CAPÍTULO 16

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O filme até que era legalzinho, tirando as partes em que eu não conseguia acompanhar, as legendas passavam muito rápido.

O quarto estava escuro, os créditos do filme estava rolando os pacotes dos salgadinhos e guloseimas estavam no chão e agora sim o quarto estava uma bagunça.

- é... o filme acabou.

Disse ele aproximando, ainda era possível sentir seu perfume, parecia que o cheiro estava no quarto, na cama, nas cortinas em tudo.

Ele desliza sua mão em meu rosto com os olhos fixados nos meus.

- Anthony não, para.

Tirei sua mão do meu rosto, tentando sair da cama, mas ele como sempre me puxa pela cintura me fazendo deslizar novamente para cama em seu lençol de seda.

- ei, porque não? Estamos sozinhos amor ninguém vai ficar sabendo.

Ele novamente tenta me beijar mas eu levo minha mão ao seu rosto dando - lhe um tapa estalado, o mesmo leva a mão até o local que se encontrava vermelho, saio da cama rapidamente.

- porque você fez isso sua maluca?!

- eu falei que não, e você forçou.

- Girl with no concept, fuck.

- foda - se você, eu quero ir em bora agora.

- vai...contando os postes.

Abro a porta batendoà com força, desço as escadas pisando firme eu sentia meu rosto queimando e as lágrimas querendo descer.

O portão estava aberto, eu não conhecia nada aqui, a rua estava escura e sem movimento algum.

Após andar algumas avenidas encontrei uma parada de ônibus, não tinha ninguém e era escura também mas no momento era a minha única alternativa.

Sento-me no banco e fico lembrando do que aconteceu minutos atrás.

Eu poderia ter evitado tudo aquilo se beijasse Anthony mas eu não consegui, lembrei da sua possível vingança, e de que seríamos praticamente irmãos agora.

ok eu fiquei com ele, mas fiquei na intenção de que logo voltaria a São Paulo e de que aquilo não fosse passar de uma diversão.

Mas eu não voltarei mais, aqui agora é minha casa e mesmo nós não sendo irmãos de sangue eu o veria diariamente eu conviveria com ele, nunca poderia ser um namoro normal daqueles que não precisamos nos ver todos os dias, daqueles que sempre tem novidades para contar uma para o outro, o frio na barriga de estar indo conhecer a sogra ou o sogro, fora que seríamos mortos pelo nossos pais.

Vejo um ônibus vindo ao longe e faço sinal para o mesmo parar.

- go to Sheraton Los Angeles Downtown ?

Meu pai me ensinou a dizer essa frase sempre que eu estiver perdida.

- no girl

Ele fecha novamente e se vai, eu estava começando a ficar com medo, a rua estava realmente escura.

Eu estava com meu celular e pouco dinheiro no bolso, encolhida no último banco.

Ao longe vejo um farol alto, era uma moto em alta velocidade pensei em ser o meu fim, eu iria entregar tudo...tudo oque eu tivesse meu telefone e esse dinheiro não valia mais que minha vida.

A moto para em minha frente, o motoqueiro me olhava e ficava acelerando no começo pensei em ser o Anthony mas não, não era ele.

O motoqueiro levanta a viseira do capacete, o mesmo tinha olhos castanhos claros o seu olhar dava medo.

- está perdida gatinha?

Continuo sem me mover, na minha mente qualquer movimento seria brusco.

- sobe aqui vem...eu te dou uma carona.

- não...abrigada,meu ônibus já está vindo.

Ele levanta a manga do seu casaco de couro, parecia olhar para um relógio.

- sinto-me em lhe informar que o último ônibus passou já faz um tempo, e...uma brasileira assim, sozinha e um perigo.

Dou um pulo ao ouvir um outro barulho de moto, que estava vindo lentamente...será que ele pediu reforço?

Seja o que deus quiser.

O segundo motoqueiro para ao lado do primeiro e tira o capacete.

Anthony...graças a deus, nunca fiquei tão feliz ao vê-lo.

- algum problema amor?

Anthony diz olhando seriamente para o motoqueiro.

- ela é sua meu camarada? Cuide mais da sua garota, é um perigo ela ficar andando sozinha a essa hora.

- bom...eu cheguei, não precisa mais se preocupar.

O motoqueiro da duas aceleradas em sua moto e sai praticamente voando com toda aquela velocidade.

- vamos, sobe Lorena.

disse Anthony frio, sem nenhuma expressão em seu rosto.

- eu não vou subir na sua moto.

O orgulho falou mais alto.

- eu até te deixaria aqui, mas eu não posso você viu aquele motoqueiro?! Espero que tenha notado que suas intenções não eram das melhores.

Disse ele com os dentes cerrados.

- eu já disse que não vou.

- não me faça descer e te pegar a força.

Dou um sorriso de deboche, apenas para provocar, mas o mesmo põe e moto no cavalete e desce vindo em minha direção.

- fica longe de mim, se não eu grito.

- fique a vontade, as paredes dessas casas são bastante grossas, não dará pra ouvir nem ruído de sua voz.

Ele me pega no colo e eu começo a me debater.

- me solta seu estúpido.

- só tenho que te largar no hotel, sã e salva depois eu sumo da sua frente.

Eu não queria isso de maneira alguma, por mim eu o via todos os dias, todas as horas.

Ele sobe na moto girando a chave e ligando a moto.

- segura em mim Lorena.

Eu estava segurando no ferro de trás e pra mim estava ótimo.

- para de birra vai, essa ferro não é seguro eu vou sair com a moto e você vai cair para trás.

Eu realmente vi a possibilidade disso acontecer então, segurei em sua cintura.

Em segundos estamos na frente do hotel, Anthony desceu e me ajudou em seguida.

- desculpa por ter dito aquelas coisas pra você.

Ele não estava nem ao menos olhando para mim, sei que ele deveria estar esperando uma desculpa de minha parte também mas eu não sabia oque dizer.

- se cuida.

Ele dá um beijo em minha testa e sobe em sua moto ligandoà.

- Anthony...

Tentei chamá-lo mas era tarde, Anthony já tinha se ido.

O Filho da Minha MadrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora