Capítulo 20- Você me ama ou ama ela?

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Toda aquela angustia me fez adormecer e logo fui acordada pela Mila que estava desesperada dizendo que já estava na hora de ir embora, mas eu me recusava a sair daquela cama

- O que foi? Ta doente?

- Glsdsdllx – Falei alguma coisa que nem eu mesma sei o que era pra ser

- Só era essa que me faltava, anda Sara não temos tempo, sai daí – Dei um longo suspiro e reunindo minhas forçar eu consegui ir, pelo menos, rastejando até o carro, dava graças a Deus por ter feito minhas malas ontem, entrei no carro e esperei as demais que logo foram se ajeitando dentro do carro, eu permanecia quieta na minha, não estava afim de interagir com ninguém

- Tá tudo bem? – A Mila perguntou, ela era especialista em saber quando eu estava passando por uma situação ruim, eu assenti mas sabia que ela não acreditara, ela deitou minha cabeça em seu ombro e passou os dedos entre meus fios de cabelo, ela conseguia me fazer esquecer pelo menos um pouco dos meus problemas sem ao menos saber deles, agradecia por ter a Mila ao meu lado.

Adentrando nossa cidade o motorista deixou cada uma em sua casa sendo eu a primeira, me despedi das meninas e entrei em casa cumprimentando minha tia e indo direto para meu quarto joguei minha mala em qualquer canto e me deitei na cama, estava tão cansada que adormeci em questão de segundos, acordei com meu celular apitando, peguei o aparelho móvel e vi que havia mensagens da Lucy, e não eram poucas "Ta tudo bem?", "Você me ignorou a viagem inteira...", "Por que você não responde?", "Eu te fiz algo?", "Eiii Saraa", não pretendia responde-la, queria esquece-la, apagar sua existência da minha mente e vida.

Fazia dois dias que havíamos voltado da viagem, não havia saído de casa ainda, só atendia as ligações da Mila e da Dayna para dizer que eu não havia morrido, a Lucy continuava me mandando mensagens e ligando para mim, e eu continuava a ignorando.

- Sara – Minha tia entrara no meu quarto permitindo que um pouco de claridade entrasse no mesmo me fazendo encolher na minha cama – Não acha que já está na hora de sair desse cárcere, quer dizer, quarto? – Eu apenas me remexia na minha cama – Aish, se não vai por bem vai por mal – Ela disse e abrira a cortina e jogara meu lençol para longe de mim – Eu estou indo ao mercado e tem uma pessoa te esperando na sala – Fiz um esforço para me levantar da cama e não fiz nem questão de arrumar meu cabelo e trocar de roupa, sai como estava, ao chegar na sala já me arrependia profundamente de ter colocado o pé para fora da cama.

- Oi...

- O que você está fazendo aqui?

- Você não atendeu minhas ligações nem respondeu minhas mensagens, eu estava preocupada, olha só sua cara, parecia que estava vivendo em uma caverna – Ela falou se aproximando de mim prestes a colocar a mão no meu rosto, mas eu me afastei dela – O que foi?

- Eu acho melhor você ir embora...

- Eu te fiz algo? – Permaneci em silêncio – Me responde, esse seu silêncio ta me deixando doida, essa distância entre a gente ta me matando, me diz o que ta te incomodando

- O que está me incomodando? – Falei soltando um sorrisinho – Me incomoda naquela noite você ter dito aquelas coisas para mim e depois você ter ficado se pegando com a Bia, isso não é errado, aliás ela é sua namorada, mas eu quero saber por que você me disse todas aquelas coisas? Por que me deixou te beijar? Isso tudo me incomoda

- Eu também estou confusa ok? Nem eu mesma sei o que está acontecendo comigo, me desculpa se eu te deixei com raiva ou triste, eu sinto muito, mas eu te amo Sara, não fica mais longe de mim

- Você me ama ou ama a Bia? – Eu disse e ela me encarou incrédula com a pergunta que eu fizera

- E-Eu... eu amo as duas...

- Como você pode amar as duas? Isso não existe, ou você me ama, ou ama ela... – Ela encarava o chão sem dizer nada - Aish isso já ta me tirando do sério, por favor sai

- Sara eu...

- Lucy só vai embora... – Ela me encarou por um momento, podia sentir a tristeza em seu olhar, queria abraça-la e dizer que estava tudo bem, que era normal se sentir assim e que eu não sairia do lado dela, mas isso não seria possível, queria que ela tomasse uma decisão, e se ela não o fizesse, eu apenas seguiria a minha vida, logo ela saiu e eu fechei a porta, por incrível que pareça não chorei, já estava cansada disso, não iria mais ser fraca e fresca, fui tomar um banho, deixei que água levasse de mim toda essa dependência que eu tinha, estava pronta para seguir em frente...


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