CAPÍTULO 43

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' -ela se foi Lorena, ela me deixou também.

Meu pai chorava feito uma criança, eu estava parada em sua frente impossibilitada de me mover.

Anthony entra correndo pela porta gritando coisas que o meu cérebro não conseguia digerir direito.

- oque aconteceu com a minha mãe, oque vocês fizeram?

Ele também estava chorando e havia muita raiva em seu olhar, minha boca estava aberta eu queria dizer alguma coisa, algo que acalma-se ambos mas eu não conseguia as palavras simplesmente não saíam da minha boca.

- oque eu faço Lorena, perdi meu segundo amor em menos de um ano.

E la estávamos nos, passando por tudo de novo, e talvez esse era meu medo dês do começo. Aquela insegurança toda,aquela tentativa de tentar separa-los, era apenas para prevenir meu pai de estar passando por isso novamente. '

- Lorena...

Me sento rapidamente me acordando daquele pesadelo horrível, meu pai estava sentado na poltrona ao lado da minha cama.

Sua expressão era de cansaço, isso era evidente por suas olheiras tão visíveis meu pai estava em silêncio, coisa que não era do seu costume.

Eu não fazia ideia do que tinha acontecido naquele hospital, eu só tinha certeza de duas coisas, primeiro que o dia amanheceu, e segundo que eu precisava urgentemente dar um abraço forte em meu pai.

Mesmo com meu abraço forte e demorado meu pai continuava em silêncio, ele estava desamparado e nesse instante eu senti falta da minha tia, ela sempre sabia o que dizer.

- pai, o que aconteceu ontem? Esperei sua ligação.

- eu ia ser pai de novo filha.

Ele abaixa a cabeça mas mesmo assim eu consigo ver lágrimas rolando pelo seu rosto e caindo ao chão.

- ia? Não entendi pai?

- a Carla estava grávida, estava com um mês e três dias, ela sofreu um aborto espontâneo.

Meu deus... oque está acontecendo? Meu pai estava ali, esperando um conselho ou uma palavra de conforto mas eu simplesmente não conseguia dizer absolutamente nada.

- desculpa filha, me desculpa por fazer você passar por isso.

- não se desculpe...a culpa não foi sua, nem sua nem de ninguém. Aconteceu pai, é uma coisa que acontece sem explicação apenas acontece.

- eu sei filha...Eu sei.

Ele me abraça forte novamente, sua roupa cheirava a hospital e seu corpo estava tenso.

- e a Carla? Como ela está?

- péssima, ela já teve alta e eu ja ha trouxe para casa ela está no quarto, tive que dar calmantes ha ela... Ela precisava dormir e não parava de chorar.

- fez bem pai, agora faz um favor pra mim?

Ele me olha sem condições alguma de fazer favor ha ninguém.

- faço sim filha.

- toma um banho, deita ao lado da sua namorada e fiquem juntos, esse é um momento em que vocês tem que permanecer juntos. Deixa o trabalho de lado pelo menos hoje, cancela as reuniões e desliga o celular, apenas fique com ela.

- é exatamente isso que eu vou fazer, eu so queria... te agradecer filha, por ter sido tão madura e ter resolvido as coisas por aqui ontem.

- eu fiz de coração pai.

Ele deposita um beijo demorado em minha testa, no canto de sua boca pude detectar um sinal quase imperceptível de um sorriso.

Ele sai do  quarto fechando minha porta, eu volto a me deitar mas não para dormir e sim para tentar digerir a notícia.

Tentei parecer o mais madura possível na frente do meu pai mas, sinto que nesse momento estou prestes a desmoronar, lágrimas começam a cair dos meu olhos abafo o barulho do meu choro com um travesseiro.

Eu não sei como a Carla deve estar se sentindo mas, eu podia ter uma noção. Perder alguém nunca é uma missão fácil.

Nos estamos ciente de que todos nós um dia morreremos mas nunca estamos preparados para perder alguém.

Oque ameniza meu sofrimento é saber que minha irmãzinha (o) está sendo bem cuidado pela minha mãezinha.

Cubro minha cabeça com o edredom, tentando controlar minha respiração meu pai sempre me ensinou a ser forte, mas eu nunca esperava que esse dia chegasse de repente e em los Angeles.

Levando indo em direção ao banheiro, tomo um banho rápido, coloco um conjunto de moletom e desço.

Minha vontade era de ficar no quarto, eu estava com receio de encontrar Carla eu não sabia de certo oque dizer para conforta-ta.

O corredor estava vazio Nem sinal de Carla e nem do meu pai, ouso barulho em um dos quartos de hóspedes concluo que deva ser a Socorro limpando.

Desço as escadas indo em direção a cozinha, o café estava servido na mesa embora ninguém esteja presente.

Eu não queria incomoda-los então resolvi não ir chama-los aliás não seria a primeira nem última vez em que eu tomaria café sozinha.

O dia estava nublado e frio para combinar com a situação, eu não tinha nada pra fazer hoje mas iria ficar em casa caso meu pai precisasse de mim.

- há você está ai, não pude entrar no seu quarto mais cedo por seu pai estar lá.

Anthony entra na cozinha com seus cabelos bagunçados e molhados.
Vestia um conjunto de moletom cinza com meias e chinelos nos pés.

- agradeço ha ele por isso.

- está chateada comigo? Porque oque eu fiz?

- nada, apenas não me ligou como disse que me ligaria, e não atendeu minhas centenas de chamadas ontem de madrugada no momento em que sua mãe estava inconsciente no chão.

- desculpa, eu não ouvi meu celular tocar, já pedi mil desculpas há minhas mãe por eu não estar aqui, e queria te agradecer por... tê-la ajudado.

- eu não fiz por você, fiz por ela...pelo meu pai.

Eu tinha perdido totalmente a fome, a xícara fria em minha mão só confirmava a temperatura do café.

- para de agir assim, como se eu tivesse cometido o pior crime do mundo, eu já estou me sentindo péssimo pelo que aconteceu com a minha mãe.

Ele baixa a cabeça e realmente parecia arrependido.

- onde você estava ontem quando precisei de você?

Ele pensa antes de falar, me deixando mais insegura ainda.

- eu estava resolvendo uns problemas.

- você tem muitos problemas para alguém da sua idade não acha?

Digo levantando e colocando minha xícara ainda cheia na pia, passo reto pelo mesmo indo em direção às escadas.

- Lorena.

Anthony me chamava em um tom alto, suas desculpas não foram suficientes para amenizar o sufoco em que passei ontem.

O Filho da Minha MadrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora