Capítulo 6 - Arthur

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Três meses depois...

- Bom dia senhorita!

- Argh... você pode me chamar de Sophie mesmo, sabia disso?

- Seu senso de humor não mudou, continua o mesmo.

- Você quer dizer que continua sem nenhum pingo de humor né?

- O que faz aqui Jess?

- Jess? Chega a ser pior do que Jessie! Mas enfim, só vim avisar que a queridinha ali não vai mais poder ficar aqui nesse hospital. Ela recebeu alta.

- Mas eu ainda não estou...

- Eu sei Sophie, também não me agrada o fato deles te darem alta, eu adoro fugir do meu posto pra vim ver a garotinha VIP.

- Se eu não te conhecesse tão bem, até acreditaria que se apegou mesmo com a garota.

- Você realmente não me conhece tão bem assim Arthur!

- Ela tem razão, nesse tempo que estive aqui, eu e a Jess nos tornamos Best Friends.

- Está bem. Já sei que perdi, não posso nem com uma de vocês, as duas juntas é impossível. – ergo as mãos na defensiva – e porque ela pode te chamar de Jess e eu não?

- Ela não é meu irmão chato, é minha amiga. – com um sorriso debochado ainda troca um high five com a Sophie.

- Você não devia tratar ele assim sempre, ainda são oito da manhã, tadinho.

- E você não devia se preocupar com ele, e sim com você. Não há mais nada que esse hospital possa fazer por você. Tudo já foi feito, e eles não tem um motivo pra manter você aqui mais. – o tom da voz dela adquiriu um tom mais sério e ela me encara – Ela não tem pra onde ir Arthur, você vai ter que dar um jeito. Hoje a noite sua mãe volta de viagem e vem direto pra cá só pra tratar desse assunto.

- Sinceramente não estou preocupado com o fato dela não ter aonde ir, e sim com a saúde dela...

- Minha saúde esta estável, mas ainda não recobrei toda minha memória e nem os movimentos de minhas pernas.

- Mas os médicos já fizeram o possível, é provável que você fique assim para sempre.

- Ai Arthur cala sua boca! Seja mais positivo, por favor, é pedir muito?

- Tudo bem Jess, eu já meio que aceitei minha condição. Só não sei pra onde ir, já que não lembro quem são meus pais.

- Fica tranquila, você vai se lembrar, vai voltar a andar, e vai ir morar no apartamento do Arthur. E eu vou ir junto, não aguento mais a Monique, assim tenho um motivo pra sair da sombra dela.

- Tudo bem, apesar de não ter me avisado previamente.

- Só tínhamos essa opção mesmo.

- Vai deixar eu ficar na sua casa mesmo?

- Você não é mais uma estranha, e ainda por cima só se move com cadeira de rodas, não corro perigo. – rio comigo mesmo das expressões que as duas fazem – Brincadeirinha garotas.

- Humor negro hein, andou passando muito tempo com a VIP.

- Années ensemble.

- Começou a falar francês, entendi, já estou voltando pro meu trabalho. Vejo vocês em casa. Tchauzinho.

- O que a língua francesa fez pra ela?

- Seja cortês e não ria. O idioma não fez nada, mas ela odeia por que a Monique é francesa, e meio que obrigou a família toda a aprender.

O Piano BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora