CAPÍTULO 23
Uma lágrima
Um riso ao contrário
Que fez mudar nosso cenário
Me fez parar de respirar
Mudou nosso agora de lugar
Uma festa para comemorar
As escolhas que faço por te amar
Escolhas, FragmentosChegamos ao local no meu carro. É claro que eu não arriscaria bagunçar meu cabelo com o capacete depois de todo o trabalho que tive para arrumá-lo.
A festa da empresa de Gabe acontece no próprio prédio onde ele trabalha. A construção imponente possui vários andares e, antes de adentrar a recepção, meus olhos se fixam na bonita fachada que carrega o logo da marca.
Quando somos liberados, seguimos direto para o grande salão. Preciso dizer o quanto estou encantada com a decoração e com a forma como a maioria das pessoas está vestida. O clima de anos sessenta paira por toda parte e é incrivelmente mágico. O som que toca é contagiante e, embora eu ainda não aprecie lugares cheios e com música alta, ali eu não me sinto deslocada. Talvez isso se deva a companhia de Gabe.
Desde que chegamos aqui, ele tem estado ao meu lado sem sair de perto de mim por um segundo sequer. Além disso, tem me apresentado a todos como sua namorada. Namorada. Gosto disso. Gosto de como namorada soa tão bem saindo dos lábios dele. É quase como poesia.
- Vou pegar um refrigerante. Me espere aqui - avisa.
Assinto. Posso ficar alguns minutos sem ele. Enquanto permaneço sentada, observo algumas pessoas dançando e um sorriso involuntário se forma em meus lábios. As moças rodopiam, fazendo as saias de seus vestidos girarem. Alguns homens estão com roupas elegantes e outros estão mais despojados como Gabe. Não reconheço a música que toca, mas até gosto do ritmo. Me movimento um pouco sobre a cadeira, mexendo os ombros e as mãos.
- Aqui está. - Gabe deposita nossos copos sobre a mesa e senta ao meu lado, passando seu braço atrás do encosto da minha cadeira.
Estou morrendo de sede, por isso entorno boa parte da bebida de uma só vez. Seguro um pequeno soluço e torno a beber o que sobrou.
- Quer mais? - pergunta com a sobrancelha erguida.
- Não, estou satisfeita.
Gabe não parece convencido e divide a metade que está em seu copo, jogando-o no meu. Sorrio agradecida.
Ficamos algum tempo apenas olhando para os casais. Gabe beberica seu refrigerante e tamborila os dedos na mesa. Parece animado com a música que toca.
- Sabe quem canta?
Ouço-a com mais atenção. A voz do cantor não me é tão estranha, mas não consigo associá-la a algum rosto conhecido.
- Ok. Não faço ideia. - Rio.
- Elvis. As músicas dele são o máximo.
- Quer dançar? - eu pergunto.
Gabe estreita os olhos para mim com um misto de surpresa e divertimento.
- Você pedindo para dançar é um marco histórico. É claro que eu vou aceitar.
Reviro os olhos, enquanto Gabe se levanta e pega minha mão. Ele me arrasta até o meio do salão e nós dois nos movimentamos ao ritmo agitado de Elvis.
- Escuta, brotinho - Gabe me puxa para perto e sussurra em meu ouvido depois de umas três danças -, que tal a gente escapar um pouco daqui?
- Tá bom - concordo sem pestanejar.
Meu vizinho/namorado pisca para mim, entrelaça seus dedos aos meus e me puxa. Nós atravessamos o mar de pessoas e ele me guia até o fundo onde há uma porta. Ele a abre e subimos um lance de escadas. Paramos num corredor, em frente a um elevador. Gabe o chama e, quando entramos, ele aperta o botão que nos leva ao quinto andar.
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Sem Canção
General FictionSINOPSE PROVISÓRIA Ao contrário da maioria das pessoas, Erin não é grande apreciadora de música. Na verdade, ela prefere o silêncio onde possa ouvir seus próprios pensamentos ao som de instrumentos e canções. Todavia, parte da sua tranquilidade a...