Descoberta

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Toda aquela desconfiança estava me fazendo duvidar cada vez mais do amor que eu sentia pela Rebeca. Eu não estava mais aguentando aquele ciúme todo.  Então resolvi procurar a Karen.

IRES- Oi. Desculpa por tudo que ouve antes. Só queria sua amizade. Eu sinto sua falta.
KAREN- Oi. Relaxa, já passou. Como estão as coisas aí?
IRES- Então. Nada bem. A Rebeca tem um ciúme possessivo e.. Sei lá. Se ela sonhar que eu tô falando com você, já viu.
KAREN- Nossa. Esta tão complicado assim?
IRES- Pior. Sabe o que....

As nossas conversas começaram a ser diárias. Eu sentia falta dela. E mesmo que eu não conseguisse o amor dela de volta, pelo menos a amizade eu teria que conseguir.
Estava tudo indo muito bem pra ser verdade. Então, a Karen me mandou mensagem enquanto o celular estava com a Rebeca.

KAREN- Oi mb.

Aquilo foi o suficiente para iniciar mais uma briga.

- Você ainda fala com a Karen? Disse me mostrando no celular.

- Não tem muito tempo.  E eu não te falei porque sei como você é. Ia imaginar mil e uma coisas. Indaguei tentando tirar meu celular de sua mão.

- Sabe, não mente para mim. Você ama ela. Eu vou sumir da sua vida. Eu vou voltar a fazer o que eu sempre fazia e não me procura mais. Disse se levando e saindo de casa.

Eu acabei por ir atrás dela. Sabia que ela tinha problemas com drogas e se eu a deixasse seria pior. Além do mais, eu não queria me sentir culpada por nada que acontecesse com ela.

- Vem aqui. Falo quase gritando. - Para de ser assim. Eu estou com você e não com ela. Ela é uma amiga. As palavras ja estavam engasgadas e eu sabia que se eu não tomasse uma atitude drástica , ela realmente iria embora.

A dor dentro do meu peito já havia tomado qualquer espaço que eu ainda tivesse para sugar ar. Aquilo foi tão aterrorizante que ou eu fazia aquela dor emocional ser física ou eu acabaria num hospital e sem ela. No mesmo instante segui para dentro e peguei uma gilete. Eu estava frente a frente com o meu passado. Eu tinha prometido a mim mesma que eu nunca mais faria aquilo. Porém, minhas palavras foram ao vento e quando percebi meus braços sangravam intensamente. Os cortes eram profundos, tornando assim difícil de estancar o sangue. Mas eu sabia que somente assim eu voltaria a respirar normal e teria ela de volta.
Ela havia se sentado do lado de fora e fui atrás após ter me cortado. Assim que ela viu, veio correndo em minha direção.

- Mano, você está louca? Olha o que você fez. Seu olhar tinha uma mistura de ódio com pavor.

Nada saia da minha boca e eu só  sabia chorar. Até que por um descuido ela viu a lâmina na minha mão e tentou tira - lá. 

- Larga isso. Ordenou, me colocando de frente para a parede  para que ela pudesse controlar minhas mãos.

Assim que ela conseguiu, eu cerrei os punhos com o objetivo de que ela não tivesse acesso acesso a lâmina. Então ela colocou suas mãos sobre a minha e dava socos na parede. Quem sabe assim eu soltasse. E em meio às lágrimas eu consegui falar.

- Eu-u solto se você ficar. Eu não posso deixar vo-você ir. A voz era engasgada, mas ela poderia compreender se prestasse bem atenção.

- Eu fico. Disse mais calma. Mas me promete uma coisa? Perguntou aflita.

- O que?

- Nunca mais você faz isso. Pediu e me abraçou para que fossemos juntas pra dentro.

- Eu prometo. Assenti acompanhando-a.

Estávamos exaustas por causa de tudo o que houve, então logo adormecemos.

O Nosso DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora