CAPÍTULO 35

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Ricardo.

Depois que decidi vir para Los Angeles minha vida tinha dado uma vira volta.

Antigamente eu tinha minha vida la em São Paulo, mas depois que minha mulher morreu me deixando com uma filha adolescente pra cuidar complicou um pouco as coisas.

Me sentia preso, sufocado e inútil por ver minha filha sofrendo com aquela perda, eu andava quase deprimido sofrendo muito com a perda também.

Eu e minha mulher estávamos enfrentando uma crise no casamento antes de sua morte.

Nos brigavamos muito,ela dizia que eu não tinha tempo para nossa família e que eu estava a procura de outras na rua sendo que eu estava trabalhando o dobro para comprar a casa dos nossos sonhos.

As brigas só pioravam, ficavam cada dia mais agressivas,eu claro nunca cheguei a tocar um só dedo nela mas eu perdia a cabeça e saía na noite para beber em bares qualquer.

Não tive imaturidade o suficiente para trai-la, mas no meio dessa crise apareceu uma mulher. Bonita e elegante, ela era bem de vida e mãe solteira.

Ela tinha vindo para São Paulo a negócios. Sua empresa tinha feito um contrato com a que eu trabalhava, contrato que eu não sabia qual era até meu chefe me deixar encarregado.

- Sr Ricardo, sei que você tem uma família e sei que não será nada fácil deixa las mas...essa nova empresa em Los Angeles salvará todas as outras que nos pertence e você é meu braço esquerdo aqui...confio em você como eu não confio em ninguém.

Sim, meu chefe me deixou sem saída.

Por um lado esse era o momento perfeito para eu ir e dar um tempo para minha mulher...ela se resolveria,arrumaria sua vida, e pensaria um pouco mais sobre nós.

Não seria minha primeira viagem, eu ja tinha ido há Porto Alegre, Santa Catarina, Rio de Janeiro, entre outros lugares mas nunca para tão longe e tudo há trabalho.

Eu não confirmei nada com meu chefe, mas prometi que teria uma conversa séria com minha família naquela noite.

E quando bateu meu horário 22:30 peguei meu carro e fui dirigindo em direção a minha casa pensando no que eu falaria.

Estacionei meu automóvel na garagem, abri a porta da frente que já estava aberta e me deparo com minha mulher e minha filha chorando.

No começo pensei em um assalto, ou na morte de um parente próximo.

Minha esposa não olhou para mim,ela estava agarrada em minha filha aos prantos.

- oque aconteceu aqui?

- a mamãe está doente...muito doente pai.

Gripe?virose?...

- Lorena você pode subir e me deixar a sós com sua mãe por favor?!

Minha filha subiu soluçando, eu chego perto da Cristiane pego em suas mãos e ela finalmente olha em meus olhos.

- oque aconteceu? Porque vocês estão chorando? Oque você tem?

- eu tenho câncer Ricardo, eu tenho câncer de mama.

Câncer de mama? Eu ja tinha ouvido falar nesse tipo de doença mas nunca me interecei em saber do que se tratava.

- ok - Eu estava tentando compreender por dentro,minha mente estava embaralhada e eu não sabia nem como reagir mas eu precisava acalmá-la. - vamos fazer os tratamento, eu compro todos os remédios que você tem que tomar e tudo ficará bem.

- Ricardo...Eu descobri essa doença há três meses atrás, eu ja venho fazendo tratamento o médico ja não tinha me dado muitas esperanças de que o tratamento funcionária mas eu quis tentar, por isso todos os dias tem fios e mais fios de cabelos meu espalhado no travesseiro, a sua desconfiança de eu estar grávida por estar vomitando é tudo efeito dos remédios... Eu estou morrendo,aos poucos.

Isso só poderia ser um pesadelo, a mulher com quem eu vivo há 22 anos está me deixando...assim do nada, está deixando uma filha linda de apenas 17 anos, um departamento de concelho tutelar que custaram anos de desempenho e sufoco.

- oque me resta e esperar...Eu tenho que aceitar, tenho que aproveitar o máximo de tempo com a Lorena.

Eu há abracei me entregando ao choro e ao desespero.

E é isso que eu me lembro daquela noite horrorosa, Cristiane morreu um mês depois daquela noite, e eu me encarreguei de dar ha ela os melhores momentos com a nossa filha.

Durante esses trinta e um dias eu não fui trabalhar, fiquei cuidando delas como se aquilo fosse ajudar em algo...como se aquilo fosse prolongar seu tempo de vida.

Depois da sua ida Lorena ficou depressiva, tentei dar o máximo de atenção e carinho pra ela mas tive que voltar a trabalhar pra pagar as contas pois ninguém nos ajudou no modo financeiro,Lorena também teve que voltar a estudar.

Pois fiquei com sua guarda e tinha que mostrar que eu realmente sou responsável.

Durante esses meses Carla, a tal moça que veio de Los Angeles a negócio me ajudou bastante, ela me ajudava sempre que eu precisava dês de ir ao mercado pra mim até segurar as pontas pra mim aqui no escritório nos dias em que eu não podia vim por estar resolvendo problemas de Lorena que estava a cada dia mais difícil.

Carla era realmente uma amiga verdadeira pra mim, até que em um sábado a noite ficamos até tarde no escritório pois havia muitos documentos para rever e ela veio chegando e eu fui indo...erro? Não sei exatamente mas a partir daquela noite ficamos cada vez mais próximos, mesmo quando ela teve que voltar a Los Angeles continuamos ha manter contato, um dia sem conversar com ela era um péssimo dia pra mim.

Um...dois...três...seis meses se passaram e novamente a proposta de comandar uma empresa em Los Angeles voltou, destino? Não sei, mas talvez essa seria uma boa oportunidade para mudar minha vida.

Meu objetivo não era esquecer Cristiane, jamais...Eu apenas queria virar de página...esquecer um pouco os problemas e ser feliz.

Com todo o sufoco que eu passei depois da morte da minha ex mulher, eu merecia.

Seria difícil convencer a Lorena de ir,mas a verdade é que não tínhamos mais nada pra fazer aqui.

São Paulo não tinha nada mais para nós oferecer.

O Filho da Minha MadrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora