Miguel
Hoje a Flávia estava tão estranha, mas acho que deve ser pelo simples fato de estar longe dos seus pais, eu espero sinceramente que seja isso, já que pelas as suas palavras e ações creio eu, que ela nunca ficou longe deles. Ainda bem que acabei de deixá-la em sua casa, não gostaria de vê-la mais um dia triste, além de estressada. Ela nunca havia me tratado daquela maneira, mas eu tentei não levar para o lado pessoal, até porque eu não fiz nada com ela para que a mesma me tratasse assim.
Deixo de pensar sobre isso quando chego em casa e saio do carro. Consigo escutar a porta de casa sendo aberta e quando olho para o lado, vejo nossa mãe vindo na nossa direção.
— Meus filhos — ela diz assim que abraça a Jade. Depois vem para perto de mim e sinto quando os seus braços param atrás das minhas costas.
— Oi, mãe — digo quando ela se afasta e olha para nós dois, feliz.
— Me contem como foi esse final de semana de vocês — ela está tão alegre — eu quero saber de tudo — um de seus braços repousavam em minhas costas e o outro nas costas da minha irmã.
— Foi maravilhoso, mãe — Jade a responde, deixando de olhar para nossa mãe, para olhar para mim. — Acho que deveríamos repetir mais vezes, Miguel — um sorriso se forma em seu rosto.
— E certamente vamos repetir — concordo com a cabeça, feliz assim como ela, ao mesmo tempo em que entramos dentro de casa.
— Vocês devem estar cansados, vou deixar vocês descansando. Depois conversamos, queridos — mamãe diz indo para a cozinha. E realmente concordamos com o que ela falou; estou tão cansado que só vou tomar um banho e vou dormir, recuperar as minhas forças que eu gastei nesse fim de semana. Fim de semana esse que não tem preço.
Ao subir as escadas e chegar no meu quarto, deixo minha mala em cima da cama e vou para o banheiro, só que antes que eu abra a porta do mesmo, paro ao escutar meu celular apitando, indicando ser uma mensagem — mas não dou muita importância, como é só uma mensagem, é bem sobre os meus amigos agradecendo pelo o passeio, lerei depois. — Então continuo ao que eu ia fazer que era tomar um bom banho, relaxante.
Enquanto as gotas d'água descem pelo meu corpo, me dando o alívio de que eu estava mesmo precisando, me lembro desse final de semana, do qual eu realmente amei, não me canso de dizer isso. Eu e a Flávia compartilhamos cada coisa juntos: fizemos comida, arquitetamos o nosso futuro, e o mais importante de todos foi quando ela me disse que me amava, esse último, foi sem dúvidas, o melhor de todos.
Deus, como eu amo essa garota. Como eu amo o fato dela ter me mudado sem nem ao menos eu perceber — penso assim que saio do banheiro, com a toalha enrolada em minha cintura, enquanto coloco os meus cabelos para trás, indo em direção ao guarda-roupa.
Escolho vestir uma blusa cinza e uma bermuda preta. Penteava meus cabelos, quando vejo pelo espelho do quarto, a porta se abrindo aos poucos, então paro de fazer o que estava fazendo até segundos atrás para ver quem é que quer entrar aqui, e quando a porta se abre totalmente, vejo que era o meu pai.
— Oi, pai — falo com ele pelo espelho — não vi o senhor quando cheguei em casa.
— Sem problemas, eu estava no quarto ajeitando umas coisas da empresa. — Empresa pra cá, empresa pra lá, como sempre, quero ver até quando isso vai existir. Ele caminha até onde eu estou e a sua mão vai de encontro ao meu ombro. — Como foi essa pequena viagem de vocês? — Pergunta e eu vejo um sorriso brotar em seu rosto.
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Sentimentos Adormecidos
Romance- LIVRO 1 - Flávia, uma garota em pleno seus 18 anos, e muito inteligente passa em uma faculdade com tudo pago e junto com a sua família vão morar em Recife e assim começar uma nova vida, tentar esquecer a sua antiga, não sua antiga vida em si, mas...