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Luan

O que você sente é apenas problema seu. O que você faz para as pessoas que você diz amar, é o que realmente importa.
(Um beijo a mais)


Treinei até na academia. Guto e Rubens apareceram, mas suas caras estavam horríveis e mal conseguiam manter os braços erguidos. Acabei enviando os dois para casa cuidar da ressaca.

No início quando entrei para o mundo das lutas era apenas pelo dinheiro e necessidade de salvar minha mãe. Agora eu usava a luta como uma maneira de manter sã e fora de problemas. A única forma de não me meter em confusões era que se algo acontecesse comigo, minha mãe estaria sozinha.

Tomei uma chuveirada rápida, guardei meu material de treino na mochila e saí da academia. Como o mercado era caminho de casa, e ficava aberto a noite toda, eu poderia dar uma passada rápida.

O movimento nesse horário caía bastante, então eu não enfrentaria fila na hora de pagar. Puxei o capuz do meu casaco sobre a cabeça, saltei do carro, travei as portas e caminhei pelo estacionamento vazio até a entrada do supermercado.

Estava na seção de proteínas quando a vi entrar. Parecia que agora estávamos sempre se esbarrando nos mesmos lugares.

Usava jeans, camiseta rosa e um casaco preto. Seus cabelos estavam soltos, e mesmo bagunçado pelo vento lá fora, pareciam ainda mais lindos.

Pagamos em caixas diferentes e em nenhum momento ela olhou para os lados, estava concentrada demais em suas compras ou apenas não se importava com o que acontecia ao seu redor.

Quando saímos, nossos carros estavam estacionados em lados opostos. Dei uma rápida olhada antes de seguir meu caminho. Na metade do meu caminho, um cara passou por mim, também de capuz.

Olhei ao redor e não vi outro carro a não ser o de Eva, e era exatamente para onde ele estava indo. Meu instinto protetor me alertou, e quando dei por mim, eu estava socando o cara.

— Qual seu endereço? — perguntei depois que saímos do estacionamento.

A garota parecia estar em choque. É claro que ver uma briga como a que acontecera deveria ser uma novidade para ela.

— Se você não me falar o seu endereço, ficaremos dando a madrugada toda ou terei que te levar para algum lugar e te deixar lá. Então, o que me diz?

Eva olhou em minha direção e posso jurar que ela estivera fora do seu corpo por um longo tempo. Nos seus olhos havia medo, tristeza e algo mais que não consegui identificar.

— Vire a direita depois do viaduto, depois a sua esquerda, terceiro prédio.

Foi tudo o que ela falou. Depois seu olhar foi para a janela do carro e o silêncio voltou a reinar o ambiente.

O que ela estava pensando? Tinha me visto bater naquele cara, e isso a chocara tanto ao ponto de deixá-la paralisada?

Quando chegamos ao endereço, Eva apertou um botão e o portão da garagem abriu. Entrei com o carro e estacionei em qualquer lugar.

Eva já estava pegando as sacolas de compras antes mesmo que me oferecesse para ajudar.

Peguei de suas mãos e deixei que ela me mostrasse o caminho. Passamos pela portaria, onde um cara me olhou estranho, mas voltou sua atenção para o programa de TV que estava assistindo.

Entramos no elevador e vi quando ela apertou o botão do seu andar, cobertura, é claro. Garotas como ela adorava morar em coberturas.

Saltamos para fora e caminhamos até o final do corredor. Eva retirou um chaveiro do bolso traseiro e destrancou a porta.

Seu amor, meu destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora