Capítulo 12

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A Universidade da Califórnia era enorme. Uma construção antiga com fachadas em tijolos vermelhos. Descobri que a Adelaide era filha da Morgana e que era lá que ela estudava. Eu precisava entrar na faculdade de qualquer jeito. Mas não havia inscrições, o ano letivo só começaria em setembro.

Tive uma ideia maluca que talvez custasse minha cabeça. Mas era uma maneira de aproximar da Morgana e levá-la para longe do mundo dos Humanos. Eu me passaria por aluna que já estava estudando.

Não era tão simples. Para o plano funcionar precisava fazê-lo direito. Eu teria que encontrar a pessoa perfeita e substituí-la. Ou seja, eu teria que me colocar no lugar dela. Mas o que fazer com esta pessoa? Para onde despacharia ela?

Durante uma semana inteira eu rondei a escola em busca da pessoa perfeita. Descobri sobre uma aluna que trancara a matrícula por causa de uma doença grave. Visitei a casa dela e me surpreendi em como ela se parecia comigo. O cabelo preto, a pele branca. A diferença era que ela era um pouco mais baixa e tinha os olhos negros. A diferença na altura eu não poderia resolver, mas os olhos sim.

– Olá Gina – cumprimentei.

O nome dela era Giovanna, mas algumas pessoas a chamavam de Gina. Um amor de pessoa, apesar da doença que a deixava fraca.

– Oi.

– Estou aqui porque preciso da sua ajuda.

– Estou doente, como vou te ajudar se não consigo ajudar a mim mesma?

– Eu sei. Você me ajuda e eu te ajudo.

Contei a ela meu plano mirabolante. Eu me passaria por ela na faculdade, assim ela não perderia o curso.

– O quê? Você é uma Bruxa?

– Shiiiiii... – fiz sinal com o dedo indicador nos lábios – Não fale alto, alguém pode escutar.

– Meu Deus! Tem uma Bruxa louca aqui na minha casa! Socorro!

– Ei, ei! Não precisa apelar, né? – irritei-me – Eu sou uma Bruxa do bem.

– Pra mim, Bruxa do bem são as Fadas. E você não se parece nada com elas.

– Ainda bem, odeio as Fadas.

– Por favor, não me faça mal... não me atinja com seus poderes maléficos!

– Eu... Hã?... o que disse?... Não, eu não vou fazer isso. Relaxa, garota, não entendeu que eu preciso da sua ajuda?

– Poupe a minha família... eles não tem nada a ver com isso.

– Ei, pare já! Eu te contei um segredo e você fica aí com esses dramas bobos. Eu só disse que era uma Bruxa para que você possa entender que tenho poderes suficientes para ajudá-la, se resolver me ajudar.

Ela ficou calada com os olhos esbugalhados.

– Assim está melhor – completei – Prometo passar aqui para mantê-la informada de tudo o que se passa na escola. Podemos ser amigas?

– Eu não sei. Nunca tive uma amiga Bruxa antes.

– Eu sou diferente. Preciso encontrar uma pessoa e levá-la de volta ao seu lugar. Ela é muito perigosa, pode usar seus poderes para o mal e arrastar várias pessoas. Precisamos detê-la o quanto antes.

– É sério isso? Porque eu acho que você está ficando maluca.

– É muito sério. Por isso preciso da sua ajuda.

Magda II: o retorno da BruxaOnde histórias criam vida. Descubra agora