CAPÍTULO 2
Como uma Lua no céu
Meus olhos seguem você
Mesmo que você não perceba
Eu sempre irei te proteger
Eu estarei ali
Iluminando seus passos
Mesmo que você
Nunca alcance meus braçosInalcançável, Fragmentos
Quando saímos do restaurante já é bem tarde. Praticamente todos já foram embora. Meus amigos se oferecem para me acompanhar até o local em que estacionei, mas peço a eles que não se preocupem comigo e, relutantes, eles acabam concordando.Tranquilamente, caminho pela rua. Embora a iluminação não seja tão forte, eu não estou num escuro total. Uma rajada de vento faz meu casaco esvoaçar e me causa um arrepio de frio. Uso as mãos para fechá-lo e as mantenho ali numa tentativa de me proteger. Quando dobro a esquina onde estacionei meu veículo e me aproximo, eu abro minha bolsa e a vasculho em busca da chave. É nesse momento que sou surpreendida por uma figura masculina que surge de repente à minha frente, saindo de trás de um carro.
- Oi, princesa - o rapaz do restaurante, que eu havia rejeitado, me cumprimenta com um sorriso.
Meu primeiro impulso é dar um passo para trás. O que aquele cara está fazendo ali? Olho para os lados e vejo que não há mais ninguém além de nós dois. Confesso que constatar aquilo me faz estremecer de um jeito ruim e minha mente começa a me alertar. Tento manter a calma. Talvez eu esteja apenas sendo paranoica.
Seja esperta, Erin.
- O que... o que você...?
- Eu só queria o seu número de telefone. - Ele me lança um sorriso tímido e passa as mãos pelos cabelos loiros. - Você é muito linda, sabia? - elogia sem tirar seus olhos azuis dos meus.
Ele parece inofensivo, para ser sincera. Sua expressão é calma e ele está com as mãos nos bolsos da calça, os ombros curvados. Ainda assim, me sinto insegura porque sei como as aparências enganam.
- Obrigada! - Forço um sorriso.
Penso em dizer que não estou interessada, mas ele certamente irá insistir e não estou com paciência para isso.
- Eu posso te passar meu número. Só que eu tenho que ir embora... Amanhã eu levanto cedo... Mas você pode me ligar para marcarmos alguma coisa! - Me esforço para parecer animada com a possibilidade.
O loiro tira do bolso da calça seu celular e eu passo para ele um número completamente inventado, torcendo para que depois disso ele me deixe em paz.
Assim que ele termina de anotar, faço menção de seguir em frente, mas uma de suas mãos se fecha em torno do meu pulso, enquanto ele usa a outra para discar. Congelo agora verdadeiramente assustada. Sei exatamente o que ele está fazendo. Está conferindo se o número é mesmo o meu. Peço mentalmente aos céus para que ninguém atenda ou que o aparelho esteja fora de área, pois dessa forma poderei dizer que meu celular está descarregado, mas não tenho essa sorte. Do outro lado, ouço uma voz de homem atender. O loiro sequer responde, apenas encerra a chamada sem tirar os olhos de mim.
- Está tentando me passar a perna, princesa? - Ele me puxa com força, enlaçando minha cintura. Sinto o sangue latejar em meus ouvidos e uma sensação ruim se apossar de todo meu corpo.
- O que você está fazendo? Me solta! - peço começando a entrar em pânico.
- Calma, amor, não vou fazer nada com você se... - ele faz uma pausa que me aterroriza ainda mais. Detesto a forma psicótica como seus olhos brilham. - Se me compensar me dando um beijo.
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Sem Canção
General FictionSINOPSE PROVISÓRIA Ao contrário da maioria das pessoas, Erin não é grande apreciadora de música. Na verdade, ela prefere o silêncio onde possa ouvir seus próprios pensamentos ao som de instrumentos e canções. Todavia, parte da sua tranquilidade a...