– Então este é o seu plano? – disse Gwin, com medo do que poderia acontecer – Enfrentar o exército do Drapper como se fosse a Mulher Maravilha?
– Vai funcionar, você vai ver.
Antes de sairmos para a batalha, eu pesquisei de onde vinham os poderes do anel. A fonte de energia era algo macabro. O anel sugava as energias dos inimigos mortos em batalha. Qualquer pessoa com poder, tipo Fadas, Elfos e até Vampiros poderiam ter seus poderes puxados pelo anel. Era como um alimento para o amuleto e o deixava cada vez mais forte.
Agora eu entendia o porquê da Morgana sequestrar crianças nos Estados Unidos. Ela precisava alimentar o anel maldito.
Com um pouco de conhecimento do "laboratório" da minha mãe e os livros da Morgana (juro que não roubei!), eu fiz uma poção com um líquido energético onde havia poderes muito fortes. O anel maldito iria adorar. Eu acrescentei um reversor de magia fraco. Ele era um neutralizante de energia lento, onde ele desfazia o efeito das energias aos poucos até não haver mais magia. O anel ficaria fraco por um tempo. Precisávamos agir neste instante, pois, o anel voltaria com tudo assim que o efeito do neutralizante passasse.
– Acho que a sua armadura é meio fraca, Magda.
– Talvez – respondi, olhando para minha própria vestimenta, um vestido preto com um cinto grosso cheio de passantes com alguns frascos de líquidos e algumas facas feitas com restos de construção, munição caseira – é só o que temos. Pronta pro combate?
– Eu chamaria de suicídio, mas tudo bem.
O muro do castelo surgiu na nossa frente, cinzento e feio. O portão era muito pesado, feito de ferro e aço. Eu misturei o líquido de dois frascos e sacudi, em seguida joguei perto do muro. Tampei os ouvidos e abaixei. Gwin fez o mesmo.
– Um... dois... três... quatro... cinco! – contei.
Nada aconteceu.
– Acho que não funcionou – disse Gwin.
– Droga, eu devo ter esquecido alguma coisa. Vou ver o que aconteceu.
Eu peguei o frasco e sacudi.
– Merda! Por que não funcionou? – olhei para o frasco sem entender – Ah, já sei! Esqueci de...
A explosão me atirou longe. Abri os olhos e vi uma nuvem de poeira e alguém gritando comigo, mas só ouvia um zumbido. De repente, um balde de água foi jogado em cima de mim.
Aos poucos fui me recuperando.
– O que aconteceu? – perguntei, ainda tonta.
– Você, sua louca, mexeu na bomba! Podia ter morrido!
– Ah, isto é ótimo! Se não morri ainda, não vou morrer tão cedo.
– Se for para se matar pra salvar o mundo, eu estou fora. Não sou kamikaze nem suicida – disse Gwin.
– Onde arranjou este balde com água?
– Já esqueceu que sou uma Bruxa? Meus poderes ainda servem para alguma coisa.
A explosão provocou um buraco perto do muro, uma passagem estreita. Eu e a Gwin passamos com dificuldade. Do outro lado, um exército vestidos com armaduras esquisitas, capacetes estranhos e botas enormes vigiavam cada canto com armas enormes. Nos arrastamos com todo o cuidado possível para não sermos vistas por eles.
O grande castelo surgiu em nossa frente. Eu conhecia uma passagem secreta, por onde eu brincava quando era criança. Atrás de um pinheiro havia uma pia onde se lavavam as mãos ou frutas que eram colhidas no pomar. Se puxasse uma alavanca atrás da pia, um pequeno alçapão abriria no chão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Magda II: o retorno da Bruxa
Ficção AdolescenteMagda retornou para sua terra natal e agora terá que enfrentar novos inimigos. Ela não poderá confiar em ninguém, pois qualquer um pode ser seu inimigo.