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22 de junho de 2016; 05:35.

   Ela ficou um tempo me olhando e quando me aproximei ela se afastou, então apenas fiquei olhando-a.

- Quado eu tinha treze anos, conheci o Cole por causa do Finn e ficamos muito amigos, parece clichê, mas eu não falava com ninguém, tinha uma menina que tentava mas eu nunca quis me aproximar. - falou - É o Finn era o melhor em tudo e a única coisa em que eu era a melhor, era em apronta coisa que eu fazia todos os dias e o Finn me acobertava, pra não levar esporro dos meus pais, quando eu fiz quatorze o Cole pediu pra namorar comigo.

- Continua. - falei pegando suas mãos.

- Namoramos até eu fazer dezesseis, terminamos por que ele e o Finn foram servir e eu pensei que seria melhor, quando eles foram eu voltei a ficar sozinha, por que não tinha mais o meu irmão e o amigo dele pra ficar comigo e depois de seis meses, o Cole voltou. - falou começando a chorar de novo e olhei para as nossas mãos já imaginando coisas - O Cole me procurou falando que sentia minha falta e eu falei que também sentia falta dele, mas só da amizade, ai antes dele voltar pra guerra, ele saiu pra beber com uns amigos e eu estava indo pro meu pai, ele me viu e ofereceu carona e quando eu neguei.

- Você me falou que eu fui o primeiro pra quem você se entregou de verdade depois de ter sido violentada. - falei apertando suas mãos - Foi o Cole que fez isso com você, foi ele não foi?

- Eu tentei fugir, mas ele estava bêbado e tinha um cara com ele, eu implorei chorando, pedi pelo Finn e eles só ficaram rindo enquanto faziam aquilo comigo, depois me deixaram na porta de casa e quando minha mãe me viu, ela sentiu pena e nojo de mim, minha própria mãe. - falou e eu a olhei - Ela cuidou de mim, mas depois se afastou e quando o meu pai soube, ele explodiu, por que o Cole já era maior se idade e eu uma criança, foi quando ele me levou pra morar com ele e anunciou que tinha uma filha, mas eu fui em uma festa e decidi que mudaria, foi quando eu conheci o Nate.

- Ele te apresentou a maconha. - falei.

- Primeiro a maconha, ai depois eu conheci o crack e me viciei na heroína, o Nate não gostava quando eu usava heroína, ele tinha medo que algo acontecesse comigo, então quando eu usava, ele cuidava de mim, eu praticamente morava com ele, era literalmente sexo, drogas e raps, mas o que eu tinha com ele era mais sexo. - falou chorando mais e eu respirei fundo controlando a raiva que crescia dentro de mim - Ele escondia as coisas de mim e quando eu encontrava, escondia na minha bolsa e levava pra casa, eu por fora estava maravilhosa, mas por dentro eu estava destruída, até o dia que o meu pai viu eu injetando a droga e falou que iria me ajudar, mas quando a minha mãe soube me internou sem pensar duas vezes e eu passei um ano sem ver ninguém, só o meu pai e a Behati quando eles podiam.

- Não precisa continuar. - falei abraçando-a - Se acalma, depois você continua.

- Tem que ser agora!- falou.

- Eu to aqui Deep, to aqui. - falei soltando-a e apertando sua mão.

- Quando eu te atropelei fazia três meses que eu tinha saído da clínica, todos pensavam que eu estava "curada", mas eu continuava usando heroína escondida e no dia que eu te atropelei, eu tinha visto o cara que estava junto com o Cole naquele dia e eu usei a droga como um escape e sem querer te atropelei. - falou - Quando fomos pro terraço, é você me perguntou o que tinha me feito parar e ter continuado a querer viver e não ter desistido eu respondi a primeira coisa que veio na minha cabeça e naquela hora resolvi que eu pararia com as drogas e que eu tinha um "novo" motivo para não querer desistir da minha vida.

- Qual era o seu "novo" motivo? - perguntei passando meu dedo em suas bochechas tentando limpar as lágrimas que caiam.

- Você, eu tinha feito você ficar em uma cadeira de rodas por causa de uma coisa que você não teve culpa, ai eu parei com tudo e me apaixonei por você, desde aquele dia eu estava limpa, até o dia que aquele filho da mãe te falou sobre o Twan e você nem quis me ouvir, naquele dia eu sai com o Nash e os Jacks, foi quando reencontrei o Nate. - falou soltando minhas mãos - Eu usei depois de quase um mês estando bem, sem precisar disso eu usei heroína e me senti bem, mas eu não estava bem, eu tinha perdido você, o motivo de eu ter parado, de eu ter conseguido parar sem ter que me internar e eu não quero te magoar, não quero que você sofra, não quero que me olhe com pena, com nojo.

- Não vou te olhar com pena ou nojo! - a puxei para o meu colo - Você teve uma recaída e se precisa de ajudar para parar, eu vou te ajudar!

   Ela começou a soluçar e eu passei minha mão em seu cabelo fazendo cafuné e depois em suas costas tentando acalmá-la, Aaron apareceu na porta do quarto, fiz sinal pra ele sair e fechar a mesma.

- Eu não consigo parar. - falou - Eu não quero se internada de novo.

- Vamos te ajudar. - falei - Você não está sozinha.

- Eu vou entender se você não quiser mais nada comigo, eu sei que não mereço você. - falou me soltando - Você merece alguém melhor, merece uma garota limpa e que seja uma princesinha.

   Ela se levantou e eu me ajeitei na cama olhando para meus pés e tentei raciocinar direito tudo o que ela me falou e ouvi seus soluços, me levantei segurando sua mão e fui subindo até chegar no curativo, tirei o mesmo passando o dedo por cima dos dois furos.

22 de junho de 2016; 08:27.

Autora Pov

   Cameron conseguiu fazer com que Blue dormisse e a deixou em sua cama, tomou um banho mais para pensar em tudo o que ela lhe contou do que realmente tomar banho, se vestiu e quando foi pra sala encontrou Aaron, Taylor e Chris esperando notícias.

- O que houve? - Taylor perguntou.

- Por que ela estava chorando? - Chris perguntou.

- O que ela te contou? - Aaron o encarou.

- Falei que vou ajudar ela, mas eu não sei o que fazer, não sei como ajudar a minha garota, eu nunca passei por isso, não sei se posso ajudá-la! - falou - Eu estou com medo, eu não sei explicar, eu não sei o que pensar, eu não consigo pensar em nada, nem sentir.

Invest In Us » cameron dallasOnde histórias criam vida. Descubra agora