Capital estelar

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[ Capítulo postado na segunda devido a imprevistos pessoais. ]

Todos se reuniram na sala de controle da nave destruída do cruygark, que preferia sofrer calado pela sua querida amante destruída. De qualquer forma, sabia que poderia consertá-la depois, além de que não parava de pensar na possibilidade de usar a tecnologia dos omnykhes em seu meio de transporte. Seria bastante útil. A situação entre os guerreiros ainda não havia sofrido grandes alterações desde o momento em que Artêmis e Lylith foram pegas. Todos olhavam para baixo, assim como todos queriam quebrar o clima tenso que se instalava entre eles, mas parecia ser mais difícil do que derrotar mais uma vez Obscurus. Ainda não haviam perdido membros da equipe para conhecer tal sentimento, mas, lá dentro, sabiam que a esperança ainda não havia morrido. Principalmente Connor. Seu desejo de vingança o ajudava a sonhar com um futuro melhor, por mais ruim que isso possa ser.

Alec voltou da dispensa nos fundos da nave, que também estava destruída e com a entrada quase obstruída por seus próprios escombros, com um grosso livro marrom. O colocou sobre a antiga e não mais operante mesa de controles da sala, fazendo com que um pouco de poeira saísse de suas páginas. Em sua capa, havia a imagem talhada em ouro de um quadrado, com um losango sobre si. Nenhum título estava escrito. Pelo menos por aquele momento, todos direcionaram seus olhos curiosos para o livro misterioso. Dead se mantinha ao lado de Alec, de braços cruzados. Ainda tentava buscar em sua mente alguma informação sobre aquele planeta.

— Na tradução mais próxima para o planeta de vocês, esse livro se chama Densetsu. Contém lendas que são contadas de geração em geração por todo o universo. Até agora, eu penei que os omnykhes eram uma lenda também. Kanon me contava sobre eles todas as noites antes de dormir. Acho que era pra que eu tivesse medo de sair do meu planeta. E eu realmente tinha, até descobrir que nada poderia ser mais hostil que meu próprio povo.

É claro que todos ficaram curiosos para saber quem era Kanon, afinal Alec nunca falara de seus pais ou das pessoas que o criaram. Era um assunto delicado para todos, ainda mais agora que a mãe de Connor havia falecido. Por isso ninguém teve coragem de perguntar. Lylith certamente teria feito, estava sempre animada e eufórica, apesar da situação. Lembrar disso fez com que se sentissem ainda mais repreendidos, pois sabiam que ela não estava com eles. Dead era o mais insensível naquele momento, afinal foi treinado para suportar esse tipo de experiência. Então decidiu tomar a frente:

— Acho que falo por todos quando pergunto quem é Kanon, Alec. — E tossiu um pouco para disfarçar seu pequeno nervosismo. Compreendendo a pergunta, Alec se sentiu aliviado em responder e quebrar o clima tenso:

— Konan foi o homem que me criou. Meus pais morreram tentando me proteger. — Mas o tiro saiu pela culatra. E quando percebeu isso, arregalou de leve os olhos, abrindo o livro na página certa o mais rápido que pôde. Assim como Dead, ele tossiu, mas fingindo que estava ajeitando sua voz para ler a lenda. — "Existe um planeta no cosmos, chamado Opreshan. Ele é a morada da raça conhecida como Koetek, um dos povos mais tecnologicamente desenvolvidos de todo o universo conhecido. Porém, toda moeda tem o seu lado ruim, e o lado ruim dos koeteks era o Doutor Rosak. Ele discordava da filosofia de seu povo de que todos os seres vivos têm direito à evolução, e merecem auxílio. Acreditava que, se usassem a tecnologia só para si, seriam muito mais superiores, e que ajudar o próximo era um atraso de vida. Ganância definia sua personalidade. Porém, ele conseguia controlar seus impulsos, focando-se em seus próprios projetos. Mas a gota d'água transbordou seu copo quando os koeteks fizeram um acordo de paz com os marcianos, que até então eram seus principais rivais pelo título de raça mais avançada. Isso o fez enlouquecer de raiva. Tudo o que havia construído estava perdendo o propósito. Afinal, qual é o sentido de poder construir robôs de guerra se eles nunca serão usados? Seu talento estava sendo desperdiçado. E isso fez com que se revoltasse contra seu próprio povo. Na reunião de unificação com Marte, ele teve a ousadia de invadir o palácio real e interromper a cerimônia com o seu exército de robôs, propondo que os koeteks e os Marcianos se unissem a ele na criação de um novo império. É claro que ambos os povos recusaram, e uma nova guerra civil se iniciou em Opreshan. É fato que os koeteks têm muita tecnologia, mas Rosak era o comandante de seu exército. Toda e qualquer tecnologia de guerra era desenvolvida por ele, e por isso ele tinha total controle sobre elas. A guerra teria acabado se não fosse pela arma secreta dos marcianos, a única coisa que os tornava superiores aos koeteks: o Cessum. O Cessum é um olho cibernético que pode ser acoplado a qualquer marciano que tenha uma mente ou um corpo resistentes o suficiente. Ele insere todo o potencial tecnológico no corpo de seu usuário, tornando sua fisionomia completamente maleável. A partir disso, seu hospedeiro possui a capacidade da Oniforma, o poder de mudar a forma do seu corpo, sem limites. Zuult, o então atual imperador de Marte, teve a coragem de ser o hospedeiro do Cessum e salvar o seu povo das garras de Rosak, retornando para seu planeta natal. Infelizmente, os koeteks não tiveram a mesma sorte. Foram quase totalmente aniquilados por Rosak, com exceção de alguns poucos que conseguiram fugir na última hora através de naves de fuga escondidas no subterrâneo do planeta. Para concluir sua jornada de vingança, o doutor explodiu seu próprio lar com uma bomba altamente destrutiva. Agora ele vaga pelo universo com sua nova raça de robôs, chamada de Omnykhe. Seu objetivo é capturar o Cessum e usá-lo para destronar os marcianos. Além disso, os omnykhes conquistam planetas para aumentar o seu poder, e o seu pode ser o próximo. "— Aquelas palavras atingiram todos presentes como um touro raivoso. A primeira coisa a vir em suas mentes foi: por que diabos alguém contaria essa história para uma criança antes de dormir? E depois, se deram conta do que realmente estavam enfrentando. Aelin foi a primeira a se pronunciar:

Os Guerreiros do InfinitoOnde histórias criam vida. Descubra agora