Despertar

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O espaço, em sua grande maioria, é um lugar escuro, vazio, e frio, mas que pode conter muitas belezas, como a visão majestosa de galáxias, buracos negros, nebulosas... mas, naquela noite, um ponto específico do nosso sistema solar brilhou como nenhum outro ponto havia brilhado no espaço. Mas não era um brilho de felicidade. Não era um brilho que simbolizava comemoração. Era um brilho de guerra.

O planeta Marte estava sendo atacado pelos alienígenas conhecidos como Treyqripts, apenas uma das várias raças que estavam atrás dos Cristais do Infinito. Apesar de sua juventude em comparação ao resto do universo, Marte contém um dos povos mais avançados no quesito de tecnologia, e os marcianos foram capazes de explorar os confins da escuridão cósmica tão bem que encontraram cristais cósmicos, datados da época em que o universo havia sido criado pelo Ancião Universal, entidade responsável por toda a vida. No início, os cristais foram apenas analisados de maneira extremamente cautelosa para evitar quaisquer efeitos colaterais, como explosões. Mas nada podia ser observado, além da enorme quantidade de energia que era liberada por cada um dos seis cristais, esta que não reagia com nada, não causava nada, simplesmente existia, e estava ali, como se pedisse para ser estudada, para que seu verdadeiro propósito fosse descoberto.

Os Cristais do Infinito foram levados para Marte, sendo guardados em um cofre de alta segurança nos confins do planeta, para que pudessem ser estudados em paz. Depois de muitos anos de análise, os marcianos descobriram que os cristais são incorporações físicas e cósmicas de aspectos presentes no universo, e que cada um possui o seu antônimo. O cristal verde simboliza a esperança, e seu antônimo é o cristal negro, que simboliza a tristeza. O cristal vermelho simboliza a guerra, e é contrário ao cristal branco, que simboliza a paz. Por último, o cristal roxo simboliza o lado místico de todas as coisas, bem como o mundo místico em si, e é contrário ao cristal azul, que simboliza a estabilidade, ou seja, o mundo físico, já que o mundo místico não é estável do modo que conhecemos.

A ciência fez avanços nos cristais até onde pôde, identificando os aspectos universais que estes representavam, sua energia, e seus antônimos. Depois disso, o povo marciano decidiu que era hora dos filósofos estudarem os artefatos cósmicos para que mais sobre eles pudesse ser descoberto. Assim, lendas foram concretizadas sobre a quem os cristais eram destinados. Os contos se referem a seres espalhados aleatoriamente pelo universo, que em um tempo de caos, seriam escolhidos para regerem seus respectivos cristais, e salvarem o universo de sua destruição ou dominação. Estes seres passaram a ser chamados de Guerreiros do Infinito.

Acreditando em tais lendas, os marcianos decidiram manter os cristais eternamente selados em seu cofre para que não caíssem em mãos erradas, e assim a paz no universo seria mantida, mas não foi assim por muito tempo.

As lendas marcianas sobre os Cristais do Infinito foram espalhadas pelos quatro cantos do universo, e muitos povos ficaram sabendo, se interessando pelo uso que o benefício da energia cósmica e única dos artefatos podia trazer. Porém, os Treiqrypts foram os mais ágeis, e chegaram primeiro. Atingindo o planeta com um raio de energia biológica, eles invadiram o solo marciano, carregando nada além de luvas tecnológicas que aumentavam sua capacidade natural: Biocinese, o poder de manipular a vida a um nível celular. Por isso essa raça é quase imbatível, uma vez que, se a criatura estiver viva, ela é suscetível aos ataques sangrentos e frios dos moradores do planeta Treiq. Porém os marcianos evoluíram sua tecnologia a tal ponto que conseguiram criar uma armadura com tecnologia o suficiente para barrar a manipulação de seus inimigos, assim podendo se defender.

Uma guerra surpresa se iniciou. Os marcianos não estavam totalmente carregados pois uma frota havia saído para exploração. Estavam em menor número, mas ainda tinham esperança de que poderiam vencer. Milhares de soldados em robustas armaduras lutavam contra monstros arroxeados. No meio de toda aquela confusão, caminhava o general de toda a raça dos Treiqrypts, que fez questão de estar presente para evitar falhas. Em sua mente, aquela missão não podia fracassar, e seus pensamentos eram preenchidos com os gritos de sofrimento de suas vítimas, o que lhe fez esboçar um sorriso maníaco no rosto. Sua pele era escamosa e escura, com a parte inferior arroxeada. Trajava uma armadura negra com as juntas exaurindo um brilho roxo, e sua cabeça continha três grandes chifres. Dois nas extremidades de sua testa, e um em seu queixo.

Os Guerreiros do InfinitoOnde histórias criam vida. Descubra agora