Capítulo 8
É só de longe que eu desejo
Mas sei que você está tão perto
Você me chama e eu te vejo
Ouço tua voz, garoto esperto
Hey, sing with me
Hey, sing with me
Hey, sing with me
Eu te ouço repetir
Canta Comigo, FragmentosA lanchonete onde levo Erin é um local totalmente anos 80, com um estilo Rock and Roll. As paredes são revestidas com cores como amarelo e um rosa sutil. Atrás do balcão há algumas guitarras penduras e alguns discos de vinil, além de fotos emolduradas com imagens de grandes astros do rock. As cadeiras são vermelhas e fazem lembrar um sofá de dois lugares; as mesas são brancas e quadradas. Uma jukebox encontra-se encostada à parede, exatamente onde há uma espécie de pista de dança.
Percebo que Erin parece bastante admirada, o que me deixa muito satisfeito. Sei que para apreciar um bom lugar e uma linda decoração como aquela não é necessário gostar de música. Simplesmente tudo ali é muito bonito e nostálgico e é quase impossível não sentir que voltamos no tempo.
- Onde você prefere se sentar?
Erin olha para os lados, procurando uma mesa que seja agradável e, assim que encontra, ela segue até ela. Eu vou atrás e me sento ao seu lado, colocando nossos capacetes no chão. Sobre a mesa, há um cardápio e Erin não perde tempo em conferir o que tem ali para pedir. Não faço ideia se ela já comeu alguma coisa no tempo em que ficou me esperando, mas, pela forma como os olhos dela parecem devorar as opções, eu imagino que não.
Uma garçonete, com uma caderneta nas mãos, se aproxima para nos atender.
- Já sabem o que querem?
Como uma menininha, minha vizinha balança a cabeça.
- Eu já. - Ela olha para mim, sorridente.
- Eu também já sei o que vou querer.
Nós dois fazemos os pedidos. Erin não se acanha e isso me deixa contente. Gosto de garotas que não têm melindres para comer e detesto quando elas deixam de serem elas mesmas para impressionar alguém. Posso ver que minha vizinha não é assim.
A garçonete anota tudo o que vamos querer e marcha até o balcão. Eu e Erin ficamos nos olhando por alguns segundos, estudando um ao outro, enquanto as vozes dos demais preenchem o ambiente. Ela exibe um sorriso encantador, e os olhos verdes dela perscrutam sutilmente meu rosto e descem até meu pingente. Delicadamente, Erin estende a mão para tocar o frio metal.
- Que nota é essa? - ela me pergunta sem tirar o olhar do pingente.
- É uma clave de sol.
Os dedos de Erin alisam o objeto e eu a observo imaginando como deve ser a sensação daqueles mesmos dedos tocando meu rosto.
- É muito lindo, Gabe - ela diz e volta a me encarar.
- Foi um presente - conto e um dos cantos dos meus lábios se eleva num meio sorriso.
- Seja quem for que o tenha dado a você sem dúvidas fez uma ótima escolha, pois ele é a sua cara.
- Você nem pode imaginar. - Aperto os lábios.
No tempo em que ficamos esperando que nossos pedidos fiquem prontos, Erin fala sobre ela. Empolgada, ela me conta mais detalhes de seu projeto e de suas intenções de se inscrever nas aulas de defesa pessoal. Descubro que faz apenas dois anos que Erin terminou sua faculdade de jornalismo e que já faz quatro anos que trabalha na revista. Ela começou lá como estagiária e foi crescendo até se tornar uma das colunistas. É muito palpável o amor que ela tem pela profissão, a forma como os olhos dela brilham revelam que ela não se imaginaria fazendo outra coisa.
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Sem Canção
Ficción GeneralSINOPSE PROVISÓRIA Ao contrário da maioria das pessoas, Erin não é grande apreciadora de música. Na verdade, ela prefere o silêncio onde possa ouvir seus próprios pensamentos ao som de instrumentos e canções. Todavia, parte da sua tranquilidade a...