Capítulo 2

25 4 0
                                    



Atravessei o pesado portão na entrada do castelo. Segui pela estradinha cheia de curvas até a grande escadaria. Antigamente ela era escura, mas agora fora pintada de azul e branco. Odiei a pintura, pois parecia mais com a casa de nossas inimigas.

Aproximei da porta gigante. De repente ela se abriu. Entrei. Eu me vi dentro de um enorme salão com vitrais grandes que iam até o teto. No topo de outra escadaria, surgiu meu tio. O sorriso dele me tranquilizou.

– Minha sobrinha querida! Eu estava ansioso pela sua chegada! – disse muito alegre – Tragam os músicos e o banquete. Vamos festar!

Vários magos estranhos apareceram com instrumentos musicais. Uma grande mesa com diversos tipos de comida foi posta e várias Bruxas dançavam alegres e animadas em volta do salão.

– Já estava me esperando, tio? – perguntei, assustada com tudo aquilo.

– Claro! Eu sabia que chegaria, por isso preparei tudo.

– Isto é muito incrível.

– Aproveite e divirta-se. O seu quarto ainda está conservado como você o deixou.

Dancei e comi como há muito tempo não fazia. Depois de exausta, fui para o meu antigo quarto. Ele estava muito conservado, nem parece que havia sido destruído com a guerra. Me joguei na enorme cama. Há quanto tempo não descansava em uma cama como aquela? Fechei os olhos e em poucos minutos já estava dormindo. Eu me sentia segura, o mundo lá fora não me oprimia mais.

°°°

Abri os olhos. A cortina do meu quarto balançava fortemente e uma claridade entrava por ela com os raios de sol brincando com meu rosto. Levantei rapidamente. Já era tarde, não pretendia acordar tão tarde. Como a noite podia passar tão depressa?

Assim que tomei meu café da manhã, desci até o saguão. Encontrei com meu tio observando a paisagem através da janela enorme, parecia muito preocupado com alguma coisa.

– Bom dia, tio. Parece que está um belo dia lá fora, não acha?

– Verdade, Magda.

– Parece preocupado, o que está acontecendo?

– Não é nada assustador. Eu não queria contar para você para não assustá-la. Mas estamos enfrentando uma guerra terrível. Há semanas que estamos enfrentando os Vampiros que querem dominar a floresta do Norte e agora, para piorar, as Fadas resolveram nos atacar também.

– As Fadas?

– Sim, as Fadas. Elas se rebelaram e querem reconquistar as terras que tomamos delas nos tempos de sua mãe. Aquelas terras sempre nos pertenceram, elas não podem tomar assim de nós.

– E o que faremos?

– Não sei, não temos pessoal suficiente para enfrentar duas frentes de batalhas. Acho que desta vez iremos perecer como aconteceu nos tempos de seus pais.

Eu estava arrasada. Desta vez o que sobrou de nós seria dizimada por completo. Tive uma idéia.

– Tio, eu posso enfrentá-las!

– Como é?

– Eu posso lutar contra as Fadas!

– Não, Magda. Elas são muito fortes, não posso permitir que faça isso. Seria perigoso demais. Não quero que se arrisque, eu darei um jeito.

– Eu consigo. Sei como elas agem, além do mais eu tenho um acerto de contas com elas! Vou colocá-las onde elas merecem estar!

– Magda... tem certeza disso?

Magda II: o retorno da BruxaOnde histórias criam vida. Descubra agora