Seu amor, meu destino

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Eva

Infelizmente as pessoas mais próximas, são as que mais nos ferem.
(Once Upon a Time)

Não me sentia mais a mesma depois de tudo o que me aconteceu. Demorei a deixar alguém entrar novamente em meu coração, e quando isso aconteceu, ele foi machucado da mesma maneira como foi com Filipe.

Embora doesse lembrar os momentos eu havia tido ao lado de Luan, eu decidi que precisava seguir em frente. Eu amadureci e me fortaleci. Não ia dizer que estava sendo fácil, porque não seria verdade, mas estava me esforçando.

Quando o via pelo campus, fingia que não o conhecia e fazer isso me levava todas as minhas forças. Ouvia os comentários, sabia que tinha voltado a lutar e seria uma questão de tempo até eu vê-lo passar com outra na minha frente. Não estava preparada para esse momento e evitava até pensar.

Mia conversava comigo, tentava manter minha mente ocupada, mas na maioria do tempo estava  aérea. Adele passava algum tempo comigo, mas mesmo sua panela de brigadeiro não resolvia.

Não estava comendo direito, até que tentava mas era difícil quando você já estava acostumada a ter a companhia do Luan.

Léo tinha voltado a falar comigo depois que soube do meu término com Luan, e estava sendo um bom ouvinte. Às vezes me chamava para sair, mas sempre inventava uma desculpa.

— Eva, você pode me dar uma carona? – Mia me puxou de volta para a realidade.

— O que aconteceu com seu carro?

— Confiscado por tempo indeterminado.

— Por quê? – agora ela tinha minha atenção.

— Vamos dizer que minha família anda me pressionando desde que deixei escapar que estava pensando em mudar de curso. E também porque descobriram algumas coisas que tentei esconder no primeiro período. Bobagens... Enfim, preciso ir ao centro resolver algumas pendências do trabalho e vou gastar uma pequena fortuna de táxi.

— Fica com meu carro.

— E como vai voltar para casa?

— Pego um táxi. Pode ficar com ele o fim de semana. Minha mãe está me deixando louca para que eu vá visitá-la, então vou dar uma passada rápida no mercado e depois vou para casa fazer a mala.

— Valeu amiga! – Mia me abraçou – prometo que vou entregá-lo intacto.

— Tomara mesmo. Meu pai vai ter um infarto se eu aprontar mais uma.

— Quer uma carona para o mercado, já que vou estar com seu carro?

— Vamos lá.

— Aproveita o fim de semana para curtir um pouco. Visitar seus amigos do tempo da escola... Sei lá, só não fica trancada em casa – disse Mia quando me deixou no mercado.

— Você e Adele não precisam se preocupar. Estou bem, é apenas meu coração que está machucado.

— É justamente ele que nos preocupa. Porque não dá uma chance ao Léo?

— Já falamos sobre isso. Léo é apenas um amigo. E chega de lutador na minha vida. Te ligo quando eu voltar na segunda.

Despedi-me de Mia e saltei do carro. Quando estava entrando no mercado, ouvi o barulho de um trovão. Olhei para o céu e vi o tempo começar a escurecer. Não tardaria cair um temporal e eu estava sem carro e sem guarda-chuva.

Entrei no mercado e fui direto para a seção de laticínios. Passaria apenas dois dias na casa dos meus pais, mas não queria ter que fazer compras ao voltar para casa.