CAPÍTULO 2

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Lili entrou e se sentou antes mesmo que eu há convidasse é, ela estava bem chateada.

- como você pode, achei que éramos amigas, ontem mesmo você disse que nós nunca nos separariamos.

- Lilian calma ok, eu só não estava bem hoje...e hoje foi o único e primeiro dia que eu não atendi você.

- e pretendia se despedir quando de mim?!

- que...você vai se mudar?

- palhaça.

- estou conversando direito com você.

- não eu...mas você, você vai se mudar e nem pra me contar poxa.

Eu comecei a rir, Lilian não poderia ter inventado uma desculpa mais horrível pra aparecer aqui do nada.

- ok, eu não gosto de visitas surpresas mas não precisava fazer esse belo espetáculo, eu estava ficando assustada.

Lilian ficou calada apenas olhando para mim, eu entendi que ela não estava brincado, entendi que ela estava querendo expressar alguma coisa mas não sabia oque.

- Lili respira ok, agora me conta des do começo oque você quer dizer.

- hoje de manhã, eu estava voltando do meu curso de espanhol quando vi seu pai entrando na agência de viagens, eu o cumprimentei e disse vai viajar ele me disse em alto e bom tom que vocês estavam contando os dias para a viagem. Eu perguntei pra onde vocês iriam ele disse que era surpresa.

Eu estava digerido cada palavra que Lilian disse mas eu continuei sem entender nada, meu pai odiava viagens e ele nunca sairia daqui foi aqui em que ele conheceu minha mãe e foi aqui que eu nasci, ele nunca sairia.

- ele estava brincando com você sua boba.

- e porque ele estaria entrando lá.

- meu pai é sócio da empresa dele, quando alguém vai viajar a função de organizar tudo é dele.

Ela suspirou e suas bochechas ficaram mais rosadas, talvez pelo constrangimento.

- está com fome?! Vem vamos fazer um lanche.

- achei que você não estava afim de conversa hoje.

- e não estou mas, sei que se eu te mandar embora você não vai.

- não mesmo.

Ficamos conversando até umas 16:20 da tarde, depois ela teve que ir, eu subi para o quarto, deitei na cama e sem ao menos esperar eu pego no sono.

**************

Acordei com o vento soprando e fazendo a aba da janela bater com força, já estava escuro a luz da lua iluminava meu quarto o fazendo ficar mais ainda aconchegante.

Desço as escadas lentamente e encontro meu pai sentado no sofá com o seu notebook aberto, sua expressão era tensa mas assim que me viu sorriu.

- filha, desculpe cheguei meio tarde e não quis acordar você.

- acordei com o barulho da minha janela, está vindo um temporal pra cá.

Disse fechando a enorme cortina que tínhamos na sala.

- filha senta aqui um pouquinho.

Eu sabia estava demorando, oque ele vai tirar de mim agora...celular, computador, privacidade?

- pai, eu sei que estou fazendo tudo errado ultimamente ok, mas eu prometo que...

- Lorena não, não é nada disso.

- não? Olha se for sobre minhas férias pai, tudo bem eu fico uns dias na minha tia, uns dias e não minhas férias...

- Lorena me escuta

Eu pude sentir firmeza em sua voz, sua cara não era uma das melhores, mas seja lá oque ele fosse disser ele tinha a plena certeza, ele estava decidido.

- hoje de manhã eu não fui trabalhar, eu fui na agência de viagens...

Lilian veio em minha mente, todo o seu nervosismo agora estava em mim, eu estava calma, não queria tirar conclusões precipitadas talvez nada do que eu estava pensando fazia sentido.

- eu comprei duas passagens.

- pai... eu não quero... viajar nas minhas férias, eu vou ficar e... me divertir por aqui mesmo.

- Lorena, você não é mais criança e sabe que eu jamais deixaria você viajar sozinha, você não tem idade e nem experiência.

- então...

- duas passagens Lorena, uma pra mim e outra para você.

- eu não sei o que você está querendo dizer pai.

- filha tá na hora, nosso luto não pode durar pra vida toda, não vamos esquecer sua mãe jamais, mas eu preciso viver... você precisa viver.

- pai, eu tenho uma vida aqui amigos, família, recordações você não pode tirar isso de mim.

- é pro seu bem querida.

- não, isso não está fazendo bem nenhum eu não vou.

- você vai. - ele tirou duas passagens do bolso- Lorena Rodrigues da Silva essa passagem é sua e você vai.

Eu subo correndo para meu quarto batendo a porta com toda a minha força, meu pai virou meu inimigo.

Lilian estava certa, como eu pude ser tão inocente, todo aquele papo de lugares internacionais que ele avia comentado comigo todos os dias, sua empolgação em saber que vai ganhar o triplo do seu salário... burra.

Pego minha caixinha em baixo da cama, uma caixinha que eu tenho des dos meus 12 anos, abro com todo cuidado e lá estava.
Uma foto que eu guardava com todo carinho, era do natal minha mãe ainda estava viva e nesse dia toda a família se reuniu, Me senti especial.

Coisa que eu não me sentia a um tempo.

O Filho da Minha MadrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora