Capítulo 24

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O grande dia do baile de formatura chegou. Após a colação de grau, que foi pela manhã, todos se reuniram no pátio do colégio naquela tarde. As garotas estavam com vestidos lindos e os garotos com ternos pretos e gravatas borboletas. Uma música bem agitada sacudia todo mundo. Em seguida, o DJ colocou uma música mais lenta, para que todos dançassem e entrasse no clima de valsa. Logo elegeriam o casal mais badalado do ano, as expectativas estavam muito altas.

Eu apareci no baile, "fantasiada" de Giovanna, com um figurino igual ao dela: vestido prata, tiara prateada com detalhes de diamantes e sapatos de salto alto da cor do vestido. Uma pulseira de pérolas nos dois braços combinando com o colar também de pérolas pequenas. A única diferença entre eu e ela era o cabelo, o dela estava amarrado num coque feito em salão de beleza. Eu, como meu cabelo estava curto, não fiz coque, apenas coloquei a tiara. Tudo em mim era fruto da minha magia.

Eu me mantive discretamente no lado oposto ao da Giovanna, não queria ser vista por ela antes da hora certa. Ainda estava com os olhos escuros, a pinta no rosto – eu achava ridícula – e o cabelo castanho.

Giovanna dançava alegremente, com um sorriso parecendo congelado. Perto dela, as amigas também dançavam com pares diferentes. Ela não desgrudava do Juan.

A Megnoly não estava dançando, ela estava sentada ao lado da mesa de frutas e devorava-as como se não tivesse mais nada a fazer. Bom, pelo menos não havia ninguém atormentando-a. Na outra ponta do pátio e bem longe da Giovanna estava a Emily. Ela parecia feliz, dançando com um garoto e ao lado de umas amigas riquinhas que eu vi algumas vezes. O Fred também estava por lá, mas não dançava. Ele bebia algo com uns caras, fazendo brincadeiras bobas de moleque, nem pareciam homens prestes a enfrentar o desafio da profissão para o qual estudaram. Embora eu quisesse ignorar, meu coração pulou quando o vi. Aqueles braços fortes pareciam prestes a rasgar o terno a qualquer momento igual ao incrível Hulk. O cabelo despenteado era um charme que deixava as garotas malucas... bem, talvez apenas eu pensasse assim.

Eu não poderia permanecer por muito tempo ali. Notei a presença de alguns caçadores de Bruxas. O cara careca estava disfarçado de guarda e seus olhos percorriam cada canto do salão como se estivesse mais interessado em encontrar alguma criatura Nórdica do que manter a segurança.

– Oi Emily, podemos conversar um instante? – eu disse, aproximando dela. O rapaz que estava dançando com ela me olhou confuso e saiu de perto.

– Eu não tenho nada para falar com você, Giovanna. Você me envergonhou na frente de todo mundo e que papo era esse de que nunca fomos amigas? O que eu fiz para você não valeu a pena?

– É complicado...

– Por favor, Giovanna, vá à merda! Cansei de você. Totalmente.

– Eu entendo a sua chateação, mas deixe-me explicar.

– Explicar o quê? Não há nada para se explicar. Acabou, daqui a pouco não vamos ver ninguém mais! Deixe-me em paz, por favor!

– Eu não sou a Giovanna.

– O quê? – ela me olhou estranha – Você é mesmo muito louca!

Emily virou as costas para mim e saiu de perto.

– Espere! Preciso te contar um segredo.

Ela parou e me olhou, brava.

– Vem comigo aqui. Vamos! – eu fui com ela ao banheiro, lá era mais seguro contar a verdade. Vasculhei todo o lugar, para ter certeza de que não havia ninguém por ali.

Magda II: o retorno da BruxaOnde histórias criam vida. Descubra agora