[ Desculpem o horário em que o capítulo está sendo postado, eu não consegui escrever NADA no sábado, bloqueio criativo total. ]
Yin estava sobre a nave metálica dos omnykhe naquele planeta esbranquiçado, cara a cara com uma foice que o fazia duvidar se vinha do paraíso ou do próprio inferno. Apesar das asas angelicais que cobriam seu cabo, sua coloração negra e o olho sangrento que penetrava no fundo de sua alma deixava tudo mais confuso. A primeira reação que teve diante daquele objeto aterrorizante foi ficar em posição de combate, segurando suas duas katanas. Mas o nervosismo e o medo estavam presentes em sua face como a luxúria estava estampada nos olhos de Necro. Girando a foice em suas mãos esverdeadas, se aproximava cada vez mais do kloeru, que queria atacar, mas seus músculos simplesmente se recusavam a se mexer na ofensiva. Por isso, apenas dava passos desesperados para trás, em busca de um refúgio. Numa tentativa de abafar o medo, Yin indagou:
— Onde você conseguiu essa foice?
Um sorriso perverso e diabólico surgiu nos lábios do mercenário, que empunhou a foice como se fosse um bebê, deslizando seus dedos pelo material negro com enorme afeição. Yin nunca havia visto alguém tão insano em toda a sua vida.
— Eu consegui esta gracinha em um planeta remoto chamado Scars 72G. Seu solo é arrasado pelas marcas permanentes da guerra que um dia devastou toda a sua população. Estava fazendo um trabalho simples de eliminar o chefe de uma gangue local, estavam causando problemas no comércio de meus superiores. O problema era que esse alvo que eu precisava eliminar estava tentando escapar da morte já há algum tempo. E, sabe... o céu não gosta quando as pessoas não morrem na hora certa. — A foice foi girada de modo que seu cabo se apoiasse no ombro de Necro. —Essa foice é a foice de Azrael, o próprio arcanjo da morte. Eu a encontrei dando sopa pelo local, e a roubei. Sem a foice, Azrael não é nada. Com a foice, eu sou tudo. Você não tem chance alguma.
— Você está louco... — Finalmente a coragem acordou dentro do corpo de Yin, que correu em direção ao inimigo, dando um pulo e desferindo um corte duplo com as lâminas de suas katanas, visando acertar o rosto de Necro. Este, por outro lado, simplesmente retirou a foice de seu ombro e cortou o ar, liberando uma forte onda de energia avermelhada, que foi capaz de lançar o kloeru contra a parede de metal mais próxima. Yin cuspiu sangue quando sentiu o impacto intenso de suas costas com o sólido. Sem dar tempo para que seu inimigo se levantasse, Necro se aproximou e encostou a ponta da lâmina branca da foice em sua testa, quase cortando sua pele.
— Você realmente não se lembra de mim, lembra? Garoto ingênuo... eu me lembro de você, e me lembro do seu irmão... como costumavam te chamar? Yin e Yang, não é?
Uma onda intensa de raiva subiu fervendo pelo sangue kloeruiano de Yin, o nome de seu irmão de consideração já não era mencionado por ninguém há muito tempo, e certamente não permitiria que um mercenário sujo como Necro convocasse essas palavras com tanta futilidade. Movendo na maior velocidade que podia, desviou a cabeça para o lado, de forma que sua pele não fosse cortada pelo metal. Girando suas pernas sobre o metal, deu uma rasteira no inimigo esverdeado, que caiu no chão, mas virou-se para cima quase que instantaneamente. Só não levantou pois foi impedido por um forte golpe do pomo de uma das katanas de Yin em sua barriga, fazendo com que se contorcesse de dor. Yin se levantou e limpou o sangue que ainda escorria do canto de sua boca com as costas da mão. Ficando sobre Necro, cruzou as katanas em seu pescoço.
— Não ouse mencionar o nome de meu irmão em vão. Me conte tudo o que sabe.
Numa gargalhada insana que quase fez Yin estremecer de medo, Necro finalmente revelou a verdade: — Você era irmão de sangue de Yang, como bem sabe... Eu fui contratado para leva-los para Asliunus, um planeta-indústria cuja única função é usar pessoas ilegalmente como escravos para a produção em massa. Estava precisando de kloerus para executar alguns trabalhos especiais, embora apenas o seu irmão tenha sido verdadeiramente útil. Enfim, eu matei seus pais a sangue frio no meio da noite, não eram telepatas muito habilidosos, se você quer saber. Então levei vocês para Asliunus. Porém como você ainda era muito jovem, seu cérebro não suportou muito bem a viagem de alta velocidade até outro planeta, e perdeu um pouco de sua memória. Esqueceu de seu planeta natal, esqueceu até mesmo que Yang era seu irmão. Ainda assim, vocês se deram bem como amigos em Asliunus, até que começaram a roubar de seus superiores. Teriam sido executados se não fosse por um mercenário tolo da Terra. Seu representante viu potencial em vocês e quis contratá-los como assassinos profissionais. O resto você já sabe. Vocês passaram muitos anos como ladrões, Yang se apaixonou e deixou essa vida, você acidentalmente destruiu a família de seu irmão, ele despertou seus poderes e blá blá blá... — A voz enjoada de Necro soava como se ele estivesse escrevendo a crítica de uma novela ruim e clichê.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Os Guerreiros do Infinito
Fantasy[ CENAS DE VIOLÊNCIA E FUTURAMENTE SEXO ] Os marcianos, uma raça altamente desenvolvida no campo da tecnologia - apesar da idade de seu planeta em relação ao resto do universo - , descobriram um conjunto de cristais cósmicos que datam da época em...