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Miguel

Nesse exato momento estava jogando, para ver se me distraia, só que nada faz eu me distrair, nada me faz parar de pensar na Flávia, na mensagem que ela me mandou, eu penso nisso desde ontem, tentando achar uma resposta para isso que eu fiz, que eu não sei o que é, para ela.

Miguel, cadê você? Consigo ouvir a Jade falando ao longe, faz tempo que ela está me chamando, só que até agora eu ainda não a respondi, e ela deveria ter percebido que eu quero ficar sozinho, mas não, ou ela não percebeu isso ou ela não quer que eu fique assim, me martirizando, já que eu lhe contei ontem mesmo, à noite, sobre a mensagem da Flávia e depois disso não falei mais nada com ela.

Já me sentindo vencido, digo para ela onde estou.

Estou aqui, Jade. Na sala de jogos suspiro. Ter a Jade como é irmã, na maioria das vezes é bom, mas tem vezes que eu prefiro ficar sozinho, porém nesses casos ela nunca deixa. E eu não sei porque contei isso para ela, se já imaginava que ela iria fazer um negócio desses comigo, mas eu só queria contar para alguém e nada melhor do que a amiga da Flávia, que é ela, para me dizer se sabia de alguma coisa ou notou algo estranho na mesma, mas a Jade só me disse que ela estava normal, mais calada que o habitual, mas ainda sim, normal.

Os meninos estão marcando de sair. Vão todos. Estou pensando em ir. Você quer vim com a gente? E aqui está ela, a minha irmã, marcando de sair para algum lugar só para eu poder sair também, e ela ainda convida os meus amigos já sabendo que eu não vou dizer não a isso. Só que agora, nesse meu momento, eu estou pensando seriamente nisso; não quero ir para um lugar que eu esteja só de presença sendo que a minha mente não vai estar lá, com eles.

E é bem nessas palavras que eu paro o meu pensamento; ela disse que todos vão está lá, se vão todos a Flávia com certeza está incluída, é uma ótima chance para conversarmos. Eu preciso saber o que eu fiz com ela.

Eu também vou dou pausa no jogo e lhe encaro, ela por sua vez logo dar um sorrisinho, sabendo muito bem que eu iria aceitar isso, só que ela não sabe qual foi o real motivo por eu ter aceitado.Vai ser que horas? Pergunto.

Às 19:00 horas.

Beleza.

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Marcamos de nos encontrar em uma lanchonete e como era perto de casa, eu e a Jade fomos andando. Fomos os primeiros a chegar e assim que escolhemos o lugar e nos sentamos, uma garçonete parou perto de nós e aproveitamos para fazermos os nossos pedidos, enquanto esperávamos as outras pessoas aparecem. Assim que ela nos deixa para ir em direção a cozinha, olho para a porta do estabelecimento.

Será que a Flávia vem?

Oi, gente Jade diz, se levantando para cumprimentar os nossos amigos, que eu nem havia visto quando eles chegaram.

Não disse? O meu corpo está aqui, mas a minha mente, não.

Eles me cumprimentam, quando o Raul se senta ao meu lado, bem para não dar problema quando o Ben vier, e o Cauã se senta ao lado da Jade, de frente para mim, e eu tento dar a eles pelos menos um meio sorriso.

Quando a garçonete vem entregar o meu pedido, mais o da Jade, que foi batatas-fritas com refrigerante, ela nota que há duas pessoas a mais nessa mesa, então ela começa a anotar os pedidos deles e se retira de novo de perto de nós, para voltar a cozinha.

Eu ofereço a eles a minha batata-frita, com duas intenções: primeiro, para eles comerem alguma coisa enquanto os seus pedidos não chegam e segundo, por eu não estar com tanta fome assim para come-las. Eles pegam algumas e começamos a conversar, eu tentava entrar na conversa deles, para que eles não percebessem o quanto eu estava mal e para que até a minha irmã visse que esse passeio estava me agradando, mas ele só vai me agradar mesmo, quando o Ben, principalmente a Flávia, aparecer aqui.

Sentimentos AdormecidosOnde histórias criam vida. Descubra agora