Capítulo 20

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– Acho que ela não é uma Bruxa de verdade.

– E por que não? Ela tem poderes iguais a de uma Bruxa!

– Se ela fosse uma Bruxa, não teria nos ajudado.

– Talvez ela não seja uma Bruxa de verdade. Pode ser outra criatura, uma caçadora de Bruxas...

– Caçadores de Bruxas não tem poderes, são Humanos que as caçam.

– Como vamos saber?

– A Marina tem razão. Além do mais, Bruxa não lutaria contra outra Bruxa.

– Ei, vejam! Ela está acordando!

Eu escutava as vozes de crianças ao meu redor. Não sabia onde estava ou o que tinha acontecido.

– O que ela irá fazer com nós?

Aos poucos abri meus olhos.

– O que aconteceu? – perguntei – Onde estou?... Quem são vocês?

– A pancada na cabeça dela foi forte mesmo – disse um dos meninos.

– Você está no esconderijo da Feiticeira. Somos as crianças que ela raptou.

Aos poucos fui entendendo. Como em um filme, os flashbacks vieram em minha cabeça. As crianças estavam todas ali, mas a Feiticeira não.

– Onde foi parar a Morgana?

Elas apontaram para um canto, todas ao mesmo tempo. Levantei-me de uma vez e senti uma forte dor de cabeça. Vi a Feiticeira caída em outro canto, também tentando se recuperar. Eu precisava fazer algo ou todo o meu esforço de nada adiantaria.

– Muito bem, crianças – pedi a elas – fiquem aqui. Vou resolver isso de uma vez por todas.

Cambaleei até onde ela estava. Morgana levantou-se devagar, parecia que o impacto dos raios prejudicou mais a ela do que a mim.

– Vamos acabar logo com isso – disse a Feiticeira.

– Morgana, eu vou mandá-la de volta!

– Você não consegue... cof, cof... – tossiu ela – é uma Bruxinha muito fraca.

– A sua temporada por aqui terminou. É hora de pagar por seus crimes.

– Conversa fiada! Você não é páreo para mim! Nunca foi e nem nunca será!

A voz de deboche dela foi me irritando. Concentrei-me ao máximo. Quando ela percebeu o que estava fazendo, tentou se proteger. Mas já era tarde. Desta vez não perderia a oportunidade. Diminuí o tamanho dela, coloquei em um pote de vidro com furos pequenos na tampa. Em seguida, peguei um bastão mágico e abri um portal arredondado e curto. Joguei-a dentro do portal. O portal se fechou em seguida.

Minha missão estava cumprida. A Feiticeira não aprontaria mais por aqui, a justiça Nórdica a julgaria pelos crimes que ela cometeu.

– Magda! Como vamos sair daqui?

A pergunta da garota de cabelos encaracolados trouxe-me à realidade.

– Oh! É mesmo – respondi, ainda tonta pelos acontecimentos recentes – ainda estão amarrados uns aos outros?

– Estamos – respondeu alguns deles.

– Ótimo. Vamos dar o fora daqui e encontrar seus pais.

Eu saí na frente e eles me acompanharam. As pedras eram enormes e dificultava a saída. Uma das garotas escorregou e quase caiu na água. Eu a levitei, impedindo que se machucasse gravemente.

Magda II: o retorno da BruxaOnde histórias criam vida. Descubra agora