Capítulo 10- Nada demais?

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Eu fui dormir tarde, por isso acordei um pouco tarde, mas nada para se preocupar já minha casa era perto da escola, acabei chegando só um pouco mais tarde que o normal, passei os olhos pela sala mas nada da Lucy.

- Teve notícias dela? – A Mila perguntou parando do meu lado

- Não...

- Não se preocupe, ela deve estar apenas atrasada – Apenas assenti com a cabeça, eu estava realmente preocupada, mas tinha que me concentrar na prova que estava para começar. Acabei a prova, que estava muito fácil por sinal, e nada da Lucy, acho que ela realmente não vem, a Mila pediu para que eu a esperasse, mas eu precisava ir a um lugar, mandei uma mensagem para ela dizendo que precisava fazer uma coisa e fui pegar um ônibus para a casa da Lucy, chegando lá quase quebrei a campainha de tanto toca-la, mas parece que não tinha ninguém em casa, apenas voltei para casa, estava muito cedo, então resolvi fazer o almoço e ajeitar meu quarto, que cá entre nós, você consegue achar um portal para outra dimensão lá, durante esse meio tempo meu telefone começou a tocar, olhei para o visor, era a Mila.

Call on

- Você foi na casa dela não foi?

- Bom... sim...

- E?

- Não tinha ninguém...

- Eu perguntei a coordenadora se ela tinha alguma notícia sobre a Lucy, mas ela disse que ela estava com conjuntivite, por isso ia ficar sem ir para escola, mas pelo visto era mentira...

- Pra coordenadora ter que mentir... oque será que aconteceu?

- Não se preocupe, vamos descobrir logo, só não pense muito nisso se não você vai acabar tendo um derrame, agora eu preciso ir, tchau.

- Tchau.

Call off

A Mila estava certa, precisava me tranquilizar um pouco, logo eu acabei de arrumar as coisas e fui tomar banho, depois disso eu fui almoçar e estudar, fiquei ali por um bom tempo vendo e revendo aquelas fórmulas, mas eu não conseguia me concentrar, olhei para o relógio, eram 18:00, fiquei um tempo parada olhando para ele, mas logo peguei meu casaco pronta pra sair de casa.

- Vai pra onde? – Minha tia perguntou.

- Vou levar umas anotações pra uma amiga.

- Tenha cuidado e volte logo pra casa.

- Ok – Sai de casa batendo a porta e correndo até a parada de ônibus, não sei porque, mas estava com pressa, quando eu cheguei lá as luzes da casa estavam acesas, apertei a campainha tão forte que eu achei que ia fazer um buraco na parede, um dia eu ainda quebro essa coisa, não demorou para alguém vir abrir a porta, era um senhora, ela possuía um corpo jovem, mas eu diria que tinha mais de 50 anos.

- Pois não?

- Ah...eu queria falar com a Lucy, nós estudamos na mesma sala...

- Qual seu nome?

- É Sara...

- Tudo bem, espere aqui um minuto – Eu acho que esse foi o minuto mais longo da minha vida, achei que ela não iria vir, mas logo ela apareceu, ela vestia um casaco, assim como eu, a noite estava um pouco fria, ela parou por um momento e me encarou, mas logo se despediu da senhora, que eu logo descobri que era sua avó, e saiu andando, fiquei parada por um momento mas logo comecei a lhe acompanhar, nós caminhamos em silêncio por uns dois minutos.

- Então...

- Porque você veio até minha casa?

- Eu estava preocupada...

- Ah estava? – Ela ergueu as sobrancelhas surpresa e intrigada

-Bom, é que, cê saiu do nada da biblioteca e estava chorando, eu queria saber oque aconteceu...

- Obrigada por se preocupar, mas não aconteceu nada demais... – Ela fingia estar tudo bem mas dava para ver em seus olhos que alguma coisa estava muito errada, eu parei por um momento e peguei o seu pulso para que parasse de andar.

- Nada demais? Você saiu transbordando lágrimas ontem, estava claramente desesperada e com medo, além disso você faltou hoje e a coordenadora deu a desculpa que você estava com conjuntivite, e eu posso ver claramente que seus olhos estão ótimos, tirando o fato de estarem inchados por tanto ter chorado, e você diz que nada de mais aconteceu? Tudo bem que não queira me contar, mas não diga isso... – Ela deixou de olhar para mim e abaixou sua cabeça e não disse nada, só ficou calada, seu silêncio e atitude estavam me irritando – Sabe, você disse que queria ser minha amiga, mas não é assim que amigas agem, elas não mentem uma para as outras, eu não sei qual o seu problema, mas isso está realmente me irritando, quer saber, eu vou embora – Eu estava realmente irritada, e não estava afim de ouvir o que ela tinha para dizer, eu estava prestes a ir embora...

- A MINHA MÃE TENTOU SE MATAR – Ela gritou e a frase ecoou pela rua que estava vazia – Ela se entupiu de remédio e tentou se matar, se não fosse pela vizinha que ouviu meu irmão chorando, ela... ela teria morrido... – As lágrimas caiam desesperadamente pelo seu rosto, eu corri imediatamente em sua direção e lhe abracei, não sabia o que falar - Eu preciso voltar para casa - Falou me afastando e indo em direção de volta para sua casa, decidi deixa-la ir, não iria adiantar de nada ir atrás dela, resolvi voltar para casa também, e a ideia de que aquilo que ela me falara não era nem metade do que ela passou me deixava inquieta, não consegui dormir, só pensava que no dia seguinte teria que arcar com as consequências dessa noite em claro. 

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