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Luan

Vivo em um mundo cheio de gente fingindo ser o que não é. Mas quando estou com você, sou quem eu quero ser.
(A nova Cinderela)


Quando entrei nos corredores da faculdade, observei as pessoas olhando estranhas em minha direção, mas não liguei muito. Eles sempre estavam falando de alguém, algo que eu não me importava. Guto estava encostado na parede próxima à lanchonete mexendo no celular.

— Quem você está perturbando a essa hora? — perguntei quando me aproximei dele.

— Estou vendo minhas mensagens, todas estão falando da Eva.

Tomei o celular de suas mãos e comecei a ler as mensagens.

— Calma aí cara, se você queria ver, era só pedir.

— Quem te enviou?

— Recebi de um grupo. Quem diria que aquela garota com rostinho de anjo seria capaz de algo assim?

— Eva não fez isso — falei devolvendo o celular após ler algumas mensagens.

Olhei para os lados, procurando Eva. Sabia como era o pessoal, quando a vissem cairiam em cima dela como predadores atrás da presa. Eu precisava encontrá-la antes que alguém chegar á ela.

— Você nem a conhece.

— Conheço o suficiente para saber que isso é mentira — falei saindo de perto de Guto e voltando para a entrada do prédio.

Quando vi Eva atravessar o portão, apressei meu passo, mas não fui rápido o suficiente. Alguém aproximou-se dela e falou algo que a assustou, porque ela olhou para todos e percebeu estar sendo o centro das atenções.

— Matou o namorado por que ele não te quis? — um cara falou quando Eva tentou se esquivar.

— Não suportou ser trocada por outra garota? — uma garota falou logo em seguida.

— O próximo que abrir a boca sentirá o peso do meu soco — falei me colocando ao lado de Eva.

Ela estava pálida, procurando uma rota de fuga.

— Qual é Luan, virou defensor de assassina? — perguntou um garoto com roupa de quem acabara de sair da missa dominical.

— E você virou juiz? — perguntei estreitando o olhar para ele.

— Vai me bater? — debochou.

— Posso te mandar direto para o hospital. Quer arriscar?

Fechei meu punho.

— Calma cara, eu estava apenas brincando — disse levantando os braços em redenção.

— Coagir alguém com falsas acusações é alguma brincadeira para você?

— Está tudo bem Luan... — disse Eva colocando a mão no meu peito.

— Não está tudo bem — olhei para rapidamente para Eva e voltei a olhar para o garoto — quem andou espalhando esse boato?

— Recebi a mensagem em um grupo.

Agarrei a camisa dele e empurrei contra a parede.

— Se quiser posso te dar uma ajudinha para se lembrar.

— Estou falando sério, eu não sei quem foi.

— Terá que se esforçar mais um pouco — falei apertando ainda mais contra a parede.

Seu amor, meu destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora