CAPÍTULO 22

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Cheguei no último degrau e a sala estava vazia, aproveitei para sair de fininho.

Assim que sai de casa o vento fresco bateu em meu rosto me fazendo respirar profundamente.

Eu estava com dinheiro o suficiente no bolso para comprar oque eu precisava até porque eu não iria comprar muita coisa.

Eu odiava ir com mochila pesada para escola, tipo aquelas patricinhas que falta levar a chapinha.

Pego o táxi pedindo para o taxista me levar até o centro da cidade, ele era um senhor gentil e engraçado. Falava inglês misturado com português e porai nós conseguíamos nos entender.

- you vem of brazil?

- yes, i no sei falar in english.

O senhor apenas sorriu e continuou o trajeto, eu tinha que volta pra casa preparada para ouvir sermões do meu pai.

Antes ouvir sozinha do que na frente daquela lambisgoia.

Uns 40 minutos depois o táxi para, pego o dinheiro na carteira e dou alguns dólares pra ele.

- bye.

Disse ele manobrando o carro para sair dali novamente.

- bye.

Respondo acenando para o senhor.

Eu olho em todas as direção e só conseguia ver pessoas, casais, crianças, adolescentes, idosos, pessoas andando com cachorros.

Várias pessoas entravam e saíam de várias lojas, hoje eu poderia comparar isso com um formigueiro.

Entro na primeira que eu vi, onde tinha uns cadernos lindos na vitrine.

Realmente todos eram lindos e baratinhos. Eu já tinha comprado meus cadernos, mochila, estojo, tesoura, borrachas, etc...

Em duas lojas consegui comprar o suficiente para o ano inteiro, e claro que não consegui evitar de comprar umas peças de roupas.

Paro em uma lanchonete pedindo um Hot dog e de bebida um natural pineapple juice(suco natural de abacaxi).

Já devia ser umas 16:00 da tarde, mas o centro continua lotado.

Minutos depois me pego pensando em Anthony, e agora eu me encontrava cabisbaixa me sentia solitária como na maioria das vezes.

Eu estava com raiva de mim, dele, da tal garota, de tudo na verdade.

Aquela noite tinha tudo pra ser perfeita, e seria se Anthony não estivesse me usando, me usando do jeito mais cafajeste que alguém poderia usar outra pessoa.

É Lorena...você foi usada, usada, usada, 1000 vezes usada.

Eu fazia questão de repetir essa palavra várias vezes em minha mente pra ver se eu caia na real, eu estava confusa...estava tentando inocentar Anthony de alguma forma estava tentando achar motivo pra ele ter feito isso.

O amor dele por ela poderia ter acabado, e talvez ele estivesse procurando outra paixão...outro modo de se aventurar e seguir sua vida como ele sempre quis.

Ou ele não há ama e não tem coragem de dizer isso a ela.

Mas nada justifica seu comportamento no corredor, a sua precisão de acalma-la e de explicar a situação pra ela era com um certo desespero, como se não quisesse perde-la.

Eu tinha certeza de que ele me procuraria de uma maneira ou outra,eu tinha deixado bem claro o tamanho da minha decepção e dessa vez eu não daria meu braço a torce. 

》》》》....》》》》...》》》》

Meu celular vibra me arrancando dos meus pensamentos, era meu pai e com certeza ele estava furioso.

- eu já estou voltando pra casa.

Disse querendo evitar a bronca.

- Lorena você acha que tem quantos anos? 20 garota? Quero você aqui em casa em 40 minutos, e quando você chegar vamos ter uma conversa muito séria.

Ele desliga na minha cara, ele realmente estava irritado e sei que não era só pelo fato de eu ter saído sem avisar.

E é por isso que eu não queria sair daquele hotel para ir pra casa da Carla, agora tenho que viver sempre com medo de que meu pai descubra tudo sobre mim e Anthony, isso realmente não é vida.

Viro meu copo de suco tomando até a última gota deixo uma nota em cima da mesa pego as sacolas e saio atacando o primeiro táxi que vejo passar.

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- você está de castigo e ponto final.

Disse meu pai assim que pisei meu pé na sala, dou uma olhada rápida e não vejo ninguém no cômodo.

Continuo calada para não piorar as coisas mas meu pai parecia estar engasgado, ele queria dizer algo mais.

Vou em direção às escadas de cabeça baixa, mas ouço sua voz ecoando pela casa.

- eu não terminei de falar com você Lorena.

- pai podemos conversar no meu quarto? Não quero que a vizinhança inteira saiba que você...

- que eu oque? É crime corrigir minha própria filha?

- corrigir oque pai? Eu apenas sai pra comprar meus materiais escolar...tô errada em que dessa vez?

- eu pedi pra você descer pra falar comigo antes de sair lembra? E oque você fez?

- eu desci pra falar com você mas não tinha ninguém na sala.

- e você nem gostou quase.

- pai pode falar...estou bem e estou aqui agora...fala oque você queria falar mais cedo.

- vai para o seu quarto se organiza que depois eu vou lá.

Subo às escadas lentamente.

- isso se você não fugir pela janela antes.

Não olho para trás, eu sei oque ele queria...ele queria continuação para aquela briga e eu não estava afim de brigar hoje.

Entro em meu quarto e jogo as sacolas no chão, eu estava de saco cheio do meu pai me dando sermão toda hora, em São Paulo a gente nem se via...ele não fazia questão nem de me telefonar quando não se víamos quase três dias seguidos e olha que morávamos na mesma casa.

E agora ele está dando uma de pai preocupado, aposto que Carla deva estar por trás disso...e sei que isso é só o começo.

Ouso três batidas de leve na porta.

- entra pai.

Digo alto mas não obtenho resposta.

- pai? Entra, tenho muita coisa pra arrumar ainda hoje.

O ambiente continuava silencioso, levanto da cama e chego perto da porta lentamente.

Abro a mesma não encontrando ninguém, mas assim que ia voltando piso em um pedaço de papel.

Parecia ser um envelope, dou mais uma olhada no corredor que parecia estar vazio.

Pego o pedaço de papel e entro novamente para meu quarto.

O Filho da Minha MadrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora