XLIII - Pequena Bolha

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Jace sentiu uma pequena pontada em seu pescoço, sinalizando que não estava deitado no melhor local do mundo, deixando claro que ele não estava nada confortável daquele modo. Havia também certo peso em seu tronco, o incomodando um pouco e retirando-o do sono gostoso que estava, trazendo-o aos poucos para a vida real.

Abriu os olhos lentamente e de forma preguiçosa, voltando aos poucos a realidade e demorando para entender que aquele peso sobre si era Clary, e que eles ainda estavam deitados no sofá desconfortável, ou melhor, Jace estava deitado todo torto, visto que a ruiva estava completamente sobre si, parecendo muito confortável, com o rosto sereno.

Não que ele estivesse reclamando, pois havia tido talvez o melhor sexo de sua vida, e não somente pela saudade que sentia do corpo de Clary, mas pela conexão que sentiu. Era aquele velho clichê de transar com quem realmente ama e se importa, de ter a noção de que aquela pessoa ali, é o seu amor, e que você é o amor dela.

É saber que aquele momento, mesmo que completamente carnal, também tem sentimento. Que significa algo.

Ainda, havia o alívio de ver que o rosto de Clary estava mais tranquilo e calmo do que quando chegou ao local. Jace não se orgulhava de ter se rendido a aquela provocação da ruiva e ter cedido ao que ela queria, mas ao mesmo tempo, olhando de relance o modo como ela ressonava, um pouquinho de sua preocupação sumiu, dando lugar somente ao amor.

E não era somente a sua preocupação com Clarissa que sumia, aos poucos, quando estava assim com ela, mas sim tudo o que estava tirando seu sono nas últimas semanas. O medo de serem pegos, o terror de imaginar a ruiva nas mãos do pai e do tio, a raiva por Maia insistir em não falar sobre nada o que sabe... Tudo simplesmente evaporou.

Claro que sentia certo medo, não podia ignorar os riscos de manter o relacionamento com a garota, mas ao mesmo tempo, sabia que valia a pena. Clarissa valia a pena, mesmo que o futuro fosse incerto e ele não tivesse ideia de como eles iriam sustentar aquela mentira, até porque, uma hora eles iriam sucumbir, seja porque uma das famílias descobriu, ou até o relacionamento se desgastar completamente.

No entanto, aquele não era o momento de pensar sobre aquilo. Por isso, tentando se livrar daqueles pensamentos nada convidativos que insistiam em permear sua mente, o loiro abraçou Clary mais apertado, trazendo-a para mais perto de si, mesmo que fosse praticamente impossível.

Ao abraçá-la com mais firmeza, no entanto, foi surpreendido com um resmungo por parte da garota.

— Por que você está tentando me esmagar enquanto eu durmo? É o seu plano maligno me esmagar enquanto eu durmo depois de me deixar de pernas bambas? — a ruiva resmungou contra o seu peito, a voz rouca e preguiçosa.

Jace não pode impedir a pequena risada que saiu de seus lábios, seguido pelo ato de beijar o topo da cabeça de Clary. Ele estava fodidamente apaixonado por essa garota, que conseguia apagar até mesmo as suas neuras com apenas um comentário sarcástico.

— Sim, fui descoberto.... Esse era o meu plano desde o princípio.

— Bom, você poderia pelo menos me alimentar primeiro... Ninguém merece morrer com fome, nem mesmo a sua pior inimiga. — A ruiva falou aquilo se movimentando, colocando o queixo apoiado em seu peito, a fim de que eles pudesse de fato olhar.

O loiro riu com vontade, ao ver a garota fazendo piada com o fato de serem inimigos, além de que somente de ver os olhos verdes brilhando e fazendo aqueles comentários, o deixava naquele estado de espírito... Feliz.

— Suponho que você não queira ser a comida, certo? — perguntou, com um sorriso safado, levantando as sobrancelhas.

— Talvez a sobremesa. — A ruiva brincou, começando a se levantar, puxando-o em seguida. — Agora me alimente, anda!

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⏰ Última atualização: Jul 09, 2023 ⏰

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