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20 de maio de 2016; 17:45.

Blue Deep Pov

   Acordei sentindo braços em minha cintura e quando abri meus olhos vi o Nash dormindo sentado comigo apoiada em seu ombro e tentei me soltar de seus braços.

- Você se sente melhor? - ele perguntou.

- O que aconteceu? - perguntei.

- Quando eu te encontrei você estava em um canto passando mal. - falou.

- Eu tive uma recaída. - falei - Ela vai me internar de novo!

- Ela quem? - perguntou.

- Minha mãe, ela não pode saber, ninguém pode saber! - falei me virando pra ele - Por favor, não conta pra ninguém!

- Eu não vou contar. - falou - Vou ver com o Aaron um lanche pra você.

- Por que estamos aqui? - perguntei reconhecendo o quarto do Aaron.

- Não sabia onde era a sua casa. - ele riu - Então te trouxe pra cá e estamos cuidando de você.

- Obrigada. - falei me encolhendo.

- Você se lembra de alguma coisa? - perguntou.

- Deu ter encontrado um amigo. - falei sentindo a dor de cabeça - É dele ter me dado uma seringa e a borracha, depois eu curti a festa?

- Você não fumou só maconha? - perguntou assustado.

- Maconha pra mim não faz nem cosquinha. - falei.

- Deep, você já tinha usado heroína antes? - perguntou e eu comecei a chorar - Porra Deep!

   Ele me abraçou e eu o empurrei, abracei minhas pernas tampando meu rosto e ele passou as mãos nos meus braços apertando-os de leve e passou o dedo onde tinha marcas de furos e recuei fazendo-o suspirar.

- Desde quando você faz isso? - perguntou.

- Eu não quero falar. - falei virando o rosto.

- Ei, eu sei que não estive próximo ao Cameron desde o acidente, mas sei que ele gosta de você. - falou - Eu vou estar aqui se você precisar, vou te ajudar em qualquer coisa.

- Não quero sua pena. - falei.

- Quem falou que sinto pena? - perguntou me fazendo olhar para ele - Você vai superar isso, agora vai tomar banho, vou falar com o Aaron.

- Eu quero ir embora. - falei - Não quero ficar aqui, não quero encontrar ele, não nesse estado.

- Você não está bem pra sair. - falou - Quem sabe você não vai embora amanhã?

- Vocês vão me prender aqui? - perguntei.

- Você não está em um estado legal pra sair. - sorriu - Vai tomar banho.

   Ele saiu do quarto e eu fui pro banheiro, tomei um banho e me enrolei na toalha, me sentei no chão e olhei para os furos em meu braço e a marca roxa da borracha e passei o dedo de leve por cima de ambos, peguei minha roupa vendo se tinha algo nos bolsos e achei o número do Skate.

   Abri a porta vendo que o quarto estava vazio e procurei meu celular, quando o encontrei voltei para o banheiro trancando a porta e liguei meu celular, enquanto o mesmo ligava várias chamadas perdidas dos meus pais, do Finn, dos meninos chegaram e mensagens também, salvei o número do Skate e mandei.

"Me (18:46): hey skate, sabe onde o Cameron Dallas mora?"

"Drugs (18:46): claro, o que ta pegando?"

"Me (18:46): vem aqui me buscar, preciso ficar um tempo longe da vida."

"Drugs (18:47): to passando ai, vou separar sua coisas."

"Drugs (18:47): ta bem pra fazer isso de novo?"

"Me (18:48): to pagando, então fica na sua!"

   Coloquei o celular ao meu lado e sai do quarto vendo o Nash com uma roupa limpa minha nas mãos, peguei a mesma e voltei pro banheiro, a vesti e coloquei o celular no bolso, peguei minha roupa suja e sai do banheiro vendo o Nash mexer no celular.

- Ele está em casa? - perguntei.

- Acabou de chegar. - falou - Espera mais um pouco antes de ir falar com ele.

- Só quero dar um recado. - falei.

   Sai do quarto do Aaron e olhei para a porta do quarto dele que estava aberta, eu parei em frente a mesma e ele estava de costas para mim, parecia estar vendo o celular e bati na porta fazendo-o se virar e voltou a ficar de costas pra mim.

- Suas coisas estão na sala. - falou e senti as lágrimas descerem contra a minha vontade.

- Pode me ouvir, só preciso de alguns minutos. - falei.

- Seu tempo está passando. - falou e eu entrei no quarto me sentando na cama.

- Não foi só eu que te ajudei, você também me ajudou. - falei - Você está triste, eu te entendo, mas se coloque em meu lugar.

- Eu te falaria a verdade. - falou - Não tentaria nada com você enquanto estivesse namorando.

- Eu menti sim, eu errei sim, mas quando eu falava sobre nós, sobre os meus sentimentos por você eu estava falando a verdade! - falei olhando-o - Eu sempre falei a verdade sobre te amar, você foi o primeiro cara que eu amei depois de pensar em desistir da minha vida, foi o primeiro cara que eu me entreguei de verdade depois de ter sido violentada!

   Ele continuou de costas para mim, me levantei rindo de nervoso enquanto tentava controlar as lágrimas, vi o papel que tinha passado pela porta amassado no chão e voltei a olhar para ele deixando as lágrimas descerem mais e mais.

- Se você quiser desistir de nós, pode desistir, mas eu quero que saiba que eu nunca vou desistir! - falei encarando-o com raiva por continuar de costas para mim - Não vou desistir de nós, não vou desistir do amor que eu sinto por você, pode passar o tempo que for, você pode me odiar mas eu nunca, nunca vou deixar de te amar e nunca vou desistir de você!

   Chutei o pé da cama com tanta força que o mesmo quebrou, senti meu celular vibrar e peguei a mesma folha que estava amassada e uma caneta, passei a mão no rosto e escrevi outro bilhete, me aproximei dele colocando o bilhete em seu colo e sai do quarto sem olhar pra trás.

   Na sala vi o Aaron, Taylor, o Nash, alguns meninos e o garoto que contou para o Cameron sobre mim e o Twan, vi minhas três malas e minha bolsa no canto e Aaron se levantou vindo até mim e me afastei, fui até minha bolsa peguei a chave que o Cameron tinha me dado e dei para ele.

- Não deixe ele desistir de voltar a andar. - falei - Cuide dele por mim, por favor.

- Não posso deixar você ir depois do que aconteceu. - falando indo em direção a porta.

- Estão me esperando lá em baixo. - falei - Qualquer dia a gente se esbarra.

   Peguei as malas parando em sua frente e ele se afastou da mesma, as empurrei até chegar no elevador e quando o mesmo chegou as coloquei para dentro e quando cheguei no térreo, o porteiro me ajudou a colocar no carro de Skate que me encarou confuso.

- Pra onde você vai? - perguntou.

- Posso passar um tempo na sua casa? - perguntei.

- Pra depois sumir de novo? - ele riu.

- Preciso pensar, de um tempo. - falei.