Impossible

XII - Planos e revelações

Jordan Kyle sabia de coisas. Muitas coisas. Como Jace sempre havia dito para o pai.

Ele havia começando contando somente coisas que não interessavam a ninguém, mas depois com um pequeno incentivo – leia-se braço quebrado e ombro deslocado – ele realmente começou a dizer coisas que interessava as três pessoas daquela sala. E ele as surpreendeu também com o que havia dito. Surpreendeu muito.

Aparente havia uma garota, Maia Roberts, que havia usado Jordan direitinho para puxar a lealdade dele com o Herondale, se é que o garoto algum dia tinha sido leal, arrastando-o para ajudar os Morgenstern. No princípio o cara se manteve até firme e não cedeu, mas segundo palavras dele "Maia era a garota mais linda que já havia conhecido". Um idiota, na opinião de Jace. Agora, por causa dessa garota, ele estava praticamente morto.

E então ele comentou que Jonathan em pessoa veio conversar com ele, que eles estavam querendo ampliar os negócios. Queria acabar de vez com a concorrência e precisava dele para isso. Se os Morgenstern não podiam quebrar os Herondale por fora, eles quebrariam por dentro, diminuindo a área de atuação.

Era uma boa tática. Mas não ia mais funcionar. Não se dependesse de Jace, Alec e Isabelle.

Ele disse que todos, inclusive a filha daquele idiota, estavam envolvidos no esquema de tentar barrar mercadorias e de impedir que as coisas saíssem e entrasse. Pelo que ele havia dito, Clarissa era um gênio dos computadores – como Isabelle – e estava praticamente monitorando todas as entradas e saídas dos nossos computadores. Disse também que os Morgenstern estavam trabalhando em algo para acabar de vez com o nosso domínio em Nova York, mas que disso ele não sabia nada.

Jace estava chocado, Alec estava chocado e Isabelle, bem... Na mesma situação que o irmão e o primo. Eles haviam conseguido, com um cara estúpido como aquele, mais informações do que esperavam. E estavam com mais problemas do que haviam previsto.

— Devemos mata-lo? – Alec perguntou quebrando os minutos de silêncio que havia se instaurado naquele local.

— Jace disse... Que se eu... Se eu falasse tudo... Ele me deixaria... Viver. – Jordan falou com dificuldade, provavelmente a adrenalina em seu sangue estava baixando e a dor começando a ser realmente sentida. A partir de agora ele entenderia o que realmente estava acontecendo.

— Eu disse que pensaria. – Jace comentou mais no automático. Não estava de fato prestando atenção no que estava acontecendo.

O loiro estava pouco se lixando para a vida de Jordan. Se o pai quisesse matá-lo, esquarteja-lo, deixar o garoto viver, tanto fazia. Estava mais preocupado com o outro lado da história, porque se Jordan sabia tanto assim dos Morgenstern, provavelmente tinha passado muitas informações antes de Jonathan começar a contar seus planos para ele. E isso é o que realmente o preocupava.

— Jace? – Alec o chamou, mas o loiro focou em Jordan.

— Mais uma pergunta, Jordan. – os olhos do prisioneiro deles focaram em Jace com dificuldade. – O quanto de informação você passou para eles?

Pela demora que Jordan teve para responder Jace tirou duas hipóteses: uma é que ele estava com muita dor e que não estava conseguindo acompanhar o que estava acontecendo, e outra que ele estava tentando elaborar uma mentira. A julgar pela expressão dele, provavelmente estávamos lidando com a segunda opção, e isso não agradava o Herondale de modo algum.

— Nós vamos fazer o seguinte Kyle, preste bem atenção em mim. – a fala de Jace era lenta. – Eu vou chamar um médico e vou falar para ele te remendar todo. Amanhã nós dois vamos conversar novamente e você vai me contar o que disse para os Morgenstern, e só ai é que eu vou pensar se vai viver ou não. Vou pensar.