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Eva


Qualquer felicidade é melhor do que sofrer por alguém que não se pode ter.
(Amanhecer- parte 1)


Dez minutos depois que cheguei em casa, Adele bateu na porta. A folgada já sabia todos os meus horários.

Mal abri a porta, e Adele já me empurrou uma vasilha fechada.

— Trouxe salada de fruta, gosta?

— Depende, se você tiver colocado bastante leite condensado — falei abrindo a porta para ela entrar.

— É claro que eu coloquei. Já conheço um dos seus vícios.

— Já almoçou?

— Comi um sanduíche quando cheguei da academia.

— Você e suas manias de substituir o almoço por um lanche. Farei macarronada, quer ficar para almoçar comigo?

— Não precisa nem convidar duas vezes.

Ela riu.

— E por falar em convidar, Mia disse que sairemos hoje.

— Ela disse mesmo que iria te ligar para te convidar.

— Não foi você que falou centenas de vezes que não gosta de sair?

— Sim.

— E por que mudou de ideia?

— Mia não ia me deixar em paz até me convencer, então achei melhor aceitar de uma vez e acabar logo com isso.

— Ela te falou para aonde vamos?

— Nem me liguei em perguntar. Espero que seja um barzinho.

— Você ganhou um ponto. O lugar tem um bar. Mia trabalha lá.

— Mia vai nos levar para o local onde ela trabalha no dia da sua folga?

— Ela não está de folga, mas tentará tirar alguns minutos para ficar conosco.

— Por que ela não me falou isso?

— Se tivesse falado, aí é que você não iria.

— E onde fica esse lugar?

— É uma casa de show. Uma grande boate com pista de dança e direito a dançarinas de pole dance.

— É seguro?

— Você pensa que iríamos te levar para um lugar onde não fosse seguro? A boate existe a pouco tempo, mas já é o point da galera. Terei que te encontrar lá, tenho uma aula que não posso faltar. Deixarei o endereço com você. Entrega ao taxista e ele vai te deixar na porta.

Deixei uma pequena bagunça em cima da cama, tentando escolher uma roupa para vestir. Acabei optando por calça jeans com cintura baixa e uma blusa preta frente única. Nos pés uma sandália estilo botinha, que só usara uma vez.

Uma maquiagem suave, apenas para dar uma cor, já que eu não era muito fã de me maquiar. Coloquei um colar simples prateado, combinando com os brincos e meus braceletes. Peguei uma bolsa pequena, apenas para colocar documento, celular e as chaves de casa e peguei o táxi.

Passava um pouco das onze, e já havia fila. Mandei mensagem para Mia avisando que eu já estava na entrada e depois segui para a bilheteria. Um segurança me barrou antes mesmo de me aproximar. Parecia um armário de tão grande que era.

— Identidade.

Peguei meu documento e depois dele fazer o tal do cara-crachá, minha entrada foi permitida. Paguei a entrada e esperei ser revistada por outro segurança, que era uma mulher. A música já dominava o ambiente, uma batida eletrônica animava quem já estava na pista.

Era a primeira vez que colocava os pés em uma boate e fiquei encantada com o lugar. Jogos de luzes deixava o ambiente à meia luz. Casais dançavam sem se importar se estavam sendo observados. Olhei meu celular para ver se Mia havia me respondido.

Havia um pequeno tumulto ao longo do balcão, que mal dava para observar as cabeças de quem estava servindo as bebidas, mas nada da Mia.

Quando meu olhar seguiu para o segundo andar, vi alguém que não esperava ver. E para a minha surpresa, ele estava me encarando.

Seu amor, meu destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora