CAPÍTULO 41

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Anthony saiu pela janela em um passe de mágica, eu não sabia explicar o porque mas eu acordei muito chateada hoje.

Mesmo depois do banho eu ainda estava sonolenta, minha vontade era de deitar novamente em minha cama e só me levantar dela quando não sentir meu corpo literalmente.

Termino de escovar meu cabelo e crio coragem para levantar, deixo a toalha escorregar pelo meu corpo enquanto escolhia uma roupa para ir ha essa tal empresa.

Coloco uma legging Preta e uma blusa larga, e pelo frio que hoje fazia levaria comigo meu sobre-tudo marrom claro.

- Lorena eu vou me atrasar por sua causa.

Meu pai voltará a forçar a maçaneta da porta, caminho com raiva a sua direção destranco a porta e fico o olhando seria deixando claro toda a minha irritação.

- ja estou pronta.

- ja era hora...vamos.

Ele se vira me dando as costas, dou um suspiro demorado tentando em vão me acalmar, pego minha bolsa e sigo o indivíduo.

*****

Já devia ser umas 15:00h da tarde, eu estava entediada sentada em uma mesa na sala do meu pai em frente a sua própria mesa, imprimindo papéis e enviando e-mails para pessoas que eu não fazia ideia de quem era.

Eu não podia mexer no meu celular, e nem ao menos ir ao banheiro ele estava literalmente de olho em mim, não tirava os olhos de mim nem por um segundo estava me sentindo uma criminosa sendo monitorada.

- eu preciso realmente ir ao banheiro.

- você está falando isso dês da hora que se sentou ai.

- talvez porque faz 7 horas que eu não vou ao benheiro?

-não preciso lembrar você das suas responsabilidades, não é mesmo?!

- não, não irei demorar.

Me levanto daquela cadeira em um pulso, meu pai estava exagerando com essa rigidez toda.

Ele nunca foi assim, aposto que tem dedo da Carla nessa história, o pior era saber que terei que aguentar isso por mais cinco dias...isso era uma tortura.

Sigo reto por um corredor, aquele prédio era enorme, a parede há minha esquerda era de vidro parecia janelas. Janelas que iam do chão até o teto e ficava abismada em pensar que meu pai estava encarregado de tudo aquilo.

- senhorita...

Sinto alguém tocar meu ombro, um garoto moreno de aparelho nos dentes sorria para mim.

- oi.

- Are you Ricardo's daughter?

Meu deus...cadê o inglês quando a gente precisa.

- eu não falo sua língua...no

- Can you deliver these papers to him?

O garoto me apontava alguns papéis com número e palavra escritas, tais quais eu nada entendi.

Eu pego os papéis me esforçando para entender uma palavra que seja, ele sorri pra mim e sai.

Eu continuo meu trajeto com aqueles papéis na mão, a vontade de ir ao banheiro era maior.

---

As 16:30 meu pai para o carro em frente ao nosso portão, felizmente meu 'turno' tinha acabado.

Eu tinha trabalhado mais que todos aqueles estagiários, estava cansada e com sono nessecitando de um banho.

- está liberada,terei que voltar pois tenho uma reunião marcada pra hoje a noite, entre abra os seus cadernos e estude. Saberei se você estará estudando ou não.

- pai pega leve, dei duro naquela empresa hoje,estou com fome estou com sono e sei la mas oque.

- filha eu exigi um castigo e não quero voltar atrás.

- não estou pedindo para que volte atras, apenas para que pegue leve não sou um robô.

Desço do carro batendo a porta e apertando o botão para que o portão se abrisse.

- esse cansaço é apenas no começo filha... você vai se acostumar prometo, te amo se cuida.

Ele acelera o carro e sai com pressa, o portão e aberto entro rapidamente logo vendo Carla sentada na sacada de seu quarto coberta por um cobertor.

- foi seu pai quem veio deixar você aqui?

Não, foi o papai Noel

- sim, era meu pai.

- ele não quis entrar?

- ele tinha uma reunião importante, mas tarde ele liga.

Ela concordou com a cabeça e voltou a se encolher na cadeira, fico surpresa por ela não resmungar ou sair xingando meu pai.

Subo as escadas indo para o banheiro e me despindo, ligo a torneira para encher a banheira enquanto isso pego meu celular ligando para Anthony.

Não tive tempo de ligar para ele hoje, mas ele não se prestou nem para me mandar uma mensagem.

Ele atende no terceiro toque, a ligação estava ruim ele parecia estar em um lugar barulhento com várias pessoas falando ao mesmo tempo.

- Anthony?!

- Hello.

- Anthony sou eu, Lorena.

- oi, aconteceu alguma coisa?

- não, está tudo bem só liguei para saber como você estava.

- estou um pouco ocupado agora, posso retornar daqui um 30 minutos ou uma hora mais ou menos?

- ok.

- bye morena.

Ele encerra a ligação, várias coisas me vem há cabeça. Eu não queria dar uma de namorada ciumenta...não sou assim, ele faz eu ser assim, faz eu ser quem não sou e isso me deixava mais insegura ainda.

Suspiro profundamente tentando me livrar daqueles pensamentos conturbado.
Desligo a torneira colocando alguns sais de banho fazendo um pouco de espuma.

Entro lentamente deixando a água molhar parte por parte do meu corpo.

Uma semana de expulsão da escola, esses setes dias tinha tudo pra ser perfeito se meu pai não fosse tão gênio para estragar.

Emanuelle também tinha sido suspensa, mas eu estava pouco me importando para ela.

Por causa dela eu vou perder provas que seriam importantes pra mim esse ano.

Por causa dela eu fui expulsa da escola que eu entrei não faz um mês.

Por causa dela estou tendo que trabalhar feito uma condenada, com mesada cortada, e ainda ter que ouvir meu pai dizendo que perdeu a confiança em mim.

Mesmo com tudo isso acontecendo, eu prometi a mim mesma que não iria me aborrecer.

Eu ainda estava em mente de voltar a São Paulo, nem que fosse a passeio, e pra isso terei que me controlar o máximo.

Los Angeles parecia ser lindo, mas morar aqui pelo menos para mim estava sendo totalmente aborrecedor.

Preciso ver rostos conhecidos, e receber abraços acolhedores...sem que seja o do meu pai.

Eu admiro muito ele, amo muito ele mas...
As vezes precisamos de alguém que nos entenda...que nos decifre em apenas um olhar.

E infelizmente esse alguém não era meu pai.

O Filho da Minha MadrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora