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Eva


Às vezes a vida se resume em apenas um ato de insanidade.
(Avatar)


— E então, o que tem para me dizer?

— Pai, esse é Luan, um... Amigo.

Eu não acredito que eu acabara de falar isso. Minutos atrás, nós quase ultrapassamos a segunda barreira e agora eu estava apresentando Luan ao meu pai como um amigo.

— Você me faz viajar de Curitiba até o Rio, deixando uma pilha de papeladas no meu escritório para chegar aqui e encontrar amigo você com a cara de quem acabou de acordar?

— Pai, eu posso explicar.

— Quando concordei com sua vinda para o Rio, acreditei que você teria um pouco mais de juízo e responsabilidade. Vejo agora que tomei a decisão errada.

— O senhor não pode falar assim com a Eva. Fui eu quem veio aqui procurá-la — Luan tentou me defender.

— E por qual motivo você viria procurar minha filha? É ele, não é? Os cinco mil que pegou da sua conta foram para ele, não foram?

Meu pai me deixou de lado e se concentrou em Luan.

— Não sei que mentira andou contando para ela, mas não deixarei que fique forçando minha filha a lhe bancar.

— Pai, espera, não foi assim que aconteceu.

— Eu nunca pedi que sua filha me desse dinheiro.

— Garotos como você deve estar acostumado a iludir garotas inocentes.

— "Garotos como eu"? O que julga que sou?

— Parem os dois agora! — gritei chamando a atenção dos dois — eu não estou bancando ninguém, tão pouco Luan está contando mentiras. Ajudei alguém que estava precisando e pronto. O dinheiro estava lá para ser usado, e usei com algo que era importante. E de longe sou essa garota inocente que o senhor pensa.

— Algumas semanas longe de casa e olha em que você se transformou. Quando estava debaixo do nosso teto, não tinha visita de homens em seu quarto.

— Luan não anda visitando meu quarto, e se isso tivesse acontecido, sou adulta pai, já tenho idade para saber o que é certo ou errado.

— Daqui a pouco descobrirei que usa drogas, que anda vendendo seu corpo.

— Já falei para não falar da Eva assim — Luan alterou a voz.

— A filha é minha e trato como acredito que mereça. Já você, aposto que não teve educação suficiente para não se meter onde não é chamado.

— Tive educação o bastante para saber o momento que devo arrebentar sua cara se continuar a falar com sua filha assim.

— Experimenta fazer isso seu moleque e em dois tempos terei um carro da polícia para te levar daqui — meu pai ameaçou indo em direção ao Luan.

Tive que correr e me colocar entre os dois antes que o pior acontecesse.

— Ninguém fará nada aqui. Esse é meu apartamento e aqui quem grita sou eu — olhei séria para os dois — Luan vai para o meu quarto e me espera lá, preciso conversar a sós com meu pai.

— Não vou a lugar algum — disse Luan encarando meu pai.

— A mãe desse garoto deveria lhe ensinar a obedecer. Talvez nem tenha uma...

Seu amor, meu destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora