Capítulo 27

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Witchland aos poucos se reconstruía. O castelo foi reformado, as pessoas comuns tinham acesso, o que durante anos foi proibido. Quem tinha alguma queixa ou sugestão podia ir e se expressar pessoalmente. O parque e o bosque foram restaurados e o Lago Witch limpo.

Naquele dia, após sobrevoar pelas terras, observando como estava o andamento das obras, resolvi relaxar e mergulhar no lago. Havia muito que pensar e com tantos compromissos não tinha tempo para isso. Governar um país era muito difícil, nem sempre encontrava as pessoas certas para os cargos importantes. Eu desfiz todo o Conselho e contratei novas pessoas para aquelas cadeiras. Houve muitos protestos, mas no final, deu certo. O país voltava a ser soberano outra vez.

Os povos prejudicados pela loucura do meu tio pressionaram-me para devolver o que ele tinha levado. Eu entreguei todo o ouro e outros objetos de valor apreendido pelo Drapper, apesar das reclamações do Conselho, e acalmaram os ânimos um pouco, nos dando uma trégua.

Parei em frente ao lago e olhei para o sol quase encostando nas águas. Nicolau Drapper costumava observar o sol comigo quando eu era criança. Embora eu o odiasse por tudo o que fez comigo e com toda Witchland, eu tinha saudades daquele tempo, não do meu tio, mas do tempo em que perdia vendo aquela paisagem. Agora ele estava morto e isso não significava mais nada, ninguém jamais teria lembranças dele.

Eu me surpreendi uns dias atrás quando os soldados trouxeram o infeliz que assassinou Drapper. Segundo a lei, ele também deveria ser morto da mesma maneira. O rapaz disse não acreditar na prisão do tirano, e que ele poderia fugir de lá a qualquer momento, trazendo novas desgraças para todo mundo.

Todos os povos aplaudiram o feito do rapaz, eu decidi apenas encarcerá-lo. Não cumpri o que pedia a lei, nem agradei o público.

Agora, diante do lago, as lembranças vinham para me deixar triste. Entrei na água, não estava fria. As dores do meu corpo sumiram.

– Não é todo o dia que se vê uma rainha nadando. E sem seguranças – disse uma voz feminina que não me era estranha.

– Mary! Você era a última pessoa que eu imaginava ver hoje.

– Eu sei. Estou feliz por tudo ter se resolvido.

– Como está Fairyland?

– Está se recuperando, mas vai levar alguns anos.

– Que bom. Fico muito feliz por vocês.

– Os Vampiros ainda estão irritados. Não gostaram em nada do seu tio invadir as terras deles e quebrar o acordo de "boa vizinhança". Planejam invadir sua terra.

– Mas o causador de tudo isto está morto, não tem motivos para nos atacar.

– Você conhece os "sugadores", a vingança é a lei nas terras deles, e fazem isso muito bem. Melhor se preparar. Para as justificativas e os motivos eles são surdos.

– Droga. Ainda não temos soldados suficientes para nos proteger. Nem como prepará-los para uma guerra.

– Eu sinto muito. Não posso ajudá-la desta vez, minha rainha não é nada a favor de seu povo. Mas tentarei de alguma forma, posso atrasá-los se vierem por nossas terras. Mudando de assunto, como foi nos Estados Unidos?

– Muito bom, desta vez eu era uma aluna universitária.

– Eu queria estar lá... só para chutar sua bunda e te desmascarar na frente de todos os Humanos.

– É sério, sua maldosa? – eu bati de leve no braço dela – Você é meio que infame demais para uma Fada.

– Eu diria a todo mundo que você é uma Bruxa terrível, iria devorá-los vivos!

Magda II: o retorno da BruxaOnde histórias criam vida. Descubra agora