As aulas voltaram e a situação com a Lucy ainda estava complicada, chegamos a discutir mais vezes e nada se resolvia, achei que ela estava fazendo algum tipo de jogo comigo, tentava evita-la o máximo possível, toda vez que eu olhava para ela ou falava com ela sentia que meu coração ia explodir
-Na minha opinião o segundo é bem melhor que o primeiro – Mila e Ken discutiam sobre filmes no intervalo, e eu apenas comia o meu lanche, quando tocou nos dirigimos para sala.
- Faremos um trabalho que será realizado em duplas – Começaram os murmúrios nas salas, as pessoas estavam animadas já escolhendo suas duplas, eu já estava dirigindo a palavra para Mila quando a professora continuou a falar – Que serão definidas por mim – Ferrou – Na verdade eu irei sortea-las, mas enfim, vamos lá – A professora colocou nomes em duas caixas diferentes, de uma caixa ela tirava uma pessoa da dupla e da outra caixa ela pegava a outra pessoa, cruzei os dedos pedindo a todos os deuses existentes para ficar com qualquer pessoa menos a Lucy.
- Dupla número 5 – A professora fez uma pausa para puxar o primeiro nome – Sara Muller e... – Gelei, ela abria o segundo nome bem devagar – Lucy Blanche – Senti meu coração pular uma, ou algumas, batidas, engoli em seco e dei uma olhadinha para a Lucy que fez o mesmo, recuei o meu olhar e deixei que minha cabeça fosse de encontro com minha carteira, bem que eu poderia ser jumper né? Quando a aula acabou percebi a Lucy vindo em minha direção
- Olha só, o trabalho é simples então vamos fazer isso de maneira que nenhuma das duas precisem se encontrar, eu pesquiso as fotos e os textos e você monta o cartaz, tudo bem?
- Uau... (N/A: Alô Matheus) você não quer falar comigo de jeito nenhum né? – Ela abaixou seu olhar tristonho
- Sinto muito, é melhor assim – Falei colocando minha bolsa nas minhas costas e saindo da sala com uma enorme vontade de mandar o destino se ferrar.
Cheguei em casa e, vocês já sabem pra onde eu fui, me joguei na minha cama e fiquei lá, implorando para um meteoro caísse no meu quarto.
- Sara vem comer – Minha tia falou aparecendo na porta do meu quarto
- Não estou com fome
- Sara, faz tempo que você pula as refeições e come em horários irregulares, assim você vai acabar ficando doente – Ela tinha razão, qual fora a última vez que eu tivera uma refeição descente? – Você sabe que caso algo esteja acontecendo, você pode me contar qualquer coisa... – Ela falou se sentando ao meu lado na cama
- Eu não quero mais viver tia...
- Não diga isso, existem pessoas que se importam com você e se sentiriam tristes se você fosse embora, além do mais existem tantas coisas para você experimentar, você ainda é jovem – Ela falava passando a mão em meus cabelos – Eu não sei pelo o que você está passando, mas você precisa ser forte e ficar de cabeça erguida, tem que mostrar para a vida que é capaz de passar por qualquer coisa, entendeu? – Eu assenti sentindo as lágrimas caírem – Agora venha comer
Acordei e sentia que minha cabeça ia explodir, adoraria faltar a escola, mas não queria perder assunto, fui para cozinha e encontrei uma mala ao passar pela sala e me deparei com minha tia toda arrumada
- Por que está tão arrumada? E essa mala ai, é pra que?
- Não te contei? Eu vou viajar a trabalho
- O que? Vai me deixar aqui sozinha?
- Ai Sara, você já está velha, além do mais achei que preferisse ficar sozinha em casa
- Mas eu não quero ficar só
- Não se preocupe querida, é uma cidade aqui perto e eu volto em dois dias, quando eu voltar vamos ao shopping ou em qualquer outro lugar que você queira ta bom? – Ela falou me abraçando
- Tudo bem – Falei e me despedi dela, lembrei que tinha que ir para escola e fui me arrumar
Entrei na sala e deixei minha mochila na minha carteira, a abri tirando de lá uma pasta, me dirigi até a carteira da Lucy e deixei a pasta em cima da mesma
- Aqui, você pode fazer o cartaz com isso
- Ah, ok, ei Sara
- O que?
- Você realmente precisa fazer isso? Por que não podemos pelo menos voltar a sermos amigas e nos falarmos direito – Eu não queria ser só amiga dela e ela sabia disso e sabendo disso ela vivia me provocando e isso realmente me irritava
- Já conversamos sobre isso, a não ser que você tenha se decidido...
- Eu não consigo fazer uma coisa dessas...
- Então acho que vamos ficar nessa pra sempre – Falei e virei as costas indo em direção a minha carteira, me doía ficar sem falar com ela, mas eu não aguentava mais aquele papo de que ela não podia escolher e de que me amava e também não suportava mais suas provocações, ela definitivamente estava fazendo algum jogo comigo, e foi o dia inteiro a evitando, assim como os outros dias, já virara rotina, as aulas acabaram e eu estava quase indo embora quando o professor disse que a coordenadora precisava falar comigo, assenti e fui em direção a sua sala, bati três vezes na porta e entrei.
- Olá senhorita Muller
- Ahn... eu fiz algo de errado? – Tentava me lembrar se havia feito alguma coisa nessa última semana, mas nada me vinha a cabeça
- Não, não é isso – Ela falava e apesar de um leve sorriso por causa da minha pergunta seu tom e expressão eram sérios – Na verdade eu tenho uma má notícia para lhe dar – Ela falara pausadamente fazendo meu coração acelerar mais ainda – O avião em que sua tia estava, ele caiu... Eu sinto muito – Por um momento eu achei que fosse uma brincadeira, mas porque ela brincaria com isso? Não tinha nem lógica, e lá estava eu, chorando, me perguntando se isso estava realmente acontecendo.
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Você não está só...
RomanceMuitas pessoas sofrem diariamente com agressões físicas e morais, e por isso muitas delas decidem desistir de suas vidas, mas você deve lembrar de que vai ter sempre alguém lá para te ajudar, você não está só... Sara tem uma vida um tanto quanto ted...