XXVIII - O prelúdio do desastre

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Olá! Como estão? Só passando para desejar uma boa leitura e lembrá-los de votar e comentar :) 

XoXoXoXo

O café descia amargo pela garganta de Jace, esquentando seu peito naquela manhã, enquanto encarava Alexander comendo apenas com uma mão, no quarto do primo. Aquela era sua nova rotina, ir até a cozinha, pegar qualquer coisa e subir para tomar café com o melhor amigo.

Poderia ser uma pessoa consideravelmente boa e dizer que estava indo somente para fazer companhia a Alec, mas isso seria uma mentira deslavada. É claro que o loiro queria acompanhar o desenvolvendo do Lightwood e estar ao seu lado, mas também queria, com todas as suas forças, não olhar para a cara do pai, que parecia cada vez mais azeda, a cada dia que passava. Como se ele tivesse culpa daquele desgraçado do Jordan ter sumido da porra do mapa.

Nos primeiros dias em que resolveu fazer companhia ao amigo, tentou ajuda-lo a comer, mas Alec era teimoso como uma mula e quase espetou o garfo em seu olho, então passou a somente assisti-lo comendo desajeitadamente e, pouco depois, com um pouco mais de prática. O rosto do primo estava mais corado naquele dia, e aparentava estar cada vez melhor, fazendo com que Jace respirasse com mais facilidade e aquela tensão relacionada a "Alec doente" fosse aliviando em seu coração, mesmo ainda estando presente.

A verdade é que aquela pressão só iria embora depois de vê-lo como estava antes, saudável e inteiro. E provavelmente até lá Isabelle encontraria alguma coisa para lhe preocupar, porque aqueles dois não lhe davam um segundo de paz.

— Eu sei que sou excepcionalmente bonito, mas não justifica você estar parado esse tempo todo encarando minha beleza. – O dono dos olhos azuis disse com um sorriso.

— Acho que estou apaixonado por você, é por isso que estou olhando tanto.

— O que aconteceu com todo aquele doce por Clary? Passou rápido assim? – o primo brincou, e Jace revirou os olhos.

Aquele doce por Clarissa continuava ali, escorrendo todos os dias, lembrando-o do quão pateticamente estava apaixonado e como isso poderia virar e explodir em sua cara a todo momento, mas mesmo assim não conseguia diminuir nem um pouco sua afeição pela garota. Na verdade, cada dia achava que o sentimento só aumentava, o que causava muito medo nele.

Era como um trem seu freio, que só ia ganhando cada vez mais velocidade, e no final, em vez da estação, haveria um muro onde a locomotiva iria bater contra e matar todos. Afinal, Clarissa ainda não sabia de verdade quem ele era e o que fazia da vida, e quando soubesse, certamente não iria aceitar muito bem nada disso.

— Na verdade sempre tive um fraco maior por morenos de olhos azuis, a ruiva foi só um pequeno band-aid que coloquei em seus sentimentos por você.

— Então está explicado porque você sempre fica me apalpando enquanto treinamos.

Jace tentou não rir daquilo, mas não conseguiu, caindo na gargalhada em seguida. Ele sabia que há alguns anos atrás o primo havia tido um pequeno crush nele, causando um pequeno estremecimento na amizade, por um curto período de tempo, pois o loiro não conseguiu corresponder os sentimentos dele a altura. Vê-lo brincando com aquilo, com um sorriso no rosto, e todo o resquício de esperança desaparecido de seu rosto era um alívio.

Não que ele ficasse aliviado porque Alexander o incomodava, ou por se sentir ofendido com essas atitudes. Ele ficava feliz porque sabia que o primo havia encontrado alguém que realmente o entendia e o correspondia, mesmo que ambos soubessem que aquela situação era caótica, pois Alec enfrentaria o mesmo problema que o loiro tinha com Clary: as mentiras, uma em cima da outra.

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