Seu amor, meu destino

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Eva

Vamos parar por aqui, assim teremos apenas lembranças boas do que vivemos.
(Doce Novembro)

— Me desculpe por isso — Luan foi o primeiro a falar — não imaginei que ela viria aqui.

— Está tudo bem, — falei tentando parecer normal — mas preciso ir para casa.

Passei por ele e fui ao banheiro trocar de roupa. Quando saí, Luan estava me esperando.

— Você não é nada daquilo que ela falou.

— Sei que não.

— Então por que parece chateada?

— Não estou — menti.

— Sim, você está.

— Não deveria ter aceitado dormir aqui. Agora ela contará para todo mundo que pegou seu namorado comigo.

Peguei minha bolsa, mas Luan segurou na alça impedindo que eu fosse embora.

— Esclareceremos algumas coisas por aqui. Alice não é minha namorada, nós apenas saímos algumas vezes e ela supôs que temos algum compromisso.

— Porque está me dando explicações?

— Por que você não correu ontem a noite quando descobriu a verdade.

— Você esperava que eu corresse?

— Sim.

— Por quê? — questionei.

— Por que aí eu teria um motivo para me afastar.

— E você queria se afastar?

— Metade de mim, queria. Então você ficou e dormiu na minha cama — ele me deu um leve sorriso.

— Eu...

— Você não é outra garota na minha vida. Fiquei e tome café comigo.

Luan pegou minha bolsa e eu deixei.

— Não posso ficar muito tempo. Há coisas que preciso resolver.

— Já perdemos a aula, você terá o restante do dia para fazer o que tem que fazer. Aposto que deve estar morrendo de fome com eu.

Não pude deixar de rir.

— Você precisa me deixar ir embora depois.

— Tem minha palavra — disse pegando minha mão e me levando para cozinha.

Descobri que ele gostava de tomar café com leite e o estranho é que colocava biscoite na bebida.

— Você tem gostos estranhos — falei enquanto tomava apenas uma xícara de leite.

— Sou bom em ser diferente — ele riu — faço isso desde criança. Um hábito que nunca perdi. Você não bebe café?

Eu não poderia contar o motivo de evitar o café. Ainda não estava tão a vontade para falar da minha vida particular.

— Tem gosto estranho — menti.

— Como pode uma pessoa não gostar de café?

— Prazer, Eva — falei levantando a mão para cima.

Terminamos nosso café sem mencionar o fato da visita inesperada. Luan me fez rir quando falou que teria que inventar uma boa desculpa para sua falta, mas que valeu a pena.