Capítulo 23 - Promessas

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P.O.V. Lucy

Me doía ter a Sara longe de mim, eu queria ficar com ela, estava com saudades, sabia que eu a estava fazendo sofrer, sabia que era tudo minha culpa, eu merecia essa punição que ela me dava, e eu também estava sofrendo com tudo isso, eu estava confusa de mais, me perguntava por quanto tempo mais eu teria que viver assim

Me sentei na minha carteira e logo a professora adentrara a sala

- Faremos um trabalho que será realizado em duplas – Começaram os murmúrios nas salas, as pessoas estavam animadas já escolhendo suas duplas – Que serão definidas por mim – Pode-se ouvir um coral de decepção dos alunos – Na verdade eu irei sortea-las, mas enfim, vamos lá – A professora colocou nomes em duas caixas diferentes, de uma caixa ela tirava uma pessoa da dupla e da outra caixa ela pegava a outra pessoa, não tinha um bom pressentimento sobre isso...

- Dupla número 5 – A professora fez uma pausa para puxar o primeiro nome – Sara Muller e... – Um arrepio percorreu todo o meu corpo – Lucy Blanche – Não sabia se ficava feliz, triste ou nervosa, olhei para Sara e vi que a mesma fizera o mesmo, ela recuou o seu olhar e tudo que eu pude pensar era por que diabos esses tipos de situações acontecem comigo, ao final da aula eu fui em direção a ela.

- Olha só, o trabalho é simples então vamos fazer isso de maneira que nenhuma das duas precisem se encontrar, eu pesquiso as fotos e os textos e você monta o cartaz, tudo bem? – Ela disse como se já tivesse planejado tudo

- Uau... você não quer falar comigo de jeito nenhum né? – Abaixei meu olhar

- Sinto muito, é melhor assim – Falou colocando a bolsa nas costas e saindo da sala sentei-me de volta na minha carteira e abaixei a cabeça, permitindo que as lágrimas caíssem, sim, eu mereço esse castigo, por tudo que eu estou fazendo com você.

- Amor, está tudo bem o que aconteceu? – Senti uma mão nas minhas costas não precisei levantar a cabeça para saber que era a Bia

- Não é nada...

- Nada? Você anda tão distante ultimamente, depressiva, você sabe que pode me contar qualquer coisa, eu sou sua namorada, eu vou te ajudar sempre em qualquer coisa – Não havia contado sobre a Sara para a Bia, me sentia mal por isso, mas não queria envolve-la nisso, apesar da mesma já está, mesmo sem saber – Então não vai falar comigo? Quer saber, você ta diferente, eu to fazendo de tudo para me aproximar de você e fazer com que você seja feliz, mas você continua colocando essa barreira entre a gente, assim não da, venha conversar comigo quando resolver me deixar atravessar esse muro – Ela falou e saiu da sala, ótimo, agora minha namorada também estava triste comigo, por que eu só fazia as pessoas ficarem tristes, seria melhor se eu ficasse sozinha...

Cheguei cedo na sala, não tinha ninguém ainda, coloquei meus fones e abri o meu caderno de matemática, aproveitaria o momento para estudar um pouco, fazia um tempo que eu não o fazia, mas não demorou para que lembranças de uma conversa da tarde de ontem invadissem minha mente

Flahsback on

Cheguei em casa totalmente devastada, não queria fazer nada o dia inteiro, me joguei na minha e por um momento fitei meu celular em cima da cômoda, ai dane-se eu vou ligar pra ela, uma, duas, três, até que perdi a conta de quantas vezes eu tentei ligar para ela, estava prestes a desistir, até que meu celular começou a tocar, olhei o visor, era ela...

Call on

- O que é?

- Eu realmente sinto muito por hoje mais cedo, eu estou passando por um momento difícil

- Mesmo assim Lucy, se você está passando por um momento difícil é justamente mais um motivo para que você me deixe cuidar de você, te ajudar, eu quero que você confie em mim...

- Eu confio em você...

- Então vai me contar o que está acontecendo?

- Eu não posso...

- Aish Lucy, assim eu não consigo te ajudar, sinto dizer isso mas vamos dar um tempo

- Que?

- Eu sinto muito – E ela desligara, me senti sem chão naquele momento, eu realmente consegui estragar tudo

Flashback off

Suspirei abaixando minha cabeça, ouvi algumas pessoas adentrando a sala, levei um susto com um objeto que fora jogado na minha carteira

- Aqui, você pode fazer o cartaz com isso – Falou a Sara apontando para a pasta que jogara em cima da minha carteira

- Ah, ok, ei Sara

- O que?

- Você realmente precisa fazer isso? Por que não podemos pelo menos voltar a sermos amigas e nos falarmos normalmente? – Eu realmente não estava aguentando essa distância entre a gente

- Já conversamos sobre isso, a não ser que você tenha se decidido...

- Eu não consigo fazer uma coisa dessas...

- Então acho que vamos ficar nessa pra sempre – Ela falou e virou indo em direção a sua carteira, odiava a mim mesma por ser tão idiota e incompetente, talvez eu realmente merecesse aquilo.

Naquele dia a Sara fora chamada para a sala da coordenadora e fora embora mais cedo, perguntei a Mila o que havia acontecido mas nem ela sabia, estava com um mal pressentimento, quando a aula acabou eu fui para casa, me joguei na minha cama e encarei meu celular, mas logo eliminei a ideia de ligar para ela, ela não iria me entender de qualquer forma, resolvi deixar para lá.

Uma semana se passou e a Sara não havia aparecido na escola, nem a Mila e o Ken sabiam o que havia acontecido, estávamos todos preocupados, o que teria acontecido?

Depois da aula fui direto para casa, me sentei no sofá e comecei a olhar as fotos no meu celular, até que eu achei uma foto minha e da Sara, soltei um sorriso pela expressão de tédio da mesma enquanto eu soltava um sorriso enorme, não consegui me conter, peguei um casaco e tracei meu rumo direto para a casa da Sara, precisava saber se ela estava bem.

Cheguei na frente da casa dela e bati na porta, mas ninguém me atendia, ouvi barulhos estranhos vindo de dentro, girei a maçaneta e vi que a porta estava aberta, não hesitei, entrei desesperada na casa, me deparei com a Sara no chão segurando seu pulso que estava todo ensanguentado, me aproximei da mesma e tirei o pequeno objeto cortante de suas mãos, corri para o banheiro pegando uma caixa de primeiro socorros no armário e uma toalha, voltei e coloquei a toalha em seu pulso tentando estancar o sangue

- Porque você fez isso? – As lágrimas já caiam sem que eu ao menos percebesse

- Como entrou aqui? – Perguntou com uma voz fraca

- Isso não importa, agora fique quieta

- Lucy, eu não quero mais viver, eu não aguento mais, eu estou sozinha, não tenho ninguém

- Não você não está, eu estou aqui do seu lado e sempre vou estar, sempre – Eu a abracei – Então por favor, não diga que você não quer mais viver, não faça isso de novo

Ao terminar o curativo a levei para o quarto e a coloquei na cama, me sentei ao seu lado e passava minha canhota em seus cabelos enquanto a destra segurava a mão dela, que por sinal, estava fria.

- Por favor, prometa que estará sempre ao meu lado, que não vai me deixar só

- Eu prometo – Não demorou para que ela caísse no sono, eu não quebraria minha promessa, não a deixaria sozinha de novo, mas algo me fazia temer de que isso não seria possível...


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