A casa da Emily era, assim como ela, a mais bela da rua. Uma mansão digna de uma atriz de Hollywood, com árvores de cada lado da entrada. Dois chafarizes de cada lado com estátuas estranhas espirrando águas para uma bacia de concreto gigante. Um gramado bem aparado com várias flores enfileiradas. Na entrada havia uma pequena escada com três degraus de mármore, arredondados. Eu deveria me intimidar. Sim, estava intimidada. Mas fingi que não, não sabia ao certo como a Giovanna reagiria, se ela já esteve naquela casa ou não. Tentar se passar por outra pessoa que não conhece direito é um dilema!
Dois "guarda-roupas" de dois metros de altura e cheios de músculos estavam na entrada da casa, com ternos pretos e caras fechadas.
– Seu convite – disse me um deles.
– Eu... – droga! E agora? – Eu sou a Giovanna, amiga da...
Não completei a frase e a Emily apareceu, linda em um vestido azul-claro e um penteado feito por um profissional de alta categoria. Eu já me senti inferior, me perguntando se era tarde para usar meus poderes para trocar de vestido. Que inveja daquela garota!
– Oh, Gina! Que bom que veio! – e dirigindo-se aos guardas: – Deixe-a entrar, Garbo, eu a convidei!
– Tem certeza? – desconfiou o grandão, com sua voz cavernosa.
Ela lançou um olhar como se dissesse: é claro que tenho certeza, eu sempre tenho!
– Vem comigo, por aqui.
Ela fez uma pequena apresentação da casa para mim, pois logo foi tomada por outras pessoas e me abandonou. Famosos são assim, não se pode dar atenção a um só.
Eu estava fascinada com aquela casa grande, abarrotada de gente rica. Nem percebi que me ignoravam ou que me olhavam com olhos torcidos. Isso não importava para mim.
No salão principal rolava uma música eletrônica da moda. Várias pessoas dançavam sem se tocarem. Havia várias mesas com bebidas e comidas. Eu comi uns salgados estranhos que nunca vi na vida. Estes americanos da Califórnia tem cada gosto.
Aproximei de um grupo de garotas. Elas eram da escola e sempre me ignoraram.
– E aí, curtindo a festa? – perguntou uma delas.
– Estou sim – respondi.
– Cuidado para não torcer o tornozelo na pista.
A risada dela não me agradou. Permaneci séria. Acho que ela notou minha raiva e disfarçou. Odeio gente falsa. Mesmo eu sendo uma Bruxa.
Havia uma escada que levava ao andar de cima. Lá havia outra pista de dança onde tocavam uma música mais agitada. Como eu precisava passar por todas as pessoas para saber se a Adelaide estava por ali, fui até lá.
Eu vi um grupo de garotos flertando com algumas garotas. Eram garotas novas, com o rosto cheio de espinhas, bem bobinhas e que riam de qualquer piada contada por eles. Eu balancei a cabeça, desaprovando a atitude delas. Para mim elas não se davam o verdadeiro valor.
– Ei gata! Está flertando comigo?
Eu trombei sem querer em um garoto alto e moreno. Ele tinha os olhos negros que pareciam sorrir mesmo estando sério. Notei seus braços fortes, como se fosse algum jogador de futebol americano. Ele usava uma camiseta colada escura certamente para mostrar os músculos.
– Vê se enxerga, garoto! – rosnei.
– Acho que você está caidinha por mim. Não tem problema, não me importo com o que os outros pensam. Gosta de músculos?
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Magda II: o retorno da Bruxa
Novela JuvenilMagda retornou para sua terra natal e agora terá que enfrentar novos inimigos. Ela não poderá confiar em ninguém, pois qualquer um pode ser seu inimigo.