CAPÍTULO 28

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Eu já tinha terminado de fazer meu tema.
O vento lá fora soprava bravamente e relâmpagos clareava todo meu quarto.

Era 16:27 da tarde,mas pela tempestade parecia já ser de noite. Vou para o banheiro tomar um banho e já me arrumar para ir ao Colégio.

Ponho uma calça preta com uma blusa fina de manga longa, meus tênis, faço minha maquiagem ponho um perfume pego minha mochila e desço já ouvindo o barulho da chuva forte caindo sobre o telhado de casa.

- Socorro,meu pai está em casa?

Digo alto o bastante para que ela pode-se me ouvir da cozinha.

- não minha querida, ele saiu já faz um tempo.

Diz ela vindo com um rodo e um balde em suas mãos.

- tudo bem,obrigada.

- quer que eu chame um táxi pra você?

- não Socorro é que...eu esqueci de pegar dinheiro com meu pai.

- sei onde fica o dinheiro para emergência meu bem depois voce repõe,o mais importante é o seu futuro eu não estudei e olha onde estou agora.

Ela pega o telefone do gancho, parecia ligar para alguém.

- alô por favor,poderia mandar um táxi aqui no bairro Echo Park, casa número 167.

Ela encerra a ligação e eu agradeço.

Após alguns minutos o carro chega dando duas buzinas no portão.

- o táxi chegou Socorro, muito obrigada depois sem falta eu devolvo.

Ela me dá um sorriso e eu o devolvo, comprimento o taxista que em poucos minutos me deixa em frente ao portão da escola.

Hoje o movimento era menor, o barulho de centenas de passos caminhando, algumas pessoas cochichando uma com as outras, mas nada diferente de ontem.

- hello Lorena.

Disse uma das meninas que conheci ontem.

- hello.

Sorrio e continuo o meu caminho, hoje teria matemática no primeiro período, isso realmente era desanimador.

Entro na sala ponho um papel na mesa do professor que por acaso não se encontrava presente e escolho uma mesa no final da sala.

Emanuelle não estava na sala, talvez ela estivesse fazendo uma matéria diferente da minha e na minha opinião qualquer uma é melhor que matemática.

Alguns minutos depois entra uma moça, aparentava ter uns vinte e poucos anos morena com uma roupa casual.

Ela olha diretamente pra mim pedindo para que eu tirasse meu fones de ouvido.

- bom vamos começar de onde nos paramos na semana passada, e voce moça pode se sentar com alguém pra pegar matéria...se não der pra terminar hoje tudo bem o importante é que você tenha isso no caderno, lembrando pessoal que isso cairá na prova.

Ela volta a sentar em sua mesa enquanto todos os alunos abriam os livros, ninguém tinha se manifestado para me ajudar e eu continuava sentada de cabeça baixa como uma menininha que acabará de entrar em sua primeira escola.

- Sorry to bother you...

Sinto mãos tocar meus ombros, viro para traz me deparando com um lindo par de olhos castanhos.

- Yes?

- Do you want to sit by my side to copy the material?

( Você quer se sentar ao meu lado para copiar o material?)

Sorrio e me sento ao lado do mesmo, toda turma estava olhando mas não liguei. Além dele ter sido o primeiro a me oferecer ajuda era dono de uma beleza extrema.

As contas realmente eram todas difíceis, eu teria que estudar muito para tentar entendê-las Mas como eu aprendo muito rápido as coisas eu não estava muito preocupada com isso .

O sinal tocou minutos depois, iniciando a aula de artes com a professora Maribel, uma senhora muito simpática que ao me ver entrando na sala me cumprimentou e me desejou boas vindas.

No fundo da sala vi a Emanuelle, parecia triste e sem a mínima vontade de fazer qualquer coisa.

Chego perto da mesma silenciosamente e me sento.

- Emanuelle voce está bem?

- não, nem sei porque vim hoje.

Ela se levanta pegando sua mochila e saindo bravamente.

- Emanuelle Cristina.

A professora diz assustada após as duas se baterem de frente, Emanuelle continuou a sua trajetória deixando para traz a professora com a boca entre aberta e vários papéis derrubados ao seu redor.

Me levanto e vou atrás dela.

- Emanuelle, espera.

Ela estava indo em direção a saída, eu há alcanço e puxo seu braço.

- hei, oque ouve com você?

Seus olhos estavam cheio de lágrimas, ela se desvia de mim sentando em um banco próximo de onde estávamos.

- se abre comigo, talvez eu possa ajudá-la.

- tem traste na área.

- há, sou profissional nesse assunto, oque aconteceu?

- eu estava ficando com um garoto que eu conheci aqui há dois anos e do nada o safado some...evapora.

- voce o conheceu aqui? Ele estuda aqui?

- estudava mas, ele já se formou e saiu daqui a um bom tempo.

- se ele sumiu, talvez deve ter acontecido alguma coisa.

- há aconteceu sim...Ele mentiu pra mim, descobri que ele tinha namorada ele estava mentindo pra mim esse tempo todo.

- Emanuelle, você é nova...linda, tem futuro, deve ter vários atrás de você, deixa esse cara de lado se ele mentiu pra você significa que ele não gostava de você, quem ama não mente, não ilude, não trai isso não era amor.

- eu o amava Lorena, eu o amava mas que tudo, eu até planejava apresentá-lo para meus pais.

- outro aparecerá...confia em mim.

Ela força um sorriso e deita sua cabeça em meu ombro, ouvia seu choro oprimido e mesmo não há conhecendo por tanto tempo odiava vê-la assim.

Sei que deve doer amar alguém por tanto tempo, se dedicar a essa tal pessoa para no final tudo vir a tona, e voce descobrir todas as mentiras e traições.

E é por histórias assim que eu me fechava para amores, odiava a ideia de me ver sofrendo e sem vontade de viver por causa de homem.

Minha mãe sempre dizia amasse a si mesmo para depois amar os outros.

Queria que Emanuelle pensasse assim por pelo menos alguns minutos, ela veria como a vida é fácil e não esse Bixo de 7 cabeças que todo mundo pensa ser.

O segredo é você viver pra você.




O Filho da Minha MadrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora