Miguel
Portanto beijo a Flávia para ela perceber que agora eu estou em outra e estou sendo muito mais feliz com a Flávia, do que jamais fora um dia com ela. Quero que ela perceba isso, quero que ela perceba o quanto me magoou e me perdeu, me trocando por outro. Penso isso mais para mim mesmo do que para ela, não quero nem pensar em um dia cair nos seus encantos novamente.
Pois se isso por acaso um dia acontecer, será o meu fim.
Quando paro de beijar a Flávia olho em direção a ela de novo, mas noto que a mesma não estava mais lá "nos olhando", então decido curtir a dança novamente, com a minha namorada. Até que pôr fim, minutos depois, a música acaba e eu falo no ouvido da Flávia:
— Baby, eu vou no banheiro, já eu volto.
— Tá bom, eu vou ficar aqui te esperando — diz e eu só concordo com a cabeça. Em seguida deixo ela aqui e vou em direção aos banheiros.
Já saia do corredor, de onde era reservado só para os banheiros, quando uma pessoa pega no meu ombro — e eu reconhecia aquele toque — fazendo me virar instintivamente para ver quem era.
Mas eu já sabia muito bem quem era.
— Você quer parar de esfregar na minha cara que está namorando? — Ester tinha uma mão na sua cintura e me olhava com raiva. Não sei o porquê disso. Quem perdeu foi ela, quando fez a sua escolha.
— Eu não tenho que esfregar nada para você, não estamos mais juntos — digo o óbvio, com toda a calma que o mundo me permite dar a ela. Ela já devia ter superado isso, assim como eu fiz. Demorei anos para superar mais finalmente a tirei do meu coração, do qual já não aguentava mais de tanto sofrer. E a Flávia foi o meu remédio para isso.
— Você sabe que eu e você fomos feitos um para o outro — aponta para mim e para ela. O que é completamente insano e sem sentido. Como assim fomos feitos um para o outro? Se fôssemos mesmo como ela tanto diz, ela não teria feito a burrada que fez. E agora quer vim para cima de mim, como se fosse a coisa mais fácil de esquecer?
Não, Ester, não é fácil!
— Pensasse nisso antes de fazer o que fez comigo! — Ela se espanta com o que eu acabei de falar, dando um passo para trás, como se as minhas palavras dirigidas a ela a ferissem de alguma forma. É, eu sei, foram duras, mas essa é a verdade. Ela tem que botar na cabeça de uma vez por todas que a culpa é toda dela e não minha. Nunca foi minha.
— Miguel, fica comigo? Dá uma chance para mim? Dá uma chance para nós? — Ela dar um passo em minha direção chegando mais perto de mim, como se sofresse com essa pouca distância que tínhamos, até um certo tempo atrás, um do outro, se encontrando agora a poucos centímetros do meu corpo e principalmente do meu rosto. E eu sei exatamente como ela joga. Mas eu já estou esperto o suficiente para não cair mais nele.
Se eu quisesse poderia beijá-la agora mesmo. Mas não vou fazer isso. Aliás, eu nem quero fazer isso. Ela me magoou muito e mesmo que às vezes que pegue pensando nela, nos momentos que tivemos juntos, ela não é mulher para mim, nunca foi e nunca será.
— Não, Ester! Me esquece, porque eu já te esqueci! — Pego em seus ombros, fortemente, e a afasto para o lado, para bem longe de mim. Ela me infecta de alguma forma, e mesmo já sabendo me controlar é sempre bom ter cuidado. Respiro fundo e sigo para a festa, sem olhar para trás, mas com os ouvidos atentos para se caso a Ester quiser me seguir e eu barra-la a tempo de acontecer uma catástrofe.
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Sentimentos Adormecidos
Romance- LIVRO 1 - Flávia, uma garota em pleno seus 18 anos, e muito inteligente passa em uma faculdade com tudo pago e junto com a sua família vão morar em Recife e assim começar uma nova vida, tentar esquecer a sua antiga, não sua antiga vida em si, mas...