Magda II: o retorno da Bruxa

Capítulo 22

Esperei até que a avó de Giovanna saísse. Eu sabia que ela me odiava não sei por qual motivo, mas não queria perguntar. Ainda mais agora no final da minha missão.

– O que tanto escreve, Magda? – perguntou-me Giovanna depois de um tempo juntas e caladas, deitada de onde estava.

– Estou terminando o "TCC".

– Mas ainda não terminou? Assim não vai dar tempo de entregá-lo amanhã.

– Não é o seu.

– E de quem é?

– De outra pessoa.

– Quero saber, eu mereço saber.

Eu revirei os olhos. Odiava quando a Giovanna ficava chata e ultimamente ela estava muito pior.

– Da Holly, Giovanna, satisfeita?

– E desde quando eu sou amiga daquela idiota metida? Não te falei...

Meu sangue de Bruxa ferveu, ergui-me da cadeira de onde estava, explodindo de raiva.

– Olha aqui, você não manda em mim! Está a um ano nesta cama e ninguém te suporta! Desde que adoeceu quem veio te visitar? Quantas amigas você tem? Se não fosse por mim você levaria bomba em todas as matérias porque você é muito burra, vai para a escola para fazer intrigas, debochar das outras pessoas e ficar namorando pelos cantos ao invés de focar no que é importante para o seu futuro... – eu calei-me de repente, havia exagerado.

Ela estava assustada, os olhos arregalados e marejados de lágrimas me olhando fixamente.

– E-então... não vai mais me ajudar? Vou morrer aqui à míngua...

– Eu vou cumprir com minha palavra. O que fiz a você foi mais do que acertar suas notas na faculdade, consertei seus erros com as pessoas. Espero que mantenha este respeito, porque reputação você não tinha.

– O-o que quer que eu faça?

– Respeite as pessoas, porque precisará delas muito mais do que imagina!

Virei às costas e saí.

– Ei, não vai me dar o remédio para sarar? – gritou ela – Você prometeu...

Parei. Enfiei a mão no meu bolso e retirei um frasco pequeno e voltei até onde ela estava. Ela estendeu a mão para pegar, mas tirei do alcance dela antes.

– Quando tomar este remédio, a sua doença vai ser curada e você voltará à sua vida normal – fiz uma pausa – Preciso de mais uma semana para resolver tudo. Promete ficar aqui até a próxima semana?

– Eu prometo! Claro! – eu vi o desespero nos olhos dela – Você me conhece... Não sei porque está agindo assim comigo.

– Eu posso anular o efeito do remédio...

– Não, por favor! Por que eu faria isso? Você estava no meu lugar este tempo todo... uma semana a mais não fará diferença – ela sorriu nervosa.

– Certo. Depois eu passo o relatório da semana e você se assume seu lugar.

As mãos dela tremiam.

– Magda, eu estou muito agradecida por ter feito isto tudo por mim... desculpe-me o meu mau jeito... esta doença, ela ataca meus nervos. Prometo daqui pra frente melhorar. É sério, vou seguir os seus conselhos.

Eu aproximei da porta e disse de costas:

– Espero apenas que cumpra com o acordo. Ou sofrerá as consequências.