XXII - Acidentes e Armadilhas

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Clary estava com as costas doendo enquanto batia os dedos nas teclas e mantinha-se atenta as movimentações nas câmeras de segurança. Ela e Magnus, conforme determinado por Sebastian, ficariam encarregados de vigiar o local e dar algum sinal se algo estranho acontecesse... Emocionante? Nem um pouco, mas essencial, afinal... Todos sabiam que era por negligenciar a vigilância que as pessoas caiam em armadilhas e eram massacradas.

Pelo que o irmão havia a informado, enquanto estavam conversando sobre o plano, a ideia era não deixar ninguém se aproximar, enquanto eles ficavam esperando a oportunidade de emboscar os Herondale e pegar Jordan de volta. Valentim, pessoalmente, estava na entrada de um local conhecido como "entrada da Cidade dos Ossos", devido aos vários assassinatos que já haviam acontecido no lugar, obra de mafiosos e de integrantes de organizações criminosas.

O banco da van em que estavam voltou a incomodar as costas da ruiva, que não conseguia achar um jeito confortável de se sentar e prestar atenção no que estava acontecendo. O notebook estava esquentando em seu colo, mas ela não conseguia afastar seus olhos da tela nem por um segundo, mesmo com a dor, com medo de perder alguma movimentação suspeita ou algo acontecendo.

Sebastian havia garantido que a situação estava sob controle, e que a presença da irmã era somente para garantir que nada extraordinário acontecesse. O plano, em síntese, era bem simples inclusive, e realmente soava como uma missão de resgate, como ele havia dito mais cedo. Mas mesmo assim, Clarissa não era uma mulher conhecida por brincar com a sorte.

Ela e Magnus estavam encarregados de prestar atenção nas imagens e dar um sinal se algo fugisse da normalidade, enquanto alguns empregados do pai estavam circulando pelo perímetro, para evitar que nada suspeito acontecesse enquanto o resgate acontecia. Dentro do cemitério estavam Sebastian, Simon e Maia, cada um com uma equipe de pessoas, vigiando o local e prestando atenção nas entradas e saídas, bem como no pai.

Já Valentim estava posicionado na entrada das Cidade dos Ossos, local em que levariam Jordan para ser morto. O plano era pegá-los antes que entrasse, mas caso conseguissem ultrapassar as mil barreiras de homens e armadilhas que eles haviam montado, o chefe da família estaria ali para fazer o serviço de resgate.

Clary, enquanto esticava os braços, pensou que seria muito óbvio que eles fossem levar Jordan para ser morto na Cidade dos Ossos, tendo em vista que o lugar era conhecido por assassinatos e desova de corpos. Era um movimento muito nítido para alguém inteligente como o Herondale, que gostava muito de estratégias e joguinhos... Afinal, ele não teria chegado onde chegou se não fosse isso.

O pensamento continuou a incomodar a ruiva por mais algum tempo, antes que ela desviasse momentaneamente os olhos para Magnus, à sua frente, que também estava com um notebook nas mãos e um mapa ao lado, chamando o amigo.

— Magnus...

— Hm? – foi o que obteve de resposta do segurança, que sequer olhou em sua direção, de tão concentrado que estava.

— Você não acha que seria muito óbvio levar Jordan para ser morto da cidade dos ossos...

O amigo retirou os olhos da tela, olhando para Clarissa atentamente. O rosto da ruiva estava sério, com as sobrancelhas franzidas, e os olhos verdes demonstrando claramente que algo estava errado, tremendamente errado.

— Como assim óbvio?

— O lugar é conhecido por ser um "centro de abate" – a menina disse fazendo um gesto de aspas no ar – e os Herondale sabem muito bem que estamos atrás de Jordan. Não seria arriscado demais trazer o cara até o cemitério de Manhattan só para mata-lo ou jogar seu corpo? Não seria mais prudente ir para outro lugar?

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