi até uma mesinha e pegou um copo de whisky. Se sentou na minha frente e estendeu o copo pra mim.
-eu não bebo -disse meio óbvia.
-para tudo a uma primeira vez -ele bebeu e deu um sorriso irônico -e você não sabe o que está perdendo.
O silêncio voltou a reinar na casa, o único som que se ouvia era da lenha queimando na lareira, admito que aquele silêncio e os olhos de Damon sobre mim estava me deixando nervosa.
Levantei e comecei a andar pela ampla sala, olhando tudo por ali. Até que uma música começou a tocar, olhei pra trás assustada. Damon sorrio, estava ao lado do rádio e logo se aproximou.-sabe dançar? -perguntou.
-o que você acha? -falei séria fazendo ele revirar os olhos.
Começamos a dançar, sinceramente ele dança melhor do que imaginei. Só paramos quando a música acabou e um trovão me assustou fazendo com que eu desse um pequeno grito. Damon começou a rir enquanto eu fui até a janela. A chuva caia forte lá fora, mas dentro da casa continuava um silêncio aterrorizante. Eu precisava ouvir alguma coisa antes de enlouquecer completamente. E sem pensar duas vezes passei correndo por Damon e sai da casa, eu já estava ensopada, meu cabelo pingava e minhas roupas colavam no corpo, eu já sentia o frio me atingindo, meus dentes batendo e a ponta dos dedos dormentes pelo frio repentino. Eu me sentia viva. Viva. Sentia que ainda não tinha enlouquecido. Lembrei de uma velha canção de ninar, dos olhos da minha mãe me acalmando em noites de tempestades como essa. Senti saudade. Era só um tempo, iria me acostumar. Até lá... tentaria não enlouquecer. Lembrei de uma história contada por tio Elijah em uma noite de chuva, do sabor do chocolate quente da tia Bekah e do calor dos braços do meu pai enquanto ele me abraçava no sofá. Lembrei de pequenas coisas. Momentos. E simplesmente gritei. Gritei o mais alto que pude naquela chuva. Gritei até doer. Até sentir o ar faltar. Gritei.
Respirei fundo tentando recuperar o ar...-Lucy! O que pensa que está fazendo? -Damon me segurou pelos ombros.
-me certificando de que ainda estou lúcida. -sorri. ele suspirou e me levou de volta pra dentro da casa.
Tomei um banho quente, vesti uma roupa confortável e fui até a sala aonde Stefan havia deixado uma caixa de pizza. Ele estava sentado no sofá assim como Damon. Os dois em silêncio.
-pelo amor menimos! Já basta de silêncio! -liguei meu celular no rádio e botei uma música para tocar no último volume.
Me joguei no sofá e peguei uma fatia da pizza. Queria acabar com toda tristeza, porque de silêncio... Já bastava o de um diário.
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The Owners of True Blood
RandomQuem imaginária que Damon Salvatore iria se apaixonar. Que alguém conseguiria amolecer seu coração de pedra. Porém, essa paixão não será nada fácil. Principalmente quando sua paixão se trata de Lucy Mikaelson, a garota que foi escondida dele ainda...