Flávia
Finalmente a quinta-feira chegou, e consigo ela vai trazer as minhas amigas para perto de mim. Eu já não aguentava mais de tanto esperar. Ainda não consigo acreditar que elas vêm hoje mesmo. Estou tão ansiosa para vê-las. Como elas estarão agora, depois de passados alguns meses sem nos ver?
Olho para o relógio mais uma vez — desde que me acordei hoje pela manhã que faço isso — e ao olhar para ele percebo que o mesmo estava brincando com a minha cara, pois os seus ponteiros agora estavam marcando para as sete horas da manhã. Suspiro frustrada. Uma hora dessas elas ainda estão saindo de casa, só vão chegar aqui em casa lá para as dez horas. Eu tenho que fazer alguma coisa para ver se esse tempo passa, e rápido de preferência.
Me levanto e vou ao banheiro tomar um banho. Visto um short branco e uma blusa bege caída em um dos ombros. Desço as escadas. Vou para a cozinha preparar algum lanche para mim e depois disso vou para a sala, assistir algum filme — quero ver se com isso a hora não passa mais rápido — já que os filmes geralmente são de uma hora e meia a duas horas.
Assim que o filme acaba, escuto batidas na porta de casa. Me levanto do sofá para desligar a televisão. E depois disso, sigo para abrir a porta — torcendo para que sejam elas — e assim que a abro vejo dois pares de olhos olhando para mim; um de cor de mel e o outro da cor do céu. Eu não acredito que elas realmente estão aqui. Na minha frente. Isso só pode ser um sonho, certo? Mais que depressa abraçamos umas às outras, ficando desse jeito por um bom tempo. E é só então que me dou conta que os pais delas ainda estavam do lado de fora, esperando eu convidar eles para entrarem. E assim o faço.
— Podem entrar, tios — assim que eles dão um passo na casa, logo abraço a ambos. Estava com saudade até deles. Os pais das minhas amigas são um casal muito bonito; o pai delas, Alexandre, tem os cabelos castanhos e belos olhos azuis, dos quais a Heloísa puxou, enquanto que a mãe delas, Érica, tem um longo cabelo loiro e os seus olhos são cor de mel, como os da Eloá.
Mamãe com certeza ouviu o barulho que se formou aqui na sala e resolveu vim às pressas para recepcionar as pessoas que ficamos, ansiosamente, esperando ao longo dessa semana.
— Oi Érica, oi Alexandre — minha mãe abraça cada um dos dois. — Vocês querem beber alguma coisa? — Pergunta.
— Não precisa se preocupar, Isis — Érica dar um sorriso amigável. — Temos que ir embora agora. Só viemos mesmo deixar elas aqui para passar o feriado com a Flávia. Eu só via elas triste em casa. — Explicava a situação para a sua amiga e depois disso vira o seu olhar para as suas filhas. — Tchau queridas, domingo viremos buscar vocês, lá para as sete horas da noite. Não se esqueçam — recomenda.
— Tchau mãe, tchau pai — Heloísa e Eloá dizem na mesma hora indo abraçar os seus pais. Depois disso eles vão embora e eu logo levo elas para conhecer o meu quarto.
— Essa sua nova casa é bonita — Eloá diz enquanto sobe as escadas —, mas eu ainda gosto mais da de João Pessoa, que você morava bem pertinho da gente — abro a porta do quarto para elas, das quais ficam olhando tudo, atentamente, até os mínimos detalhes.
— Aqui é bom. Já estou até me acostumando. Mas eu também gosto mais da de João Pessoa — confesso para elas. Não tem como você não amar o seu lugar de origem. Você pode ir para vários lugares, até mesmo morar fora do país, porém ele nunca vai chegar aos pés do lugar onde você nasceu. Pelo menos é assim que eu penso. João Pessoa para mim, é único. — Eu tenho que mostrar o quarto que vocês vão ficar — elas concordam e nós saímos do meu quarto e vamos em direção ao quarto que eu iria hospeda-las.
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Sentimentos Adormecidos
Romance- LIVRO 1 - Flávia, uma garota em pleno seus 18 anos, e muito inteligente passa em uma faculdade com tudo pago e junto com a sua família vão morar em Recife e assim começar uma nova vida, tentar esquecer a sua antiga, não sua antiga vida em si, mas...