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Eva

Com o tempo, todos os finais tristes se tornam alegres. O final triste é só para o autor parar de contar a história. Mas ela continua. Só não é contada.
(Vida comum)


Luan entrou no quarto e seguiu para a cadeira que estava ao lado cama. Fiquei observando quando ele sentou e colocou sua mão sobre a dela. Lentamente, a senhora abriu os olhos e sorriu.

— Filho, senti sua falta.

— Me desculpe, andei um pouco ocupado — sua voz era de lamentação.

— Eu entendo. Sei que está trabalhando muito para conseguir o dinheiro, mas sabe que não apoio isso. Não quero que se prejudique por minha causa.

— Mãe, temos visita — Luan falou olhando em minha direção.

— Visita? Você nunca trouxe ninguém aqui.

Achei estranho que a mãe de Luan não olhasse nos olhos dele, era como se seu olhar estivesse perdido.

Luan fez um sinal me chamando em silêncio. Atravessei o quarto e fiquei ao lado dele.

— Mãe, essa é Eva.

— Eva, que nome lindo, é um prazer finalmente conhecer uma amiga sua.

— Obrigada senhora, estou feliz em conhecer a senhora.

— Por favor, minha querida, apenas Isabel.

— Olá Isabel.

— Venha aqui, deixe-me ver como você é.

Não consegui entender o que ela estava querendo dizer com aquelas palavras.

Olhei para Luan, ele apenas balançou a cabeça e se levantou da cadeira para que eu me sentasse.

Quando me sentei, peguei a mão dela e segurei por alguns segundos. Isabel tateou meus braços até chegar ao meu rosto. Acariciou delicadamente e depois seguiu para os meus cabelos.

Por que ela estava fazendo isso?

— Você é uma jovem muita linda, não me admira que tenha mexido com o meu menino.

— O quê? — perguntei assustada.

— Mãe... — Luan a repreendeu.

— O que há de errado em falar a verdade por aqui? — Isabel sorriu — quantos anos você tem, minha jovem?

— Farei dezenove mês que vem — respondi enquanto Isabel voltava a segurar minhas mãos.

— E o que está cursando?

— Cinema.

— Deve adorar filmes.

— Sim, adoro. Gosto dos clássicos, mas não sou muito fã dos que tem mortes sangrentas.

— Eu também não gosto, mas Luan adora.

— Entendo o porque agora — falei olhando para Luan.

— O que quis dizer com isso? — perguntou Isabel.

— Nada mãe, Eva não quis dizer nada. A doutora Ângela já passou aqui para vê-la?

— Passou bem cedo. Parecia cansada, senti pelo tom de voz.

Isabel soltou um longo suspiro e soltou minhas mãos, segurando forte no colchão.

— Mãe...

Luan me empurrou para o lado e se aproximou da cama de Isabel. Ele parecia bem assustado.

Seu amor, meu destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora