VII - O jantar

831 56 7
                                    

Para a felicidade e alívio de Jace, ele não precisaria atirar em Isabelle. A reserva havia sido feita com sucesso e a prima ainda havia conseguido um lugar mais reservado e com uma vista mais bela da cidade. Talvez a Lightwood até ganharia um presente, caso o encontro fosse realmente bom, como ele esperava.

Clary estava surpresa com o fato deles realmente terem uma reserva e de ser em um local tão bom assim. O Taki's, com sua iluminação, estava perfeito, as paredes claras eram aconchegantes e Jace, como um perfeito cavalheiro, puxou a cadeira para que Clary pudesse se sentar no móvel confortável e elegante, afinal sua mãe o havia educado para ser um perfeito cavalheiro.

— Como você conseguiu uma reserva em tão pouco tempo? – A menina perguntou assim que se acomodaram devidamente.

— Digamos que eu tenho uns contatos. – O sorriso angelical que Jace deu deixou Clary um pouco confusa, tanto pela beleza quanto pela falta de inocência naquele rosto.

— Contatos, uh? – A menina pressionou mais um pouco. Seu irmão havia demorado semanas para conseguir uma reserva e Jace havia conseguido em um dia, algo estranho estava acontecendo.

— Ok, confesso. Minha prima conhece um pessoal que trabalha aqui e me arrumou uma reserva de última hora. Quero que saiba que, por causa disso, serei escravo dela por semanas. – O sorriso que ele deu foi encantador e Clary retribuiu com um mais encantador ainda. O rapaz seria capaz de ficar observando aquilo por semanas!

— Então faremos essa noite valer a pena porque eu não quero me sentir culpada pela sua falta de liberdade.

Jace abriu a boca para responder, mas foi interrompido pelo garçom. Era um rapaz magrelo e com cabelos ruivos, se apresentou e desejou um ótimo jantar para os dois, perguntando se estavam prontos para pedir, coisa que os dois fizeram. Jace ficou impressionado com o fato de Clary não ser daquelas meninas que comiam só salada e que tinham gravadas na memória quantas calorias tinha cada alimento. O garçom se retirou rapidamente com o pedido e os dois puderam voltar a conversar como antes.

— Então, Clarissa, conte-me mais sobre você. – Jace falou com curiosidade em sua voz. Ele realmente queria saber mais da garota, conhece-la mais.

— Pensei que viríamos aqui hoje porque você me mostraria seu lado imprudente e não para saber da minha vida. Fui enganada?

— De modo algum. Mas antes de eu ser imprudente, quero que você me conte mais sobre você, senhorita.

Clary hesitou, sem saber ao certo o que falar, afinal.... Como falar mais sobre ela, sendo que toda a sua vida parecia ser ilegal? O que ela diria? Algo do tipo: "Bom, eu moro em NY, meu pai é um mafioso que contrabandeia coisas para dentro do Estado. Ah, ele tem um caso com a mãe do meu melhor amigo, aquele que você conheceu, e mantém a minha mãe e a amante sob o mesmo teto. Meu irmão é expert em torturar pessoas e eu, de certa forma, também ajudo a coisa a funcionar direito... "

Ela não queria contar para Jace sobre o seu passado e sobre a sua vida, mas também não queria esconder nada dele, afinal.... Sentia algo intenso e não identificado ainda pelo rapaz.

— Bom, não há muito para saber sobre mim. Eu sou daqui mesmo, nascida e criada. Faço faculdade de belas artes, na Academia de Artes do Brooklyn, tenho um irmão, e de certa forma somos todos felizes. – Ela tentou não mentir. Na verdade, ela não mentiu, só não contou toda a verdade. – E sobre você?

— Não. Não. Não é possível que só tenha isso para eu saber sobre você, Clarissa. – Jace falou. Ela havia dito tão pouco de si, não poderia ser só aquilo tudo.

— O resto, meu caro, terá que arriscar para saber. Use o seu lado imprudente, sabe. – Um sorriso malicioso tomou conta dos lábios de Jace.

— Pode ter certeza que eu vou usar, Clary. Pode ter certeza.

ImpossibleOnde histórias criam vida. Descubra agora