Flávia
Hoje nem acordada pelo despertador eu fui de tão ansiosa que estou.
Meu irmão vem hoje, nem estou acreditando nisso. — Me levanto da cama e comemoro com uma dancinha. Estava feliz. Muito feliz.
Vou ao banheiro. Tomo um banho. Visto um vestido xadrez, vermelho com preto, do qual há um cinto para amarrar na cintura. Assim que dou o laço, me olho no espelho para me ver como fiquei nele. Faz muito tempo que eu não visto esse vestido e olhando para ele, o mesmo ainda serve perfeitamente em mim. O Ben havia me dado ele de presente de aniversário, então unindo o útil ao agradável, já que vou vê-lo hoje, nada melhor do que ele me ver com essa peça de roupa. Pego minha bolsa que estava em cima da cama e saio do meu quarto. Desço as escadas indo para a cozinha e encontro minha mãe sentada a mesa, já comendo um pedaço de bolo.
— Bom dia, mãe — me curvo para depositar um beijo em sua bochecha, assim que passo por ela, da qual sorrir para mim.
— Bom dia, meu amor. Está ansiosa pela chegada do seu irmão? — Pergunta assim que puxo a cadeira para me sentar ao seu lado e ela logo passa para mim a jarra de suco de laranja. Pego de sua mão.
— Estou sim, acho que não vou nem conseguir prestar atenção nas aulas direito — sorria tanto imaginando o momento em que vou vê-lo novamente, que se eu não me concentrasse no suco que estava despejando no copo de vidro, ele poderia muito bem transbordar e me molhar toda. O que seria um desastre.
— É uma pena saber que vão ser apenas só duas semanas... — um meio sorriso aparece em seu rosto assim que ela estica a sua mão para poder pegar na minha. Pego na sua. Olho por um momento nossas mãos assim, juntas, unidas, e volto novamente a olha-la nos olhos.
Mamãe sempre foi muito apegada aos seus filhos e ao saber que o seu primogênito iria para um outro lugar para fazer faculdade, um tanto mais longe de onde morávamos, sendo três horas de viagem, acabou sofrendo muito com isso. As poucos ela foi se acostumando com a sua partida, que em breve chegaria. E quando ele foi para Natal, ela chorou por dias, mas sabia que isso fazia parte do seu futuro, o que a confortava era saber que ele ia conseguir se virar muito bem. Aliás ele sempre soube. E quando eu contei para ela que tinha passado na faculdade, porém em um outro lugar, no caso Recife, ela não pensou duas vezes e me acompanhou. Ela não aguentaria se distanciar dos seus dois filhos, pelo menos não agora.
— Mas pelo menos teremos a nossa família junta por pelo menos essas duas semanas. — Tento conforta-la de alguma maneira, fazendo com que ela não chore aqui, na minha frente, porque se ela fizer isso, com toda a certeza eu vou fazer também. Então antes de me levantar para me despedir dela, lhe lanço um olhar cúmplice. — Ok, agora eu tenho que ir — beijo novamente a sua bochecha e saio de casa.
Caminho até a parada de ônibus e assim que ele vem, o pego. Chego na faculdade. Sigo para a sala e me sento na cadeira à espera do professor chegar. Quando vejo a Jade entrar na sala e acenar para mim, vindo na minha direção.
— Fláviaaa — diz ao chegar perto de mim, bem feliz, e logo depois me abraça.
— Jadeee — digo o seu nome com a mesma intensidade que ela disse o meu, assim que nos separamos. Em seguida começamos a rir. Somos tão idiotas. Mas as melhores amizades são essas.
— Ontem eu nem falei direito com você. Me desculpa — seu semblante estava triste agora. — Mas os meus pais vieram e eu estava com tanta saudade deles — sua empolgação de antes havia voltado, porém não por muito tempo. — E ainda tinha aquela garota... — revira seus olhos ao dizer isso.
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Sentimentos Adormecidos
Romance- LIVRO 1 - Flávia, uma garota em pleno seus 18 anos, e muito inteligente passa em uma faculdade com tudo pago e junto com a sua família vão morar em Recife e assim começar uma nova vida, tentar esquecer a sua antiga, não sua antiga vida em si, mas...