A conspiração dos Elfos Sombrios - Parte 1

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E lá estavam eles: Connor, Artêmis, Akemi, Aelin, Ashryn, Alec, Lylith, Yin, Ryfon e Deag Eagle, do lado de fora da nave do cruygark, nas planícies do planeta Elenyn, mais especificamente falando, na parte rural do país de Fiore. Um grande castelo se encontrava ao norte e demarcava a área da cidade central, enquanto o ar místico do planeta élfico preenchia as narinas de todos. Obviamente a mais animada era a hospedeira do cristal vermelho, Ashryn, por estar mais uma vez em sua casa e prestar finalmente o apoio que há tanto tempo desejava a seu tio. Agora que era a rainha e sabia controlar com mais perfeição os poderes de seus cristais, conseguiria governar o seu povo com responsabilidade e força. Mas estava indecisa. Sabia que precisava seguir até o destino final da viagem com os outros hospedeiros para que pudessem salvar o universo de uma catástrofe ainda desconhecida, mas também sabia que não poderia abandonar o seu povo. Hora ou outra precisaria tomar uma decisão, certamente a mais difícil de sua vida, mas o inesperado ainda estava por vir.

Para que pudessem se movimentar mais rapidamente pelos campos, todos aproveitaram a oportunidade para utilizarem seus poderes como forma de locomoção. Os hospedeiros dos Cristais do Infinito usavam suas energias específicas para cobrir seus corpos e assim levitarem até o seu destino. Alec usava a força da gravidade e Dead conseguia flutuar através de um campo de energia gerado por um bracelete tecnológico contido em seus pulsos. Porém o método mais impressionante foi o da marciana Lylith. Todos sabiam que durante o treinamento na viagem até Elenyn ela havia desenvolvido bio-tecnologias em seu próprio corpo e embora já tivesse mostrado garras metálicas que eram estendidas de suas unhas, ainda tinha muitas utilidades que deixaria para depois. Uma delas foi revelada naquele momento enquanto iam em direção à cidade: propulsores a jato foram instalados em suas mãos e pés, assim fazendo com que ela fosse capaz de se erguer a partir da energia que era liberada. É claro que no começo ela foi meio desajeitada, perdendo o equilíbrio vez ou outra e quase caindo a todo momento, mas ganhou o controle de seu próprio corpo em pouco tempo. Dead sabia que havia dado à ela estoques bem variados de tecnologia e compostos biológicos, mas não esperava que ela poderia fazer tantos avanços assim em tão pouco tempo. Marcianos têm realmente uma grande inteligência. Lylith estava pouco a pouco atingindo o seu potencial e isso fazia com que Aelin criasse uma pequena inveja, afinal ela não havia nascido com a inteligência nata dos marcianos, o que a fazia sentir-se um tanto quanto deslocada. Se não fosse pelos outros hospedeiros com os quais se identificava, não saberia o que fazer.

Levando em conta o modo como estavam se movendo pelos campos de Fiore, não demorou muito tempo para que alcançassem a cidade, e então os elfos artesãos, aqueles que não têm capacidades especiais e trabalham nas cidades, ficaram impressionados. Não era com frequência que viam algo como aquilo e todos se exaltaram ao ver que sua rainha havia voltado, estavam vivendo um tremendo terror, Ashryn só não sabia ainda. Mas curiosamente, Ryfon, seu guarda-costas da realeza mantinha um semblante facial do qual apenas Yin suspeitava desde que chegaram no planeta, porém ele sabia que ainda não era a hora de dizer nada. Iria esperar pelo momento certo.

Quando finalmente chegaram às grandes portas de madeira do castelo central do país, todos voltaram ao chão e a rainha tomou a frente, caminhando até o portão e ordenando que os guardas liberassem a passagem. Curiosamente, os dois cavaleiros prateados que usavam lanças compridas como armas ficaram confusos por um momento mas puxaram as alavancas que abriram as grandes portas, liberando a entrada para o pátio interno. Com um gesto da destra da rainha, os outros a seguiram para dentro do castelo e olhavam ao redor com admiração, a maioria deles nunca havia estado dentro de tal construção antes e sequer pensaram que estariam algum dia. Teriam se perdido lá dentro se não estivessem sendo guiados pela hospedeira que os levou corretamente até a sala do trono, onde, para sua surpresa, ela encontrou seu tio usando a coroa. Era certo que ela havia o deixado no comando durante a sua missão na Terra porém em nenhum momento ela permitiu que ele usasse a coroa. A coroa é uma peça sagrada e de extrema importância para os elfos solares, só pode ser usada por um rei autêntico, e a rainha atual era ela. "O que ele poderia estar fazendo com a coroa?", era o que Ashryn se perguntava repetidamente, mas sua simpatia a forçou a deixar tais pensamentos negativos para trás, afinal estava vendo o seu tio em tempos, era uma pessoa muito importante. Ela sorriu abertamente quando se deu conta disso e se separou do grupo, correndo em direção a ele com os braços abertos para um abraço. Era um homem com a pele levemente bronzeada e músculos definidos, sequer parecia tão velho como sua idade representava. Seus cabelos eram dourados e curtos, deixando uma franja reta acima de seus olhos, cuja íris era um vermelho bem escuro. Estava usando o manto real dos elfos solares, sendo constituídos pelas cores branca e dourado, porém havia um diferencial. Estava usando uma calda animalesca da cor negra ao redor de seu pescoço, e uma faixa vermelha em seu braço esquerdo. Eram detalhes do manto que Ashryn não reconhecera, mas preferiu deixar pra lá ao abraçar o seu tio que há tanto não via.

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