Flávia
Finalmente o grande dia chegou. A Jade me convidou para ir a sua casa no domingo e eu aceitei. Porém, a minha real intenção de ir para sua casa, era para saber qual é a do Miguel, o que ele está tramando.
Se ele pensa que vai brincar comigo, ele está totalmente enganado.
Tomo coragem para me levantar da cama e ir em direção ao banheiro; preciso de um banho para regenerar minhas forças e deixar minha preguiça de lado. Visto um short jeans claro, uma blusa cinza e uma blusa xadrez, que acabei de amarrar agora na cintura. Estou pronta. Vou para a cozinha e vejo minha mãe.
— Bom dia, mãe — lhe abraço por trás.
— Bom dia, filha — beija o topo da minha cabeça. — Aonde você vai toda arrumada desse jeito? — Pergunta assim que eu a deixo livre dos meus braços.
— Era justamente isso que eu ia lhe dizer — dou uma risada e ela me olha, séria. Não me deixo intimidar e continuo com a minha fala: — Como hoje é domingo, a Jade me convidou para passar o dia todo na sua casa. E eu aceitei. Então provavelmente eu só venho à noite.
— E você só vem me dizer em cima da hora? — Pelo o seu tom de voz, já percebo que ela não irá deixar eu ir. — Mas tudo bem, a Jade é uma boa pessoa — suspiro aliviada por ainda poder ir à casa dela.
E por alguns segundos penso a respeito do que minha mãe acabou de dizer: a Jade é sim, uma ótima pessoa, o seu irmão é que não é. E por falar nisso, eu já estou ficando com medo de ir para esse passeio e está fazendo a coisa errada.
— Eu tenho que ir, mãe — me levanto da cadeira. — Até à noite. — Lhe dou um beijo no rosto.
— Até — segura meu rosto com as duas mãos e me dar um beijo, demorado, na bochecha. — Tenha cuidado — recomenda.
Saio de casa e vou a caminho da parada de ônibus. Assim que o mesmo aparece, dou a mão. Ele para e eu subo. Me sento em uma poltrona perto da janela, pois queria que o vento batesse no meu rosto, e começo a pensar em várias coisas: se ele for simpático comigo e estiver falando mesmo a verdade em ser meu amigo, eu vou ser simpática com ele também e tentar ser uma boa amiga. Mas se ele falar para todos que estiverem lá, que só estava brincando comigo e que eu caí direitinho na sua brincadeira, aí sim o bicho vai pegar, mesmo que todos fiquem olhando para nós.
Desço do ônibus e sigo meu caminho. Paro em frente a porta e a olho de cima a baixo para ver se é realmente isso que eu quero fazer. E a minha resposta é sim. Até porque eu não me acordei cedo, não me arrumei e até já estou aqui na casa deles para desistir agora. Respiro fundo, tentando me preparar para o que vai acontecer a seguir. Toco a campainha e espero, pacientemente. Finalmente, escuto passos vindo e a maçaneta da porta sendo mexida.
Meu Deus, abre logo essa porta antes que eu mude de ideia.
— Oi Flávia — Miguel olha para mim como se não acreditasse que eu realmente estava bem a sua frente. — Então você veio. Não achei que vi... então, quer dizer que você me desculpou, né? — Seu sorriso é gigantesco.
— Você pode me convidar para entrar, pelo menos — arqueio uma sobrancelha ao mesmo tempo em que aponto para a casa.
— Ah sim, desculpa. Pode entrar — se afasta um pouco para o lado, para que eu possa entrar.
— E sim, eu te desculpei. Mas se você fizer alguma gracinha, Miguel — aponto meu dedo indicador no seu rosto, eu estava bastante desconfiada para dizer a verdade — você me...
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Sentimentos Adormecidos
Romansa- LIVRO 1 - Flávia, uma garota em pleno seus 18 anos, e muito inteligente passa em uma faculdade com tudo pago e junto com a sua família vão morar em Recife e assim começar uma nova vida, tentar esquecer a sua antiga, não sua antiga vida em si, mas...